NARRADORA
Semana seguinte.
Terça-feiraAlexandre entrou na sala de Giovanna sem aviso prévio.
A morena encarou ele com as sobrancelhas arqueadas, se perguntando silenciosamente o que ele fazia ali.
"Posso ajudar?" Ela perguntou e Alexandre assentiu, estendendo um envelope bege na direção dela.
Giovanna o olhou confusa, pegando o mesmo.
"Estou oficialmente e legalmente pedindo a guarda compartilhada de Inã." Ele cruzou os braços e Giovannacomprimiu os lábios, abrindo o envelope.
E lá estava. A documentação que lhe faria ter que dividir seu filho.
Giovanna sorriu irônica.
"E como você está planejando fazer isso? Tipo, ele passa o ano comigo e as férias contigo? Ou você vai vir para cá todo fim de semana?" Ela perguntou, se levantando.
Alexandre negou.
"Eu e Karen estamos pensando em ficar." Ele disse e Giovanna cruzou os braços.
"Ue, mas Portugal não é a terra das oportunidades?" Ela perguntou debochada, fazendo Alexandre revirar os olhos.
"Eu posso continuar aqui. A gravadora é flexível, as pessoas me conhecem... O caminho já está meio andado." Ele explicou.
Giovanna assentiu, olhando para os lados.
"Entendi... Bom, boa sorte." Ela o olhou, pegando o envelope e lhe entregando.
Alexandre coçou a cabeça, se aproximando da moça.
"Sobre o nosso beijo na sua casa.." Ele murmurou e Giovanna bufou.
"Não era para ter acontecido." Ela disse. "Eu e você não vamos voltar a fazer isso. Nunca mais, esquece."
Alexandre levantou as sobrancelhas.
"Tá. Esquecido." Ele ergueu as mãos em redenção.
Giovanna apontou para a porta atrás dele.
"Tchau."
"Eu vou voltar para Portugal na segunda." Ele avisou, cruzando os braços.
Giovanna deu de ombros, desinteressada.
"Eu quero que Inã fique sabendo da verdade até sexta-feira." Ele pediu. "Você sabe.. Dar um passeio com ele antes de ir embora, com ele sabendo quem eu sou de verdade." Alexandre explicou.
Giovanna revirou os olhos.
"Você acha que é fácil, né? Simplesmente chegar na criança e dizer 'Ah, oh filho, Leonardo não é o seu pai, tá bom? O tio Ale que é! Lide com isso!' Não é assim que funciona, porra." Ela esbravejou.
"Eu até falaria, mas você mão iria deixar." Ele deu de ombros. "Então, faça as honras."
Giovanna suspirou e sorriu forçada.