NARRADORA
Rio de Janeiro, 2 de Dezembro de 2015.
Casa da Giovanna.Giovanna entrou no quarto de Inã deixando o cômodo ainda tudo no breu.
A morena agachou na frente da cama do filho, passando a mão pelo cabelo escuro dele. Com o carinho, Inã foi despertando aos poucos.
Ao ver a mãe, ele se esticou afim de abraçar ela.
"Bom dia, meu amor." Giovanna se levantou, o puxando para seu colo.
Inã tinha completado 5 anos fazia alguns meses, mas mesmo crescendo - rápido, como Giovanna achava - a morena não deixava de mimá-lo como sempre fez.
"Está na hora de tomar banho para ir para a escola." Giovanna avisou, e Inã resmungou se abraçando mais à ela.
"Não quero."
Giovanna riu.
"Mas tem que ir, Inã." A morena ditou.
Depois de colocá-lo na chão e lhe convencer que devia sim tomar banho antes de ir para a escolinha, Giovanna o levou para o banheiro de seu quarto, onde seu marido terminava de se arrumar.
"Bom dia, filhão!" Leonardo se abaixou e abriu os braços para Inã, que correu em direção ao pai.
"Bom dia, papai." O menor abraçou o pescoço de Leonardo e Giovanna parou na porta com os braços cruzados, segurando alguns pertences do filho.
"Que felicidade repentina é essa, Inã?" Giovanna brincou, se aproximando dos dois. "Estava até agora de mau humor por precisar tomar banho." Ela passou seu nariz no dele, fazendo-o rir.
Leonardo fingiu estar surpreso.
"Você não queria tomar banho? Que coisa feia, Inã."
Inã deu de ombros, se agarrando mais ao pai.
Giovanna entrou no banheiro e Leonardo a seguiu, colocando o filho no chão.
"Obedeça a mamãe, ok?" Ele se agachou e beijou o rosto do filho.
Leonardo se levantou, se inclinando na direção da esposa.
"Tchau, amor. Até mais tarde."
Giovanna o beijou rapidamente.
"Vamos jantar na Ale, não esquece!" Ela gritou quando Leonardo saiu do banheiro.
"Tá bom!" Ele gritou de volta.
Giovanna, então, se encarregou de dar banho em Inã. Após terminar, o trocou rapidamente.
"Filho, a Lucy já chegou. Pode ir tomando seu café da manhã." Giovanna falou ao terminar de passar o pente no cabelo de Inã.
Inã fez bico.
"Você não vai tomar café, mamãe?" Ele cruzou os pequenos braços e Giovanna sorriu tamanha fofura.
"A mamãe precisa se arrumar para trabalhar, amor." A morena ajudou ele descer da cama.
"Mas é rapidinho." Inã teimou, requisitando a presença da mãe durante o café da manhã. "Por favooor." Ele puxou a manga do robe da morena, que se rendeu ao pedido.
Eles desceram as escadas de mãos dadas, como costumavam fazer sempre que a ex-bailarina tinha tempo pela manhã.
E até que era comum aquela rotina.
Giovanna amava ser mãe, mesmo que tivesse acontecido acontecido de forma precipitada. Inã era literalmente tudo na vida daquela mulher desde que viera ao mundo. Até mesmo antes de Leonardo entrar na vida dela, Giovanna já movia céus para o filho, e se orgulhava da mãe que estava se tornando.
"Bom dia, Lucy!" Inã entrou saltitante na cozinha, dando de cara com a empregada. "Minha mamãe ainda está em casa." Ele apontou para Giovanna.
"Bom dia, pequeno furacão." Lucy secou as mãos, abrindo os braços para receber o menino.
Giovanna sorriu com a cena.
"E bom dia, Dona Giovanna." A mais velha também sorriu. "Seu Leonardo já me avisou que vocês não irão jantar em casa, mas quero saber do almoço." A empregada perguntou. "A babá também virá?"
Giovanna ajudou Inã se acomodar na sua cadeira de praxe, se sentando ao lado do filho.
"Bella está de folga hoje, e vamos almoçar por fora mesmo." A morena explicou.
"Tá bom." Lucy assentiu. "Ó, a mesa está servida de tudo um pouco. Bom apetite." A mais velha deu um beijo rápido no rosto de Inã e se retirou, voltando ao trabalho.
O café da manhã entre mãe e filho era outra coisa comum na casa. Leonardo costumava sair antes dos dois durante a semana, o que obrigava eles a comeram sem a presença dele. E Giovanna gostava na medida do possível, lembrando de quando era realmente apenas ela e Inã num pequeno apartamento próximo a casa de Alessandra.
"Mamãe, nós vamos na casa da Gabi hoje?" Inã perguntou, levando o copo de leite com achocolatado até sua boca.
"Sim. Logo depois da aula." Giovanna explicou.
"Legal."
Giovanna, que não costumava comer tanto pela manhã, apenas bebericava seu café preto e comia algumas bolachas enquanto observava Inã comer tudo que tinha direito.
Quando a morena notou o horário, pediu para que Inã subisse com ela e ficasse quietinho assistindo TV na cama dela enquanto ela se arrumava.
Inã esperou pacientemente a mãe tomar banho e se arrumar. Mesmo às vezes sendo muito travesso, o menininho era obediente quando dava na telha.
[...]
"Tchau, meu amor. Até mais tarde." Giovanna encheu o rosto de Inã com beijos enquanto ele tentava se esquivar do rosto da mãe.
"Tchau, mamãe." Ele resmungou e Giovanna o soltou rindo.
Não sabia quando Inã tinha criado vergonha de ganhar beijos dela. Sabia que ele estava crescendo, mas aos 5 anos? Era muito para ela.
A morena viu ele entrar acompanhando da professora e então, voltou para o carro, indo para o Estúdio.
Ela adentrou o local já à procura de Amora, que, na noite anterior havia lhe dito que precisavam conversar urgentemente.
Giovanna encontrou a loira numa das salas de aula, sentada no chão acompanhada de um notebook.
Amora usava roupas de ginástica, diferente de Giovanna - que não teria aula no dia - e as madeixas claros estavam presos num rabo de cavalo perfeito.
"Bom dia!" Giovanna saudou, chamando atenção da amiga.
"Bom dia, Gio." Amora fechou o notebook e se levantou do chão. "Que ótimo que está de bom humor." A loira disse, apoiando as mãos na cintura.
Giovanna semicerrou os olhos confusa.
"Por que?"
Amora suspirou.
"O cara que a gente contratou para tocar no sua apresentação deu o pé." A loira disse e Giovanna riu nervosa.
"Como assim, Amora?"
"Ele ligou ontem logo depois que você foi embora e me disse que tinha conseguido outro lugar, com um cache maior. E que se tivesse alguma cláusula no contrato que o impedisse ele de dar o fora, ou que dissesse algo sobre multas, que não tinha problemas. Ele paga." Amora explicou e Giovanna se apoiou na barra do espelho, tentando raciocionar o que havia ouvido.
Faltavam 13 dias para o espetáculo. O qual ela tinha ensaiado com suas crianças desde o mês de Junho, o qual ela ficava horas acordada pensando em como melhorar.
Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.