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─ eu ainda tô tentando processar o que aconteceu

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─ eu ainda tô tentando processar o que aconteceu. ─ Amy comentou.

Nós voltamos da fogueira, por causa do cansaço que sentíamos. Apesar de que o clima no meio da conversa teria se tornado tenso, graças à fala de Cameron. Horas após, cá estamos, deitadas sobre os colchões com cobertores coloridos e comendo as barras de chocolate que Phoebe trouxe em sua bolsa.

─ é que surgiu uma boa oportunidade. ─ Phoebe disse, pondo sua mão na frente da boca enquanto mastigava.

─ oportunidade de quê? ─ questiono. ─ tô confusa e nem consigo assimilar nada, do nada eu comecei a rir.

─ pior, você não deveria ter rido daquele jeito, na frente de todo mundo. ─ Amy se esticou para me entregar mais um chocolate.

─ afinal, porquê você riu?

─ nervosismo. ─ ajeitei melhor a postura e comecei a retirar a embalagem do doce, então Phoebe, que estava entre Amy e eu, se sentou.

─ Isso é por causa daquele lance? ─ Phoebe perguntou.

─ basta saber qual deles, o da Jenna ou o de ser

─ o de nunca ter beijado? ─ interrompo a fala de Amy. ─ Talvez.

Todo mundo que eu conheço beijou pela primeira vez entre os dez e quatorze anos de idade, me tornei a única, por um motivo distinto à não ter essa vontade de me impulsionar a viver uma outra idade quando ainda criança. Muita das vezes eu me arrependo de ter tomado essa decisão, porquê eu não consigo me aproximar de quem eu tenho interesse e na minha cabeça, as pessoas são incapazes de gostar de mim pelo que eu sou, pela minha personalidade, por isso tenho me guardado.

Jenna foi a única, que soube do meu sentimento e a única pessoa por quem me apaixonei sem tê-la ignorado. Eu tentei suprimir o sentimento por ela, mas o que eu senti ou ainda sinto, é tão puro e bonito. Que é como se eu gostasse de ter ela como a minha musa, a inspiração da minha arte e do meu amor. Até recordar tudo o que passamos, então eu me torno um capacho de novo. Afinal do que adianta você escrever duzentos poemas e levá-los consigo? Sendo que aparenta ser impossível que a pessoa para quem você os dedica tenha conhecimento deles.

 Afinal do que adianta você escrever duzentos poemas e levá-los consigo? Sendo que aparenta ser impossível que a pessoa para quem você os dedica tenha conhecimento deles

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Ao amanhecer, despertei do sono com a face amassada entre as cobertas. Busquei pela minha bolsa e me dirigi à central do acampamento para ir ao banheiro, consegui ver o relógio de parade acima do balcão, que indicava ser umas seis da manhã.

Estava escovando os dentes quando ouvi baterem na porta, rapidamente terminei o ato e cuspi a água com pasta na pia. Diante da porta, pensei a respeito enquanto segurava a maçaneta. E se por acaso fosse ela? Voltei para o espelho, tentei ajeitar a bagunça que me apresentava com os cabelos arrepiados e as batidas na porta tomaram frequencia, o que me impulsionou a abrir de uma vez.

Era ela, simplesmente sim, quando senti aquela pontada no peito que eu já não sentia há dias. Vê-la do outro lado da porta com os cabelos bagunçados e aquela camiseta enorme com a estampa de The Smiths que em seu corpo parecia ser um vestido.

─ me desculpa, não sabia que você tava ai dentro. ─ ela colocou os cabelos atrás da orelha, fitando os meus olhos sem se desviar. E eu não compreendi o significado daquilo.

─ tudo bem, eu já terminei de usar. ─ falei ao curvar o canto dos lábios, como se meu rosto estivesse por vontade própria.

─ adorei sua blusa, igual a da Taylor Swift no clipe You Belong With Me. ─ ela prossegue com a conversa e eu assenti. ─ você ta linda, desculpa.

─ pelo quê?

─ licença, Jenna, pode vir aqui um instante? ─ perguntou uma mulher mais velha, eu não a conhecia, teria surgido por de trás da morena.

─ tenho que ir. ─ ela sorriu antes de completar qualquer ação.

─ tudo bem.

Fiquei parada, com o corpo apoiado na madeira da porta vendo-a partir. Eu precisava me retirar dali, com o tempo passando as pessoas também usariam o banheiro. Pus a mochila nas costas e segui de volta para a barraca, onde minhas amigas teriam acabado de acordar. Mudei de expressão depois de pensar sobre estar aqui, nesse acampamento com o que possa estar acontecendo e eu não me sinto puxada para trás.
O único problema é o que pode, de fato, estar acontecendo. Ser uma menina confusa tem suas consequências e eu estava com receio de ter que recebê-las de uma forma nada amigável.

Distribuíram sanduíches naturais entre as barracas e uma garrafa de suco com copos descartáveis. Acho que por outro lado, Phoebe tinha razão sobre trazermos nossa própria comida. Depois da refeição sem potencial de deixar alguém satisfeito, o acampamento inteiro se reuniu com os professores para se iniciar as provas. E eu estava certa, nossa escola contra a escola de Jenna.

Fomos conduzidos à um lugar do outro lado desse território de descanso, não sei como se fala, mas com certeza a brisa parecia ser mais fresca. Dali era possível avistar um riacho, com uma ponte nada confiável que alegam ser segura. Tivemos que cruzar aquilo, mas valeu à pena, porquê me possibilitou mais um encontro com Jenna.
Ela usava um fardamento formal, uma camiseta com o nome da escola e a cor azul, do time, com o restante do seu pessoal. Os meus colegas e eu usávamos uma espécie de bracelete de borracha com a cor vermelha. Apenas isso indicava o nosso time.

Admirando ela do outro lado, eu não conseguia tirar da cabeça a vista que tive mais cedo. Do seu cabelo bagunçado e da blusa desajustada.
Um orientador do acampamento nos chamou a atenção, com o começo da competição, tive Cameron como dupla. Eu não tinha nenhum problema com isso, ao lado dele me sentia confortável demais pois as suas conversas me faziam esquecer do porquê estávamos numa outra fila.

─ eu ouvi dizer, que vai ter uma festa com as duas escolas. ─ ele sussurrou para mim, durante a uma das provas que nossos colegas competiam.

─ como assim? ─ pergunto, sem deixar de observar que estávamos ganhando com essa coisa de "tiro ao alvo".

─ o professor de ciências falou que é uma comemoração e uma premiação à equipe vencedora.

─ isso! ─ digo quando o Max, o atleta da turma consegue fazer cinco pontos por um tiro certeiro. ─ se é pra equipe vencedora, porquê as duas escolas tem que se juntarem?

─ eu não sei, acho que é pra sentir a humilhação.

Dois garotos da equipe concorrente notaram a minha conversa com Cameron, eles nos encararam com um olhar de fúria que nos possibilitou um riso nada agradável.

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autora: espero que vocês tenham gostado do reencontro delas e que vocês gostem, também, do meu endgame.

Confesso que tô bem inspirada e não quero nem terminar essa história, obrigada por tudo! Inclusive, pelos +2K de views. <3

MEELTING - Jenna OrtegaOnde histórias criam vida. Descubra agora