the art of starting over

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NARRADORA

Gio, eu já disse que posso arrumar o Inã para a escola. — Alexandre disse encarando a moça através do espelho, onde ela terminava de se maquiar.

— Tem certeza? Nos últimos dias ele está impossível. Não quer ninguém além de mim. — A morena disse, se virando para ele.

Alexandre suspirou.

— Exatamente por isso. Ele está estranho e eu não estou gostando disso.

Giovanna riu fraco.

— Deve ser ciúmes, Ale. — Giovanna apoiou os braços no ombro dele e sorriu. — Ele estava acostumado comigo e com Leonardo, que não costumávamos demonstrar afeto na frente dele.

Alexandre torceu o nariz.

— Não sei como. — Alexandre lhe deu um selinho demorado. — Mas eu não quero que ele continue assim. Pô, tem que dividir a mamãe! — Ele brincou, a fazendo rir.

— Tá. Então, eu vou trabalhar.

Giovanna o beijou rapidamente, pegando sua bolsa, já indo em direção à porta.

— Você melhorou daquele mal estar? — Alexandre puxou a mão dela.

Giovanna assentiu.

Alexandre semicerrou os olhos, sem acreditar. Na noite anterior, a morena tinha acordado algumas vezes passando mal, o que, obviamente, deixou Alexandre em alerta.

— É sério. Estou ótima! — Ela se esticou e o beijou rapidamente. — Tchau, beijos.

Alexandre a soltou.

Faltava uma hora para Inã acordar, então, Alexandre aproveitou para cortar as frutas que o filho mais gostava e fazer um suco.

Quando terminou, colocou o pote e o copo numa pequena bandeja e seguiu para o quarto do menino.

Inã já estava meio acordado, se remexendo na cama - provavelmente esperando por Giovanna.

— Bom dia, filhão! — Alexandre adentrou o cômodo sorrindo, enquanto ligava a luz e equilibrava a bandeja na mão.

Inã o encarou e se cobriu com a coberta.

Alexandre colocou a bandeja na cama e se sentou, puxando a coberta do rosto de Inã com cuidado.

— Tá na hora de acordar, campeão. Você precisa comer e se arrumar para a aula. — Alexandre explicou e Inã fez bico.

— Onde a mamãe está?

— Ela foi trabalhar. —  Alexandre disse e Inã observou o café da manhã na cama. — Vem, senta aí. Comer rapidinho.

Inã, mesmo que sem querer, se sentou e começou a comer as frutas em silêncio.

— Filho, você não está gostando do papai com a mamãe? — Alexandre perguntou e Inã o encarou.

Ele deu de ombros.

— Gosto.

Alexandre semicerrou os olhos.

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