NARRADORA
Giovanna entrou na casa de Suelly com Inã em seu colo. O menino não queria de forma alguma largar a mãe.
— Ah meu Deus. — Suelly apareceu na porta da sala, sorrindo para Inã. — A vovó estava morrendo de saudades.
Suelly abriu os braços esperando o neto ir para seu abraço, mas não aconteceu. Inã apenas abraçou Giovanna mais forte, fazendo a morena suspirar.
— Ele está manhoso hoje. — Giovanna explicou, passando pela mãe. — Não fecha a porta, Alexandre vem vindo.
Suelly juntou as sobrancelhas.
— O que?
Giovanna colocou sua bolsa no sofá e pediu para Inã se sentar rapidinho na poltrona.
—Vamos conversar com você, mãe. — A morena disse.
Alexandre adentrou a casa logo em seguida, se sentindo meio estranho por estar naquele lugar depois de tanto tempo.
Ele coçou a cabeça e sorriu nervoso para a mãe de Giovanna.
— Por isso se divorciou de Leonardo, Giovanna? Para voltar para esse homem? — Suelly perguntou incrédula.
— É bom te ver novamente também, Dona Suelly. — Alexandre colocou as mãos para trás e Giovanna bufou.
— Vamos conversar na cozinha. — A morena pediu.
Giovanna estendeu seu celular para Inã, afim de manter a criança entretida durante a conversa.
Os três foram para o outro cômodo, onde Suelly cruzou os braços esperando uma explicação dos dois.
— Mãe, eu e Alexandre reatamos.
Suelly levantou as sobrancelhas.
— Depois de muita conversa, é claro. — Alexandre continuou. — Não só por Inã. Mas por nós dois.
Giovanna assentiu.
— Eu vou morar no apartamento dele com Inã, então, não precisa mais se preocupar com isso. Estaremos bem.
Suelly riu irônica.
— Tão bem igual quando ele te largou? — Suelly cruzou os braços. — Porque agora é fácil ele assumir o seu filho, mas quando você estava sofrendo pelos cantos dessa casa, se perguntando o que tinha feito de errado, quem estava do teu lado era eu, sua irmã e o seu marido!
— Leonardo não é mais meu marido.
Giovanna murmurou.
— Você jurou amor eterno à ele.
Giovanna riu irônica.
— Igual o papai fez contigo? — A morena cruzou os braços. — É melhor não falar do que não sabe, mãe. Eu não vim aqui pedir sua opinião nem nada. — Giovanna passou a mão no cabelo. — Sou grata por tudo que a senhora fez por mim, mas não sou mais uma menininha. — A morena disse.
Suelly ficou surpresa.
— Eu peço perdão pelo o que eu fiz no passado, Dona Suelly. — Alexandre disse. — Eu realmente mudei, e meu filho e Giovanna são minhas prioridades. Onde eu for, eles vão, e onde eles forem, eu vou junto. Quanto a isso, a senhora pode ficar despreocupada.
Suelly dividiu os olhares entre os dois.
— Eu não confio em você, Alexandre. Me desculpa.
Alexandre engoliu em seco.
— E mesmo que eu e Giovanna tenhamos nossas diferenças, eu ainda vou me preocupar com ela e com meu neto. Porque eu cuidei deles no momento que tu deixou o barco. — Suelly disse. — Mas sei que independentemente da minha resposta, Giovanna vai fazer o que quiser, então, tudo bem. — A mais velha deu de ombros. — Desejo boa sorte para vocês.
No fim das contas, Giovanna decidiu não almoçar ali. Seria muita informação. Muita coisa para aguentar. Então, eles foram direto para a casa de Alessandra.
A moça os recebeu animada, feliz por tê-los ali.
Alexandre se apressou em se juntar a Rodrigo, e Inã continuou grudado em Giovanna.
— Ei, baixinho, tu não quer ir brincar com a Gabi? — Alessandra cutucou o sobrinho, que negou.
Giovanna balançou a cabeça.
— Ele está assim desde manhã. Só quer ficar comigo.
Alessandra semicerrou os olhos.
— Então, você chama ela para mim? Para irmos comer churrasco. — Alessandra tentou, querendo ficar sozinha com a irmã.
Inã suspirou, mas foi.
Giovanna se sentou no sofá e encarou Alessandra.
— Como foi na mamãe?
— Insuportável. Nada muito diferente do normal, né. Ela ainda odeia o Alexandre. — Giovanna suspirou. — Mas eu não posso fazer nada. Vamos morar juntos e ser uma família, ela querendo ou não.
Alessandra sorriu orgulhosa, sabendo o quanto a irmã almejava aquilo na época em que estava grávida.
—
Falando em família... — Alessandra se ajeitou no sofá. — Já ouviu falar daquelas coisas que falam sobre o filho mais velho ficar mais grudado com a mãe quando ela está grávida?
Giovanna a olhou com os olhos arregalados.
— Que?
Alessandra riu.
— É sério! — Ela disse. — Você e Alexandre transam com proteção?
Giovanna negou.
— Não, mas eu tomo remédio certinho. Desde que me casei com Leonardo.
— E com ele você usava proteção?
Giovanna coçou a cabeça.
— Sim, mas pode acontecer e não aconteceu. Não vai ser com Alexandre que vai rolar.
Alessandra se levantou animada.
— Você tem que fazer um teste!
Giovanna negou.
— Não. Eu não venho sentindo nada de diferente.
— Mas Inã sim!
Giovanna riu alto.
— Para de ser louca. Isso é superstição, tá? — Giovanna levantou. — Vamos, que eu tô com fome.