fifteen

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É uma sensação doce de se ter

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É uma sensação doce de se ter. Ela me apanhou para si, com as mãos na minha cintura e começou a me conduzir.

─ eu não sei dançar. ─ sussurrei, com toda a sua atenção voltada para mim. ─ só valsar.

─ é o que estamos fazendo e você, ta indo bem. ─ disse, então desviou o seu olhar para baixo e segurou a minha mão. Entendi o que queria fazer e assenti.

Jenna me lançou sem soltar a minha mão e me tomou de volta para si, nenhum ato era performático, esqueci que não sabia dançar e toda a tensão que sentia se foi enquanto agia com espontaneidade. Era como se as pessoas ao nosso redor tivessem sido arrebatadas, porquê ali realmente não teriam importância. As luzes do ambiente não brilhavam mais do que aquele sorriso no rosto de quem eu tanto amava, com aquele toque que me fazia gelar, parecia que eu não iria me acostumar de sentir Jenna tão próxima a mim. E talvez, nem queria.

Com o fim da música, a morena me pegou e andamos até um lugar atravessando o escuro. Com o céu mais aberto, as árvores mais afastadas umas das outras e a brisa fresca. As estrelas sobre nós duas, olhávamos para o céu com o som do vento contra as folhas num silêncio apreciador.
Bastou que, Jenna fechou os olhos e sentiu a brisa como se estivesse na cena de um filme, mas na verdade, ela parecia uma pintura.

─ sabe, ─ ela diz. ─ acho que amo você. Isso é cedo de se sentir e tão tarde de se dizer.

não consegui encontrar palavras, me esforcei e Jenna percebeu. Por instinto, escondi meu rosto entre as mãos que ela retirou cuidadosamente. A vi sorrir, e então respirei tentado manter a calma.
Meu coração ficou apertado e acalentado, me perdi no que estava tentando pensar e Jenna se colocou em minha frente.

─ vá em frente. ─ digo finalmente, o tom de voz baixo por falar algo sem pensar.

Jenna segurou o meu rosto e me beijou. Seus lábios úmidos e macios celados aos meus, a leve ventania fazendo nossos cabelos voarem e seus dedos acariciando o meu rosto.
Meu corpo estava fora de órbita, porquê pela primeira vez na vida eu senti uma conexão diferente. Como se estivesse fora de perigo e Jenna fosse o meu único abrigo.

Eu a agarrei, deixei um beijo em seu rosto e procurava assimilar o que teria acabado de acontecer. Meu peito latejava e diante do seu abraço, senti a sua respiração na minha pele.

─ talvez, seja pecado considerar isso, ─ ela diz, nossas cabeças encostadas e baixas por fitar o chão. Mas minha atenção mudou, eu olhava a sua mão tocando a minha. ─ eu agradeço a Deus por ter colocado alguém como você no meu caminho.

─ amar não é errado, Jenna. E eu posso dizer de peito aberto que eu quero ficar com você com cada célula do meu ser.

 E eu posso dizer de peito aberto que eu quero ficar com você com cada célula do meu ser

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Nos despedimos antes de voltar para casa.
E quando voltei, a avisei. Conversamos todos os dias, marcamos de nos encontrar e a gente conseguia se ver duas vezes por semana. Isso porquê eu temia criar um descaso com a minha mãe.

Acontece que desde que voltei, não brigamos. Ela tem ficado próxima de mim, não dava mais tanta importância quanto ao estar com o namorado. Minha mãe parecia ter voltado a ser aquela de quando eu era criança, que me deitava em seu colo no sofá enquanto assistíamos sitcons.
Decidi tomar uma atitude para ter que deixar de me esconder. Então a presenteei com o livro da Evelyn Hugo e com um único combinado, ela não faria comentários sobre e assim eu trabalharia para pagar o meu aparelho dentário.

Lembro vê-la durante a madrugada, acomodada na poltrona da sala apenas com a luz do abajur, lendo o livro. Eu me sentia orgulhosa por isso e ao mesmo tempo receosa, não saberia como ela iria reagir sobre mim.

─ viu a cartela de cores? Na próxima você devia colocar aquele vermelho. ─ ela arrancou com o carro, teríamos saído da clínica.

─ acho que vou ficar só nesse azul. ─ digo, empurrando o aparelho com a língua como se isso o fizesse sair.

Minha atenção se volta para a janela, vejo que o caminho era diferente. Minha mãe parece tranquila quanto a isso, não dou muita importância, até entrarmos em um estacionamento do que parecia ser de uma livraria.

─ o que estamos fazendo aqui? ─ pergunto, ela permanece em silêncio caminhando até a entrada do estabelecimento.

─ Jenna veio te encontrar, ─ ela fala. Tive um sobressalto e uma coisa em mim apagou a minha vista, era como se tudo estivesse branco.

A mais velha me colocou para dentro da livraria e segurou meus ombros, ficando próxima com uma expressão suave em seu rosto que eu estava tentando compreender.

─ eu sou lésbica, mãe.

─ eu sei disso, por isso eu te trouxe aqui. ─ fico sem palavras, observo ela retirar uma caixa da bolsa e me entregar. ─ não é muita coisa, mas entrega isso pra ela. Pede em namoro.

─ a senhora ta falando sério? ─ ela assente. E vejo que de verdade, ela falava com seriedade. Me senti assustada pelo comportamento de minha mãe. Que me abraçou e disse umas coisas no meu ouvido, me impulsionando a tomar coragem.

Começei a andar sem rumo dentre diversos corredores, com estantes altas e repletas de livros. Quando enfim, eu avisto ela. Com um penteado bonito, seus airpods no pescoço e uma ecobag que dei a ela. Ela retirou um dos livros da estante e ao abri-lo em busca da dedicatória, ela me vê. E assim mesmo, caminha até mim trazendo o livro com sigo.

─ sei o que veio fazer, sua mãe me contou. ─ ela prossegue ao parar em minha frente. ─ mas depois de tudo o que aconteceu, é justo que eu o faça.

Vejo o mesmo ato que minha mãe fez se repetir, então Jenna retira um saquinho de tecido vermelho de sua bolsa. Se aproxima e ergue um colar prateado, havia um pingente de flecha estendido. Ela sabe o significado daquilo e compreende o quão um simples símbolo é importante pra mim.

─ querida, Alisson, você quer namorar comigo? ─ perguntou, abrindo o colar e o estendendo em volta do meu pescoço. ─ Eu sei que sou muito intensa e confusa na maioria das vezes, mas aqui e agora, com a aprovação da sua mãe, vou tentar te fazer feliz porquê você é o meu raio de sol.

me virei para Jenna, brincando com o pingente do colar que estava no meu pescoço. Corada, eu olhei para ela, quem eu puxei para perto e beijei no corredor de livros.

─ sendo bem sincera, eu quero manifestar o amor que sinto por você todos os dias. Quero acordar com seus cabelos no meu rosto depois de passar a madrugada escutando música ou desenhando você. ─ Jenna sorri, genuinamente e não sei se conseguiria me conter a não agarrá-la naquele espaço apertado. ─ minha mãe ainda tá lá fora, vamos comer alguma coisa?

─ você é tão incrível que leu os meus pensamentos, já disse que te amo?

─ já, mas repetir nunca faz mal.

Jenna, me beija novamente e sussura baixinho um "eu te amo" em espanhol, antes de sairmos da livraria e encontrarmos com a minha mãe no estacionamento. A mulher mais velha nos acolhe, não sei explicar o quanto fiquei extremamente feliz de vê-la abraçando Jenna.

the end.

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autora: MEUDEUS, eu sei que vocês merecem coisa melhor, mas isso atingiu o meu maior ápice de criatividade.

Eu sou extremamente grata a todos vocês por lerem essa história completamente doida, por todas as estrelinhas e pelos comentários, sendo eles elogios, críticas e ideias (a maioria me fez rir de alguma forma).

Sinceramente não tenho muito o que fazer, então se toparem eu posso criar outra história.

MEELTING - Jenna OrtegaOnde histórias criam vida. Descubra agora