NARRADORA
Dias depois.Depois que Alexandre voltou para o Brasil, ele se apressou para arrumar um apartamento fixo. Ele achou um lugar próximo a casa de Giovanna, o que iria facilitar a aproximação com Inã.
E consequentemente, eles deram um inicial ao processo de guarda.
"Você não pode ficar negando essas coisas para ele, amor." Leonardo se apoiou no balcão, enquanto Giovanna cortava algumas frutas para Inã.
"Inã nunca dormiu fora assim, Leo. Só na minha mãe, e bom, são coisas diferentes." Giovanna disse.
"Mas pensa comigo." Leonardo começou. "Você fica negando essas coisas, ele usa isso contra você e ai perdemos a guarda."
Giovanna o olhou.
"Ele não faria isso."
Leonardo riu fraco.
"Não sabemos. É melhor prevenir."
Giovanna bufou.
A morena estava tensa. Ela sabia que Alexandre não faria mal a ela em relação de tentar tirar Inã dela, mas tudo era possível. Ele poderia estar com raiva com a situação, quem saberia?
"Sabe, eu não acho justo. Mesmo que eu não tenha contado, ele também não quis saber de mim! Ele sabia que eu tinha filho e ignorou isso por todo esse tempo." Ela apoiou a faca na tábua e suspirou. "Eu entendo que ele quer ser pai agora que descobriu, mas a gente nunca precisou dele! Eu sempre dei conta antes mesmo de você aparecer, sabe?" Ela se virou o marido. "E eu nem posso não deixar Alexandre não ver Inã por que eles estão tãooo apegados."
Leonardo deu de ombros, e se levantou abraçando a esposa.
"Vamos dar um jeito."
[...]
Dezembro, 2010
Rio de Janeiro
(Antes de Leonardo)Giovanna balançava Inã no colo, tentando acalmar o bebê. A morena estava com os olhos pesados, e as costas doendo de tanto ficar com o filho no colo durante o dia.
Sua mãe havia saído no início da manhã, lhe deixando completamente sozinha. Mesmo que na realidade, Giovanna sabia que sua mãe não tinha aceitado aquela situação.
Quando o bebê pareceu cair num sono mais profundo, Giovanna se sentou em sua própria cama e o colocou entre os travesseiros, se deitando ao lado.
Ela passava o dedo entre os olhinhos dele, enquanto observava ele dormir.
A morena tinha a certeza de que aquele bebê era a coisa mais linda que ela e Alexandre haviam feito juntos. Mesmo que chateada com a ida dele, ela não conseguia não ficar grata por Inã.
Ele era igual Alexandre. Talvez a boca lembrasse Giovanna, mas de resto? Era uma cópia do ex de Giovanna. O que iria assombrar a moça pelo resto de sua vida, não que fosse um fardo, por que Giovanna amava mais aquele pequeno ser humano do que amava a si mesma, mas iria sempre doer.
Giovanna apenas percebeu que tinha dormido quando acordou com o choro estridente de Inã no meio da madrugada.
A morena respirou fundo, se sentindo ainda mais cansada. Não dormia uma noite inteira desde que ele tinha nascido, e por falta de apoio - tendo apenas Alessandra consigo sempre - se sentia três vezes mais cansada que deveria se sentir.