All Too Well - BTS Stellatrix

𝟐𝟑. 𝐢 𝐝𝐨𝐧'𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭 𝐭𝐨 𝐦𝐢𝐬𝐬 𝐚 𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠.

I could stay awake just to hear you breathing, watch you smile while you are sleeping, while you're far away and dreaming, I could spend my life in this sweet surrender.

POV HANNAH

Todas as vezes que Elizabeth precisava resolver algo em relação a Sadie ou até mesmo descansar, me deixava sentada ao lado dela tomando conta da situação. Sinto que essa semana ganhei alguma confiança da sua irmã que parecia tão desolada e desesperada quanto eu. Paulina apareceu algumas vezes, insistia em vê-la mas saía sempre em prantos então decidimos que seria melhor ela visitar menos. Nem todas as pessoas sabem lidar com isso, é muito doloroso ver de perto quem amamos doente ainda mais quando está dormindo mais do que o previsto. Ela está viva? Ela está morta? Não e não, está entre um e outro, ninguém sabe qual será a direção. Até onde o limbo nos fadiga? As vezes o que é mais angustiante entre o sim e o não é o talvez. Talvez ela sobreviva, talvez não mas o que posso fazer? Esperar, o médico dizia sem remorso, sem cuidados, esperar. E o que significa esperar quando os nervos estão a flor da pele? Quando é necessário ser forte para cuidar daqueles que também estão aflitos por uma resposta? Sei bem o quanto sou agoniada e ansiosa, nasci de sete meses e não a toa porém... Sendo egoísta e miserável, guardo para mim que prefiro o talvez e a espera do que uma resposta negativa mas esse é meu segredo. Estou segurando a mão da minha preciosa Sadie, compartilho alguns dos meus pensamentos com ela e isso é algo novo já que meus pensamentos são apenas meus a tanto tempo e me prometi que se ela acordasse, eles também seriam dela. Em alguns instantes me pergunto se apenas falo coisas avulsas para não restar o silêncio entre nós e meu medo gigante de nunca mais ouvir sua voz doce e em outros, sinto que falo justamente porque ela não vai ouvir.

— É muito bom para o paciente. — Uma voz atrás de mim ressoa e olho assustada como se tivesse sido pega em flagrante, era uma enfermeira que segurava um tablet e sorria para mim como se houvesse algo feliz no quarto e não havia.

— O que disse? — Havia um certo interesse em minha voz e ergui as sobrancelhas.

— É realmente bom para o paciente isso que está fazendo, ela pode estar escutando suas palavras, isso estimula o cérebro dela e ajuda com que reaja. Você não sabia disso? — Ela dizia e ajeitava a agulha no braço da Sadie e logo após trocar o soro arruma a sua cama parando na porta antes de sair.

— Não... — Fui curta em minha resposta e refleti curiosa.

— Achei que a irmã dela havia te dito isso, ela também conversa bastante com a garota. — Segurou na porta de vidro e acenou com a cabeça. — Se me der licença... — E se despediu enquanto encarava a Sadie me levando a fazer o mesmo.

— Então... Mocinha... Você está me ouvindo? — Encarei ela enquanto fechei um dos meus olhos e abri o outro. — Pode se mexer, não estou vendo, eu juro! — Agora tapei minhas mãos com os olhos mas claro que me atrevi a dar uma brecha para um dos meus olhos verem entre meus dedos. — Sadie não estou espiando, pode dar alguma resposta.

Me levantei e comecei a sondar sua cama que estava alta mas era cabível a mim, então ia de um lado para o outro. — Vamos, não seja tímida! — Segurei sua bochecha e apertei devagar. — Se continuar quieta vou te morder! — Ameacei mas não havia resposta. — Combino com você o seguinte, eu danço e me humilho, você sorri! — Comecei a arquitetar meios de convencê-la a se mover, se podia me escutar, podia reagir... Foi o que pensei.

Então vim para seu lado permitindo que seu campo de visão me sentisse, mesmo de olhos fechados liguei em meu celular no tiktok, odiava entrar nisso porém... Estava literalmente fazendo algo de alívio cômico por ela. Comecei a erguer meus braços pela minha cabeça e girar de lado, subia e descia até o chão e deixava a música ridícula rolando enquanto ia para um lado e outro, sinceramente era boa em dançar mas não isso, criticava tanto... Continuava a dançar até que ouvi uma voz alta atrás de mim.