Anel dos três desejos

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Por alguma razão, Niao não decidiu se separar daqueles três logo após aquele encontro, embora tenha de admitir, sua ajuda, ainda que mínima, fora uma ajuda. Rapidamente, o grupo chegaria à sala final do castelo, onde encontrariam um baú com ouro, prata e algumas gemas, assim como um anel de platina que batia com a descrição que lhes fora dada.

Não parecia mágico para Niao, mas ela sabia melhor do que questionar pedidos claros. E assim, levaram de volta os tesouros e o item ao homem que pedira por eles.

Aparentemente, aquilo era pra ser um Anel dos Três Desejos, mas a julgar pelo acesso de raiva e frustração do homem, ou a história toda era uma pura mentira – algo que não surpreenderia Niao, visto a falta de desafio num lugar que todos diziam ser uma grande armadilha mortal – ou a última carga já fora usada há muito tempo.

O homem, então, recusaria-se a pagar o grupo pelo serviço, afirmando raivosamente que estavam tentando lhe passar a perna. Vanaris e seus amigos apenas encolheram os ombros e, conformados, começaram a se retirar.

Não Niao, no entanto. Esse homem não era o Lorde Yeenoghu e, mesmo que fosse, Niao já não possuía mais aquela sua antiga natureza; embora não compreendesse, se tornara capaz de sentir raiva, vontades e frustrações.

"Você é idiota?"

"Quê?! Como se atreve a falar assim comi..."

Mas o homem não teve a chance de finalizar a sua sentença: a lâmina rubra de Niao logo encontrava-se a milímetros de seu pescoço, num movimento rápido que quase fez o arrogante mercador se molhar.

"A lenda era falsa, imbecil. Mas a missão foi cumprida. É bom pagar o que deve, você não sabe com quem está mexendo."

Pelo canto dos olhos, Niao notaria alguns detalhes.

Um corvo, pousado à janela, observando-a através do vidro. Não possuía a expressão normal de um corvo; a julgava com uma profundidade e inteligência que um simples animal não seria capaz.

Os dois amigos de Vanaris, virando-se rapidamente para ela quando estavam prestes a sair, Varis puxando o seu arco com um o olhar assustado, Khulad segurando seu cajado druídico, sem reação, quase como se não a condenasse. Vanaris, ainda de costas, não teve tempo de reagir.

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