All Too Well - BTS Stellatrix

𝟏𝟖. 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐲𝐨𝐮 𝐦𝐞𝐚𝐧 𝐭𝐨 𝐦𝐞.

I thought I was protecting you from everything that I'd go through but I know that we got lost along the way. (...) Just know that I'm sorry I never wanted to make you feel so small.

Point of view Hannah

Eu poderia estar entendendo tudo errado, ou preferia entender. Em momento algum cogitei que poderia existir outra pessoa na vida da Sadie, acho que estava sendo bem presunçosa em acreditar ser a única quando de fato ela era interessante até demais. Queria ter entendido errado as vezes que ela me recusou em qualquer tentativa de alcançá-la, associei o fato da sua irmã estar por perto um motivo cabível para qualquer contato que não pudéssemos ter por um tempo. Encontrar o melhor momento de se redimir poderia ser o ideal para finalmente obter o perdão... Tudo que conseguia pensar agora era que estava diante dela e da garota que a levou para a cama, ou algo assim. Tive todas as chances do mundo e a perdi, a perdi por mérito meu e da minha cabeça infeliz... A perdi pela insegurança de ter algo bom em minha vida e pelo método fácil de expulsar o que me agrada e aquece meu coração... A perdi por sabotagem, por descrença, desvantagem, ingratidão. A perdi porque quis, ciente dos motivos, do caminho, da ruína em que me encontraria... Porque é o que sei fazer quando encontro algo estável, me divirto até não poder e quando não posso mais, me torno um ser humano horrível e é preferível assim porque se for é irreversível, não há como reatar os nós das feridas quando as machuco. A diferença é que dessa vez eu gostaria de retomar os passos e beijar as cicatrizes... De cuidar de cada uma delas até encontrar seu olhar e implorar por seu amor. As pessoas presumem o pior de mim, romanticamente falando. E eu prefiro que sim, que me achem volúvel, fútil, vulgar. Como se não gostasse de me sentir amada, como se fosse apenas sexual, como se não pudesse me envolver... Nem sempre. As vezes gostaria de me permitir ser amada e as vezes... Eu quase cedi. Abby sempre me mostrou o que eu poderia ter, sempre foi tão suficientemente bom encontrar nela exatamente tudo que preciso... Não consigo confiar em mim para sustentar isso caso estrague tudo sem querer e ela vá embora por toda a vida. Ela merece mais, mais do que acha que quer, mais do que ache que quero, mais do que a mim romanticamente falando... Eu consigo controlar! Jamais me perdoaria não ser tudo que ela precisa e consigo ver a Adeline florescendo ao seu lado e não importa quanto meu peito sinta um desconforto por perder minha prioridade em sua vida, me sinto satisfeita por entender que agora sim é digna de merecer algo incrível. Quanto a Sadie, é quase igual... Até não ser. Acredito nas mesmas coisas que desejo para a Abigail com uma diferença justa, eu cedi. Por tudo que penso sobre minha alma traiçoeira, com ela não consigo controlar... Desde que entendi isso decidi ir em busca de retornar ao início, aceitar algo que poderia ser maravilhoso em meus dias... Estou tentando acreditar no que ofereço ao mundo, positividade, alegria, euforia, luz. Me esforçando de forma consistente para abraçar o que me faz feliz porque posso merecer isso. Fingi que estava tudo bem agir como uma mulher apaixonada que não desiste do que quer até encontrar seu rosto todo borrado e sentir meu coração quebrado mais de uma vez e juro que se tudo o que dizem sobre karma era uma teoria, posso confirmar que é real. Respirei fundo querendo partir para cima da garota, meu rosto fervia mas tentei conter fechando meus punhos apertando minhas mãos para não fazer nada que pudesse arrepender me lembrando que teríamos trabalho juntas logo mais e por mais que tudo aquilo ressoasse em minha mente como ''é sua culpa'' nem sempre agimos racionalmente quando o coração explode dentro de si, tudo que conseguia sentir era um misto agudo de raiva e tristeza subindo meu olhar para cima algumas vezes segurando o choro. Sadie me olhava puxando para fora encostando a porta e pedindo licença para Paulina, agora estávamos só nós duas novamente apenas em silêncio enquanto seus braços estavam cruzados.

