Capítulo 20

33 4 1
                                    


Ela permaneceu sem esboçar muita reação
- Nada, fiquei te esperando a noite toda Aylan.
Ele foi indo para o quarto
- Vo toma uma ducha, vem comigo, tenho uma pá de coisa pra te conta.
Ela foi logo atrás, cheirou as roupas dele, sentiu aquele mesmo perfume de mulher, super incomodada se calou, encostou na porta do banheiro o ouvindo falar, de como encontrou o Fininho morto, só ficou resmungando " aham, uhum, nossa ", explicou as leis da facção, a hierarquia, comentou sobre quem era seu aliado de fato, quando ele saiu do banheiro, a beijou na boca, ela quase não correspondeu
- Vou lavar roupa, quer comer alguma coisa?
Ele estava enrolado na toalha, se aproximou a puxando pela cintura contra si
- Eeeee crlho, tô falando que sou o dono dessa po.rra toda cê vem com idéia de lava roupa? Qual foi? Eu não podia te leva, por causa do via.d.in.ho do Silas lá. Qualquer coisa que me faça fraco, é b.o. tá ligada?
Ela o encarou nos olhos séria, disse que tudo bem, ele não era tolo, sabia que ela estava br.ava, foi beijando o pescoço acariciando seu corpo
- Vai ficar bolada? Tô mó afim de te comer! Arruma as coisas que nóis vai pra outra casa.
Ela não o correspondeu, se afastou sutilmente
- Arrumo sim, pode deixar. Vai sair?
Ele se deitou sem roupa
- Agora não, vo tira um cochilo. Bora deita comigo, vai? Tá braba?
Ela foi juntando a bagunça dele, secou o banheiro
- Não, só fiquei preocupada.
Ele deitou pra dormir, ela saiu do quarto foi para a lavanderia, estava encostada no tanque com o pensamento distante, fumando, ele chegou sorrateiro, mexeu com ela pela janela da cozinha
- Ooooo doida, gosta daqui, a casa?
Ela sorriu sutilmente
- Sim, é boa.
Começou esfregar roupa no tanque cabisbaixa, ele ficou observando um pouco, pensando no quanto era difícil lidar com ela, o incomodava vê-la daquele jeito, ele sabia que era sua culpa, mais também não achava possível ser o cara que nunca a deixaria chate.ada. Ele foi dormir, acordou só a noite, ela estava terminando de arrumar a mesa com o jantar, fez macarrão, carne assada, salada de legumes, arroz, suco de limão natural, ele se aproximou dela na pia, colocando as mãos em sua cintura
- Tá m.al.uca apaguei. Pô porque cê não me chamo? Mó quiaca crlh.
Ela se esquivou sutilmente
- Achei que precisava descansar. Posso fazer seu prato?
Ele disse que sim, se sentou a mesa, começou mexer no celular, ela o serviu e colocou uma colher, pegou pouca comida sentou calada, ele tocou a mão dela
- Pô cê não vai me ensinar comer cheio de frescura igual você?
Ela arqueou as sobrancelhas, sorriu com deboche
- Pra que? Você já tem absolutamente tudo de que precisa! Dinheiro, poder, amigos, tudo de tudo!
Ele não disse nada, ficou sério a encarando fixamente, terminou de comer e foi se trocar, ela estava lavando a louça, ele só falou que ia sair, jogou em cima da mesa um saquinho com quatro pinos de pó, ela disse tchau sem nem olhar, ele foi pra biqu.eira, ficou conversando bastante tempo, verificando as vendas.
Ela logo tomou banho, deitou para dormir, nem mexeu no saquinho de pó, ele chegou de madrugada, foi deitar nem encostou nela, na manhã seguinte ela levantou cedo, começou dobrar as roupas dele, foi colocando em sacos de lixo, ele acordou ficou olhando, quando ela o viu acordado, sorriu sutilmente
- Bom dia, tô arrumando, as coisas, pra se mudar.
Ele acendeu um cigarro, começou mexer no celular
