Capítulo 14

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Da porta Treze ouviu, ele até já havia visto ela antes, mais nunca ficaram até então, ele estava bêbado irri.tado, foi embora injuriado, Amabile estava na sala assistindo, se levantou apreensiva ao vê-lo entrando
- Oi, estava te esperando pra...
Ele ignorou
- Ae nem vem, me deixa, sai do meu pé crlh.
Ela não disse nada, ele foi para o quarto largou roupas sapatos espalhados pela casa, estava cheirando perfume de mulher, ela percebeu, foi jantar sozinha chateada, pensando no que o futuro lhe reservava, dormiu na sala assistindo, depois de usar muita dr.oga e beber um litro de pinga.
No dia seguinte ele levantou cedo, passou por ela desmaiada na sala, fez menção em a tocar, mais desistiu, saiu trabalhar, foi resolver as pendências, mudaram a igreja de lugar, ficou longe do baile e perto das melhores biqueiras, por lá era mais tranquilo, só pra agradar mandaram pintar tudo e reformar o banheiro, era dia de receber mercadoria, fazer fechamento de mês, na hora do almoço Treze foi pra casa com a desculpa de pegar um caderno onde anotava coisas importantes do corre, no fundo achou que ia encontrar comida, mesa arrumada, a Amabile como nos outros dias.
Assim que ele entrou estranhou o silêncio, ela estava dormindo no chão da sala de calcinha e camiseta, ele se abaixou perto, mexeu com ela, deu tapas no rosto
- Ei, acorda crlh. Amabile, oque cê usou? Filha da p.u.ta cê quer morrer é só fala.
Ela m.au se mexeu, ele a levou para o banheiro, colocou sentada no chuveiro, xin.ga.ndo muito irri.tado, a deixou sem roupa deitada no quarto e saiu trabalhar, ligou mais de dez vezes durante a tarde até de noite, ela nem atendeu.
Notando a irritação o Frango perguntou oque tava pegando, Treze o chamou de canto
- Parceiro me diz oque não tá? Tá ma.lu.co todo mundo de tiração comigo. Presta atenção cê vai desce na quitanda do seu Donizete, pega uma cesta dá maior tá ligado, de comida, desce de tudo salsicha, linguiça, tudo que tem lá pra come de mistura, valeu. Ahhh pega aqueles Toddy lá uns três e leite, umas pá de caixa.
O frango começou rir
- Que? Vai abrir uma creche mano? Sua conta lá tá maior que meu salário crlh. O tio da me olhando torto já e não faz nem um mês que cê tá casado. O Treze, na moral, tem que pagar.
Ele começou rir também
- Vai toma no c.u Frango eu pago porque quero, se ele reclamar manda ir se f.o.d.e.r. tá tirando, eu do mó moral naquela bo.sta de mercadinho. Cê vai ou não? Quer um táxi? Um bur.ro de carga pra te carregar? Vacilão!
Ele disse que ia e um bur.ro seria bom pra carregar tudo aquilo, continuou com brincadeira, o Treze falou que não era pra casa dele as coisas, disse o local que ia pegar tudo. 
Amabile acordou péssima por causa de ter usado muita coisa, passou o dia deitada não fez nada em casa, nem comeu, a noite deitou na rede se sentindo depri.mida confusa, já era quase onze horas e ele não tinha chego.
Se esquivando pelas vielas Treze foi até a casa que esteve na noite anterior, o Frango estava junto curioso, quando viu onde era, ficou muito surpreso
- Mano tá me tirando? Vai leva tudo isso pra Gigi? Crlh Treze!
Ele não entendeu o espanto
- É po.rra nem sabia o nome dela, a mina tá precisando, vo da uma força só. Vai me cobrar fidelidade? A dona encrenca te deu um prato de comida, cê virou soldado dela?
Eles estavam na porta, o Frango  falou sério
- Não pô, né isso não. Parceiro a Gigi, tava de rolo com o Tataco, eu vi. Ela é amiga da minha mãe, sai cedinho pra trabalhar, não é do corre tá ligado? Nem cola no baile direito.
Ele não sabia
- Bom pra ela né mano? É Gi oque? Giovana?
Ele disse que não sabia, bateram na porta chamando, ninguém respondeu, logo ouviram choro de criança, chamando mamãe, decidiram entrar, o menino estava sozinho em casa assustado, guardaram as coisas, o Treze o pegou no colo deu uma banana, o menino começou comer desesperado, ele falou bra.vo
- Frango vai atrás dela! Na surdina.
Ele saiu procurar, o menino parou de chorar sozinho, começou mexer nas sacolas eufórico, ele sabia que era comida, achou a lata de toddy
- Tete neném, tete.
Foi pegando a mamadeira mostrando oque queria, Treze não era muito fã de crianças, mais deu atenção, conversou com ele pedindo ajuda, fez uma mamadeira de leite com achocolatado, o menino pegou feliz da vida sorridente, foi deitar no colo dele dormiu mamando encolhido, aquilo nunca havia acontecido em sua vida toda, ele até sorriu ficou reparando no quanto era pequeno indefeso, a Gigi chegou antes do Frango, com algumas sacolas, entrou assustada pegando o menino no colo, jogou tudo no chão
- O que tá fazendo na minha casa? Meu filho!
Ele respondeu irônico com desaprovação
- Seu filho tava largado aqui crlh, cê não tem medo não?
Ela começou chorar sentida abraçada com o menino
- Me perdoa filho, a mamãe vai fazer seu tete. Oque você quer?
Ele se levantou
- Eu trouxe umas coisas aí, ele comeu banana e mamou. Achei que ia te encontrar, pra entregar, não tenho filhos mais na moral, independente da caminhada, cuida do seu menor, porque se alguém fizer qualquer ma.lda.de não vai adiantar por comida na mesa, sem ele presente valeu.
Ela agradeceu, perguntou se ele não queria ficar, já que o menino estava dormindo e não ia acordar, ele se aproximou passou a mão na cabeça do menino
- Não valeu. Eu nunca tive pai, perdi minha mãe muito pequeno, sei como é. Se precisar de uma moral, me procura, tem umas tias lá que pode te ajuda com ele.
Ela o acompanhou até a porta
- Valeu mesmo. Quando quiser aparece aí, tô sempre sozinha. Sua mulher não vai saber de nada!
Ele saiu sério
- Se pá qualquer dia eu volto, ver o muleque.
Ele foi pra casa pensativo cansado pelo estresse do dia todo, encontrou Amabile nos fundos na rede, encostou na porta fumando
- E aí dona encrenca qual foi?

Aylan MORRO ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora