All Too Well - BTS Stellatrix

𝟐𝟒. 𝐬𝐰𝐞𝐞𝐭 𝐜𝐫𝐞𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞.

Sweet creature, when I run out of road you bring me home.

Point of view Sadie

Hannah corria pelo gramado esverdeado e me abraçava com força, girando insistentemente enquanto me segurava pela cintura e apertava meu corpo com firmeza não permitindo que vacilasse em qualquer queda possível. Havia esperado tanto tempo por essa reconciliação, apertava seu rosto com minhas mãos comprimindo suas bochechas antes de selar um beijo calmo e fechar meus olhos como se isso fosse um sonho, não senti que poderia acreditar em uma felicidade como essas então voltamos ao mesmo parque onde havia algodão doce, churrasco, cerveja... Ninguém comeu nada dessa vez mas decidimos ir a roda gigante como um grande flashback, nós focamos no céu que estava rosado misto a um lilás enquanto o sol era poente levando a um anoitecer enquanto podia sentir seu cheiro que continha um novo perfume ainda sendo doce e gostoso, ainda era bom abraçá-la na frente de todas as pessoas que insistiam em nos fotografar enquanto me levava para sua casa e estávamos num jantar com seus amigos, todos eles sabiam que éramos namoradas de agora em diante. Hannah me olhava sorridente com tanto brilho que era notável, quando dessa vez segurou a minha mão com tanta força deixando meu coração palpitar aceleradamente enquanto corava com a atenção dos seus amigos para ambas, senti que era um evento que todos contemplavam mas quando fomos guardar as coisas na cozinha senti uma leve angustia sem nem mesmo entender até a loira me abraçar com amor me pedindo desculpas, era delicado e calmo mas ela repetia isso com tanta segurança entre choros que agora estavam em seus olhos então agora não era ela que limpava minhas lágrimas, eu fiz isso... Tentei cuidar dela para que não se afogasse em culpa, não havia porque culpa se sinto do fundo do meu coração que não existe ressentimentos. Olhei para ela dizendo que estava tudo bem porque já fez e esperou o suficiente... O tanto de coisa que recompensamos, não há nada além que pudesse nos separar agora. Hannah não me ouvia, continuava pedindo desculpas repetindo como odiava a si mesma e de repente Elizabeth entra na cozinha olhando para nós duas em direção a minha namorada lançando a pergunta sobre o que se tratava, me esquivei em um susto por saber como minha irmã detestava a mesma e me pus a frente da Hannah... Ela não parecia agressiva, de repente se entendiam, se ela se mexesse eu me mexia... Ela saiu num estado de prantos para uma dança que me dava vergonha e me fazia rir. Beth negava com a cabeça revirando os olhos para a Hannah dizendo como isso estava errado mas parecia um combinado, a loira me instigava pedindo para eu me mexer também e eu estava pronta para entrar nesse jogo ridículo para provocar minha irmã e fazê-la rir mas meus pés de repente estavam presos até olhar para o chão e não ver chão, me senti trêmula de medo mas não tentei me mover com medo de cair nesse buraco escuro pois as meninas não estavam nele, apenas eu. ''Eu danço, eu me humilho, você ri.'' Eu estava rindo, ela não estava vendo? ''Não é por uma dança de tiktok que ela vai... Acordar.'' As vozes da Hannah e da Beth estavam ficando distantes e de repente cai num vácuo que estava abaixo de mim dando um grito em eco que parecia estar em minha mente então havia entrado no carro com minha blusa suja e ela ria de mim, a loira que me despertava sentimentos nervosos e confusos, ela ria e o vento estava pleno nesse dia batendo em seus cabelos mas não parecia prestar atenção em mim até olhar me pegando num flagrante e então estávamos filmando uma cena, agora éramos Beatrix e Stella, estávamos competindo traumas... Eu calçava o seu crocs, fingia extermina-lo com meus falsos poderes, bebíamos juntas em sua casa e nós tivemos nosso primeiro beijo mas não cedi de primeira ao tentar outras coisas, quando pisquei os olhos estávamos cantando músicas de High School Musical na casa da Abby que estava distante segurando a cintura da Adeline erguendo uma taça de vinho a nosso favor... Um telão se abria mostrando uma entrevista da Hannah falando que eu era a pessoa favorita para ela trabalhar no cast e então a abracei naquela sala onde ficamos algumas vezes dentro do set, comandava aquele momento quando a Paulina batia em minha porta me pedindo em namoro e olhei confusa para a Hannah que estava com poucas roupas jogadas ao chão sem entender o que estava fazendo já que as coisas estavam esclarecidas... Mas saímos dali, estava tocando Shawn Mendes para a Paulina e então ela me beijou, me senti uma traidora que era incapaz de rejeitar isso só que... Eu tenho uma namorada, não posso permitir... Tiro as roupas dela mas quando ela estava no sofá, vou até a campainha recebendo um buquê de flores e me sinto flagrada pela minha namorada, quando a de cabelos enrolados vem ao nosso encontro sou envergonhada e quando tento me explicar, Hannah me beija enquanto estamos a sós, nossas lágrimas se fundem e me sinto tímida por ser amada mesmo em meu pior momento... Achei que estávamos indo comemorar pois me puxava pelo braço me pedindo para esperar um instante enquanto ela tirava fotos em uma sessão que era semelhante aos primeiros dias tentando me provocar e despertando várias emoções, deixando meu corpo quente por tanto desejo... Era tudo tão novo. Recebia algumas mensagens da Paulina e deixava cair na caixa postal com um leve embrulho no estômago e ela aparecia no meio do ensaio me questionando porque estava fazendo isso com ela, respirei fundo com um leve cansaço em meu peito e quando fechei os olhos estávamos na cama dormindo abraçadas depois de um dia difícil quando expliquei para ela que estava namorando a Hannah mas que também a amava... Então me entendeu, com dor e pesar, me entendeu... ''Volta para mim, volta para nós, volta para Hannah... Só volta...'' Ela respondeu entre fungadas em minha testa, pude sentir mas não pude me mexer. Elizabeth me chamava com tanto desespero, tentei tocá-la mas me senti fraca, tonta, fui inútil na tentativa. ''HANNAH, POR FAVOR.'' Então notei a loira no canto da sala me puxando para ela num semblante atordoado me pedindo por coragem, assumindo que me amaria de qualquer forma, ''Eu poderia ter te dito isso mais vezes'', ''Por favor, Reaja...'' ''Se você se mexer...'' As vozes começaram a ficar mais confusas tornando incapaz que eu entendesse o que era realidade ou fantasia, mas Hannah me trazia mais flores, algodão doce e cantava para mim enquanto dançava me pedindo para sorrir e por um segundo sorri, consegui realmente sorrir, consegui sentir minhas mãos formigando e geladas até três pessoas falarem comigo... ''Sadie? Sadie?'' Caí novamente no buraco mas quando me afundei na escuridão enxerguei um céu cheio de estrelas me sentindo plena pela intensidade da melancolia, eu ficaria aqui para sempre... Como poeira estelar. Tudo ficou mais claro numa luz ardente quando notei que era uma mini lanterna em direção ao meu olho, era um doutor avaliando algo e meu coração começou a acelerar por estar tão assustada e desacreditada, não soava mais lento.

— Você está sentindo suas mãos quando faço isso? — Ele me tocava devagar pelos meus dedos e pulso que investigava batimentos, apenas concordei quando fez a mesma pergunta sobre minhas pernas e pés. — Como está se sentindo agora? Vou solicitar mais exames.

— Viva... — Respondi num sarcasmo fraco olhando para Paulina e Elizabeth que estavam em pés e aflitas. — Cadê a Hannah? — Tudo estava tão mais intenso em mim agora, só podia pensar egoisticamente no quanto precisava dela aqui.

— Ela... Ela vai vir, ok? Deve estar chegando! Estávamos tão preocupadas, Hannah não saiu de perto de você esse tempo inteiro... Mandei ela para casa, precisava descansar ou ia pirar. — Beth respondia tentando me confortar e dei um sorriso de canto.

— A dança estúpida dela me fez sorrir. — Minha voz era baixa e Paulina segurava minha mão.

— É bom saber disso... Estou respirando aliviada sabendo que você está de volta. — Paulina dava um beijo em minha testa.

— Que método peculiar mas eficaz de fazer você viver. — Minha irmã ria e colocava meus cabelos ruivos para trás.

— Não parece tão peculiar, me fez sorrir e do que é a vida sem doses de felicidade? A minha está escassa... — Respondi sem grosseria, explicando docemente.

— Do que você se lembra? — Paulina parecia curiosa.

— Aparentemente... Eu me lembro de tudo muito bem. — Respondi como se batesse todas as minhas emoções num liquidificador, sentindo que sei a direção a qual deveria seguir e então, meu rosto transparece um semblante livre, calmo, afetuoso junto a um sorriso espontâneo ao ver Hannah, Abigail e Adeline através do vidro no fim do corredor... Consigo sentir que ela é como uma doce criatura que veio me levar para casa.