— O que você realmente quer, Hannah? — Respondeu de braços cruzados enquanto segurei seus braços que estavam cruzados e segurei-os com cuidado.

— Você... Eu quero você. — Minha voz estava mais rouca que o normal, um tanto melosa enquanto olhava para suas sardas que seguiam até seus lábios sentindo meu coração gritando para tê-los para mim.

— Não, Hannah. Você não me quer, deixou claro isso... Posso enumerar os motivos! Se você me quisesse eu seria alguém para você! — Sua voz era irritadiça, dura e fria... Como nunca antes e olhava diretamente em meus olhos enquanto a segurava.

— Você é alguém para mim! Você sabe que é! — Trouxe uma manha explícita em meu jeito na necessidade que ela acreditasse em mim, não funcionou.

— Não sei, Hannah. — Descruzou os braços me soltando mas não se afastou quando dei um passo para frente sentindo sua respiração próxima a minha. — Juro que dentro de mim estou te olhando morrendo de vontade de acreditar em cada mínima coisa que você diz, mas não sei.

— Então nela você acredita? — Meu ciúmes falou mais alto levantando um pouco a voz e olhando para a porta. — Ela pelo menos te faz feliz?

— Não, não exatamente... Por sua causa. — Sua voz baixava. — Estou com medo de não conseguir acreditar em outra pessoa novamente mas... — Ela deu uma pausa. — Ela me faz feliz... Não como você fazia, não do mesmo jeito... — Então consigo perceber ela oscilando levantando seu olhar para mim quando apenas fiz um silêncio.

— Sadie, não estou mais negando o que sinto por você. — Falei baixo encarando a ruiva e segurando suas bochechas enquanto passava o polegar sobre elas acariciando e fechava os olhos por um instante.

— Mas eu estou... — Ela disse ainda de olhos fechados até abrir e filtrar nos meus azuis. — Agora estou negando o que sinto por você. — Seu silêncio era algo tênue, sua voz não condizia com a frase... Aquela tensão percorria entre nós e gritava até eu segurar sua nuca a puxando para um beijo lento e intenso que me entregava tanta nostalgia me fazendo puxá-la mais para mim com meu outro braço. Sadie apoiava suas mãos em meus ombros correspondendo aquilo com uma ardência que acelerava o ritmo enquanto nossas línguas se cruzavam buscando a sintonia perfeita enquanto fui abraçando sua cintura e acariciando dando alguns apertos pressionando nossos corpos até finalmente depois de um tempo encerrarmos aquilo quando puxei seus lábios até soltá-los com um sorriso estampado na cara deixando nítido o semblante bobo e  ousado. 

—  Não sinto que está negando... — Mordi meus lábios. — Você pode até querer... Acredite, eu também quis. Mas somos inegáveis...

— Estou confusa, Hannah... Muito machucada. — Respondeu segurando meus cabelos e colocando para trás da minha orelha com suavidade então soltei um suspiro.

— Posso te ajudar você... Ou esperar... — Expliquei.

— Por favor, para... — Sua voz mansa era insistente. — De tornar mais difícil para mim não te amar.

— Não precisa ser difícil, eu te amo também! — Ela me deu alguns beijos no meu maxilar até selar meus lábios devagar e soltá-los agora se afastando.

— Passei tanto tempo esperando te ouvir dizendo isso... — Sadie dizia indo para a porta abrindo-a. — Vá para casa, Hannah... Não me espere. — Senti a tristeza da sua voz ao me olhar e dar as costas, por mais que estivesse me sentindo contente pela conquista de beijá-la pude entender a resistência pelas marcas do nosso passado. Quem sou eu para falar sobre desconfiança se justamente me protejo de tudo o tempo inteiro... Toda autocrítica se instalou no caminho de casa, teria insistido mais só que naquele momento ela tinha alguém para voltar. E tudo certo... Mas eu não tinha. Estava tão perdida nas armadilhas desses sentimentos que não cogitei em momento nenhum confiar em suas palavras e ao invés da obediência que não me contemplou, decidi me esforçar em buscar métodos mais eficazes para tê-la novamente porque não me agrada voltar para uma casa vazia onde a sua ausência invade aquelas paredes por segundo. E o mundo me ofereceu mil lares, fechei cada porta que abri... Mas na dela, bem, sinto que preciso morar.