- Então dona encrenca, eu pensei melhor tô cheio de b.o, vou me muda sozinho. Cê fica aqui, de boa, quando der eu colo aqui.
Ela arqueou as sobrancelhas com insatisfação
- Tá bom.
Continuou com o que estava fazendo, ele levantou, se trocou e saiu, foi ficar na outra casa, ela fez o almoço como de costume, esperou e ele não foi, no jantar a mesma coisa, ela passou o dia todo em casa, não estava afim de sair pra nada, ele chegou depois das 22:00 horas, comeu o jantar frio, estranhou ela não ter usado os pinos, mais achou bom, estavam todos lá. Subiu tentando não fazer barulho, começou mexer nos sacos procurando roupas, ela acordou mais continuou deitada de costas, fingindo estar dormindo, ele tomou banho, sentou na beirada da cama, acariciando o rosto dela
- Ei, Amabile, vou sair, ficar uns dias fora tenho um corre pra fazer, coisa grande. Se precisar de qualquer coisa, chama o Frango pra te fortalecer. Vai fica de boa? Suave?
Ela disse que sim, ele a beijou na boca
- Se fica afim, me liga. Na moral memo.
Ela foi levantando, o acompanhou até a porta, se despediu com abraço e um selinho, passou mais tempo dormindo do que qualquer outra coisa, sem ele lá a casa ficou mais arrumada, os mantimentos estavam acabando, ela foi se virando com oque tinha, só pra não precisar sair na rua, no segundo dia que ele estava fora, ligou pra ela a tarde, perguntou se estava tudo de boa, ela quase não conversou, disse que sim, perguntou se podia comprar comida no mercadinho, ele debochou
- Não crlho, fica com fome. P.o.rra Amabile claro que pode, cê é a primeira dama disso tudo, minha fiel, vai fica sem te as coisas dentro de casa, tá ma.lu.c.a? Qual foi, não vai te falta nada, eu sei do meu compromisso contigo. Pode cola no salão, bota cabelo, pinta unha, compra as roupa, quero te vê de boa tá ligada?
Ela respondeu desanimada
- Uhum, obrigada. Só vou comprar comida mesmo! Não quero abu.sar da sua boa vontade.
Ele tentou desconversar
- Não pô, de boa, pode usa e ab.usa de mim. Ooo, cê tá de boa memo? Parece diferente, sei lá.
Ela disse que estava normal, nem perguntou nada sobre ele. Quando o sol estava baixando ela desceu pra ir no mercadinho, passou na farmácia também, perguntou se vendiam um remédio para o estômago, muito forte, que era usado para outras coisas, int.erro.mper gest.ação principalmente, o farmacêutico até deu risada
- O dona aqui não é terra sem lei não. Esse daí é bem difícil conseguir. Mas eu posso tentar pegar com um amigo. Vai ser caro!
Ela pediu discrição e encomendou, deixou o número com ele, pra ser avisada quando chegasse, no mercadinho viu a conta e não entendeu, como aumentou tanto já que dá última vez, a poucos dias, era um valor menor, ela pediu pra ver oque foi comprado, viu que foi uma cesta básica, caixas de leite, achocolatados, deduziu que o Treze deu pra alguém, teve certeza que ele ia levar outra mulher pra morar com ele, na casa nova. A Kendra chegou no mercadinho, com uma cara de poucos amigos, debochou
- Oi cunhada. Tá curtindo ser a primeira dama?
A Amabile estava pegando frutas
- Eu não ligo pra essas coisas.
A Kendra foi colocando coisas no caixa
- Ainda bem, porque toda primeira dama é chifr.uda, falo experiência própria, pelo menos não te falta nada né? E ele ainda não te ba.te. eu vou fazer visita fim de semana, da uma fo.da meia boca, fica ouvindo a ladainha de bandido arrependido. Ééé a gente nunca sabe o dia de amanhã!

Aylan MORRO ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora