NARRADORA
Giovanna seguiu o conselho de Alexandre e de Alessandra.
Como a casa em que a morena morava com Leonardo havia sido vendida, ela e Inã estavam morando momentaneamente na casa da mãe da moça.
Nos primeiros dias em que estavam lá, foi complicado para Inã entender o motivo pelo qual eles estavam lá e porque Leonardo não estava junto.
Mas, conforme as semanas foram se passando, o menino entendeu que o "pai" não viveria mais com a mãe.
Além que era péssimo para Giovanna ficar na casa da mãe. A mais velha passava a maior parte do tempo reclamando sobre como a filha não conseguia manter um relacionamento estável, e que esse vai e vem iria afetar Inã.
Giovanna, já acostumada com as provocações da mãe, simplesmente fingia que não era com ela.
Ganhando mais reclamações quando a morena passou a sentir mal de vez em quando - provavelmente devido ao estresse que vinha passando, precisando de um pouco mais de atenção.
Na semana em que a morena conseguiu tirar folga do estúdio, resolveu passar alguns dias no sul do país. Era um dos lugares que ela e Leonardo planejavam visitar depois que Inã estivesse maiorzinho e nunca cumpriram.
Alexandre se disponibilizou para levá-los para o aeroporto e buscá-los quando voltassem.
Os dois poucos se falaram, apenas se despedindo e pronto.
— Mamãe, não quero viajar sem o meu papai. — Inã resmungou enquanto tentava olhar para trás procurando Alexandre, que continuava parado observando os dois adentrarem o portão de embarque. — Porque ele não vem?
Inã acenou uma última vez e olhou para Giovanna de bico.
— Porque vamos viajar só nós dois. Vai ser legal. — Giovanna sorriu.
Inã fez carranca e continuou a andar de braços cruzados.
— Quando voltarmos, podemos viajar com ele, então? Ele vai ficar triste, mamãe! — Inã resmungou.
Giovanna suspirou.
— Podemos, filho. Agora vamos.
As duas semanas passaram voando. Giovanna mal notou quando o dia de voltar para o Rio chegou.
Inã, por outro lado, não via a hora de chegar em casa para poder ver o pai.
E Giovanna não podia - e nem queria - negar que estava sentindo falta de Alexandre também.
— Papaaaaai!
Inã saiu correndo quando viu Alexandre parado na frente do portão de desembarque, esperando por eles.
— Que saudades, campeão! — Alexandre apertou o filho, beijando seu rosto. — Como foi a viagem?
— Legal. Mas você não foi. — Inã fez bico e passou os braços pelo pescoço dele, ficando mais próximo do pai.
Giovanna se aproximou, com as malas e um sorriso no rosto.
— Oi, Ale. — Giovanna cumprimentou e Alexandre se aproximou mais.
— Oi, Gio. Como foi o vôo?
— Foi ótimo.
Ele assentiu.
— Que bom. — Ele alcançou o rosto dela, beijando a bochecha dela. — Vamos? A Ana fez almoço lá em casa.
Giovanna assentiu.
O caminho no carro foi preenchido por Inã falando da viagem, comentando sobre tudo que havia feito com a mãe enquanto Giovanna permanecia em silêncio e Alexandre apenas respondia o filho.
Quando chegaram no apartamento de Alexandre, já puderam sentir o cheiro de comida fresca no corredor.
Inã entrou na casa correndo, procurando pela tia.
Alexandre pegou as malas de Giovanna, entrando na frente da morena, que encostou a porta.
Diferente do que estavam acostumados de comer na casa dd Alexandre - macarrão - Ana havia feito um almoço mais completo, o que deixou Giovanna aliviada.
Inã não largou o pai durante todo o almoço, até que se rendeu ao sono durante a tarde, mesmo horário que Ana resolveu ir embora.
— Que horas tu pode me levar pra minha mãe? — Giovanna perguntou assim que Alexandre fechou a porta após Ana sair.
Alexandre a olhou confuso.
— Pra quê?
— Ué. Esqueceu que eu divorciei? Não achei nenhum lugar ainda. — A morena explicou, e Alexandre passou por ela, se sentando no sofá.
— Não precisa ficar na sua mãe. Eu sei que odeia lá, e ela vai fica enchendo a sua paciência. — Alexandre deu de ombros. — Aqui é a sua casa e de Inã também.
Giovanna comprimiu os lábios.
— Agora tu vem com uma dessa? Ah, Nero. — Giovanna bufou.
Alexandre abriu os braços.
— A escolha está nas suas mãos, Gio. Eu só queria que você tirasse um tempo para si, para ter a certeza de que realmente queria isso aqui. — Ele mexeu as mãos, se referindo à situação.
Giovanna passou a mão no cabelo, se aproximando dele, querendo se livrar de qualquer briga que fosse vir.
— Tu sabe qual é a minha escolha. O que eu quero é ter você e Inã comigo. — Ela começou, ficando mais próxima. — Poder fazer o que a Giovanna de 19 anos tanto sonhava, sabe?
Giovanna não pensou, apenas apoiou as mãos no ombro dele e se sentou em seu colo. Coisa que eles haviam se acostumado a fazer nos últimos meses.
— Ela daria risada agora. Ou choraria, não sei. —
Alexandre sorriu de lado, passando as mãos pelas costas dela.
— Então, vamos fazer isso. — Ele disse, a trazendo mais para si. — Tudo que eu mais quero é estar com vocês.
Giovanna o beijou sorrindo.
— Eu ouvi o 'eu te amo' que tu me disse quando vim falar sobre o divórcio. — A morena disse, próximo ao rosto dele. — Eu também te amo. Muito. — Ela murmurou contra a boca dele. — E nunca parei de amar.
