09.

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   — EU GANHEI!

Atirei-me frustrada na areia, vendo o loiro sorrir vitoriosamente para minha direção.

— Não é justo! - reclamei. — Você tem uma clara vantagem chamada calça. - Apontei para a calça dele e depois para o meu vestido, uma ação que só aumentou a provocação do garoto.

— Não tem problema ser uma perdedora. - Ele zombou. — Você só tem que aceitar isso. Eu sou melhor neste jogo.

Eu gemi quando me levantei e sacudi a saia do vestido.

— Vamos ver se você ainda é o melhor com cinco camadas de saia e uma camada gigantesca de tecido - Sacudi a saia para que ficasse presa nas camadas. — Você sabe como é difícil não se esfregar nas pedras? - Apontei as linhas mal dispostas.

Depois de cruzar o jardim, havia uma clareira com duas barracas bastante próximas em frente a uma ponte e um pequeno lago; atrás dela, uma parede se erguia em uma colina entre várias árvores. Felix havia me explicado que poucos conheciam o local por ser uma área proibida e pelo que a vila entendia os arredores do castelo terminavam com o jardim, ele também explicou que de vez em quando havia guardas de confiança durante o dia vigiando, entre eles o Minho que acabou por ser o de maior confiança do monarca e ao mesmo tempo a grande vantagem de Felix para poder fugir e divertir-se.

Porque era isso que Felix queria: se divertir. E ele percebeu desde o momento em que sugeri um jogo improvisado de amarelinha enquanto esperávamos por Minho.

Vitória após vitória Felix havia perdido a vergonha e falava comigo com total confiança, algo que ainda não me incomodava com as piadas e zombarias.

— Vamos jogar de novo? - perguntou.

— Estou cansada. - falei.

— Já?! - Ele riu e se sentou na areia, batendo palmas. O olhei e sorri, mas depois logo levei meu olhar para a parede — Vamos jogar outro jogo amanhã? - Eu ri, ele parece uma criança.

— Quantos anos você tem, hmm? - Eu provoquei, me permitindo bagunçar seu cabelo de uma forma amigável.

— Me desculpe, eu não tive boa companhia por muito tempo. - Ele se desculpou com um sorriso e lamentou.

— Você não tem Minho?

— É diferente. - Ele suspirou. — Quando ele está aqui trabalhando, ele age como um guarda, não como meu amigo e quando ele está perto do meu pai...ele geralmente é muito sério, Deus - Ele gritou. — Eu odeio essa faceta de um admirável e correto guarda real. - Eu vi um beicinho se formar enquanto fazia uma pequena birra. — Não é engraçado.

Ri.

— Você é tão criança. - Eu cutuquei seu ombro de uma forma amigável e o escutei resmungar.

— Não sou criança! Eu sou um homem! - Ele se levantou e ficou na minha frente, com os dois braços ao lado do corpo em forma de jarra e o queixo levantado. — Vou fazer dezoito anos logo, já estou grande.

Eu comecei a rir.

Como ele, levantei-me e parei diante dele com o queixo erguido para olhá-lo com ternura e graça.

Ele ainda parecia um garotinho ainda com uma carranca no rosto.

— Ainda sou mais velha que você, então pra mim você é uma criança. - Mostrei a língua tentando irritá-lo.

— Você é boba.

Engoli em seco de surpresa, ofendida pelo ataque repentino.

— Eu não era uma deusa para você algumas horas atrás?

𝐒𝐊𝐘. lee minhoOnde histórias criam vida. Descubra agora