"Quando menos esperamos, nossos destinos se cruzam.
Quando mais precisamos, escolhas são feitas.
Quando não basta sonhar,
Acordamos.
E vemos que,
Às vezes,
A realidade é pior que o pior pesadelo."
Fábio Moon & Gabriel Bá.
Quatro de outubro de 1888, quinta-feira. (madrugada). ...? Inglaterra.
Abraço a pequena boneca contra meu peito. Bankotsu disse que já voltava, mas aqui dentro desse quarto cheio de bonecas me sinto assustada, mesmo com Doll me olhando sem reação.
- C–como vai senhorita? – Indago esboçando um sorriso.
- Bem. – Ela consente e escuto o familiar "clique" na porcelana.
Não sei mais o que dizer balanço meus pés, porém, para minha alegria a porta se abre.
- Já voltei Little Lady! – Suspiro. – Diga-me logo o que quer que tenha para dizer.
- Cain disse-me uma coisa... Precisamos da sua ajuda...
- Como assim? – Ele se senta ao lado de Doll e começo a lhe dizer o mesmo que meu irmão me disse.
XXX
- Hn. – Ele suspira. – Não sei o que posso ganhar com isso, não mesmo. – Ele balança seus cabelos negros. – Mas também não aguento mais ficar parado. Agora mesmo, estava conversando com a chefa.
- Sério? Por que você estava falando com ela?
- O Valete... – Ele suspira novamente. – Matou outra mulher além daquela que vimos. E enviou uma carta a polícia, assumindo a alcunha de "Jack o estripador".
- Jack o estripador? Hu... Crápula.
- Sim, mas voltando não sei o que fazer...
- Ora. Ora. – Uma risada fria invade a sala. – Não quer mesmo me ajudar? Vou ficar chateado.
O ar a nossa frente tremeluz e Cain aparece na nossa frente. Assusto-me e desço da poltrona, mas... Esse não é o Cain! Vejo um rabo balançando e quando ele se vira noto os olhos negros pelas fendas da máscara. Meu Deus! Esse é o Chess.
- Estou brincando. – Ele estende suas mãos e volta ao normal. – Claro que o senhor vai ganhar algo, senhor Bankotsu. Ou melhor, a senhorita.
Ele se abaixa e beija a mão da Doll, que pisca sem entender, como sempre, Bankotsu então para entre os dois, Chess ri e diz calmamente:
- Ora senhor Bankotsu, o senhor sabe o porquê de usarmos máscaras quando nos encontramos com vocês?
- Não... Não sei... – Ele recua até Doll. – Por quê?
- Ora é porque temos medo. – Bankotsu o encara atônito. – Nós do outro lado não somos exatamente vocês. Temos nome. Temos vidas diferentes, não somos reflexos, mas vocês podem nos capturar e nos tornarem reflexos de si mesmos.
- Como assim...? – Bankotsu está mais confuso que eu.
- Ora veja. Se você quiser pode ter seu olho de volta! Basta tornar o outro você seu reflexo. Pois ele está completo. Vocês desse lado tem um poder que nós do outro lado não temos, que é justamente o poder do espelho, vocês são os únicos que podem nos aprisionar.
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The Ripper - Saga Maurêveilles - Livro um
Mystery / ThrillerNosso mundo é um reflexo, e você é apenas uma carta. Em meio à uma Londres apavorada pelo caso do estranho assassino em série Jack o Estripador, uma dupla de irmãos se vê diante de uma vida totalmente diferente do que era. Após a morte do pai, Lil...