Desejo e prazer

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Vanaris era sempre quem liderava o grupo em todas as suas viagens, buscando as mais remotas vilas com problemas que seus reis e senhores não se importavam para defender; uma nobre protetora dos indefesos, por assim dizer.

Foi assim que o grupo chegou à pequena Esarion, um pequeno vilarejo remoto no meio da selva densa, numa região bem fria e ao norte, povoado principalmente por elfos da floresta, mas também gnomos, halflings, goblins e alguns humanos, que sobreviviam da caça e da coleta de frutos silvestres, quase como se ainda num estágio tribal da evolução. Lá, louvavam deuses da selva e da caça, como Elebrin Iiothiel, Sheela Peryroyl e Auril, a donzela de gelo.

Ouviam rumores sobre lá, haver uma maldição. Em algumas das histórias, se tratava de uma bruxa; noutras, um lich; até um demônio, em alguns casos. Entre os poucos aventureiros que ouviram sobre o caso, nenhum estava disposto a enfrentar a saga até uma localização tão remota para realizar um trabalho ingrato que a vila possivelmente sequer teria recursos para pagar. O reino também não estava interessado em resolver o problema, preferindo varrê-lo para debaixo do tapete.

Niao normalmente teria ignorado a situação, mas a bondade de seus companheiros a contagiou. Além disso, Vanaris sempre comentava sobre como Niao parecia perdida, como ela deveria se conectar com as pessoas para se encontrar.

É uma lição que nunca saiu de sua mente.

Apesar do frio e das dificuldades, o grupo seria recebido de forma calorosa. Assim que a notícia da chegada de heróis com a intenção de terminar a maldição se espalhou, a hospedaria local ofereceria quartos e refeições de graça, o prefeito já oferecia a gratidão eterna da cidade e que estatuetas de madeira dos heróis seriam esculpidas para serem exibidas aos viajantes que passassem pelo local, o único bardo da região prometia o maior épico de todo o seu repertório, antes mesmo que solucionassem o problema.

 Assim que a notícia da chegada de heróis com a intenção de terminar a maldição se espalhou, a hospedaria local ofereceria quartos e refeições de graça, o prefeito já oferecia a gratidão eterna da cidade e que estatuetas de madeira dos heróis seri...

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Até que conseguia compreender o que Vanaris sempre dizia sobre o sorriso do povo ser a única recompensa que precisa, quando vivia momentos assim.

Era um vilarejo frio, estalactites de gelo sempre se formavam nos tetos das construções, uma neve fofa sempre cobria o chão. De acordo com as histórias, no entanto, o inverno era sempre ainda pior, mortal para uma parcela considerável dos poucos moradores, parte da maldição. As plantações não cresciam, o rio mais próximo congelara e começara a secar por debaixo do gelo, e criaturas de gelo invadiam regularmente a cidade, forçando todos os moradores a se abrigarem no velho forte ao norte, às vezes por dias, para que quando voltassem, encontrassem itens estratégicos faltando, estruturas quebradas, alimentos queimados, como se as criaturas estivessem tentando sabotar a cidade.

"Parece que há um templo na fronteira da cidade dedicado a Auril, mas poucos são os que vão lá."

"Auril? Quem é essa?"

"A Donzela do Gelo, ou algo assim. O taverneiro me disse que alguma coisa aconteceu uns anos atrás e pararam de ir até o templo dela, atualmente só um cara vive lá. Depois disso, os invernos começaram a piorar."

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