Capítulo 49

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Pela última vez naquele ano, a buzina do cronômetro ecoou pela ilha.

Os prestigiadíssimos capitães alavancaram rumo ao mar, pulando as ondas com agilidade ao tempo que todos os olhares da Ilha encontravam-se sobre eles, em um nítido ar de suprema expectativa.

Duas braçadeiras iguais, contendo um "C" que representava ao posto de capitão, porém de um lado ela era vermelha e, do outro, azul.

Em breve, tais cores tornariam-se uma só e representariam a Ilha da Goiaba no mundial. Mas naquele instante, a luta era pela honradez e glória pertencesse a melhor equipe local.

— Depois de 17 anos, estamos tendo o prazer de testemunhar aos mais históricos campeões desta Ilha, juntos novamente. É o nosso famoso duelo de milhões. É clássico. É tradição. É história! — Axel emocionou-se ao passo que os capitães nadavam para o fundo do mar.

— Quanto tempo já se passou? — Harry indagou para Malia, ficando nas pontas dos pés para poder enxerga-los melhor naquele misto de nervosismo abundante.

— 1 minuto e meio apenas, relaxa. — Ela pressionou a mão em seu ombro. — Eles sabem o que estão fazendo.

Havia alguns repórteres na beira do mar, captando com suas lentes momentos que estariam gravados na história do surfe, independente do que acontecer e também drones, cercando-os sob o céu.

— O capitão dos Irons ameaçou avançar na primeira onda, mas desistiu... — Pronunciou Axel. — Ele voltou atrás e já está de pé, pessoal! Vamos ver o que irá fazer.

Mesmo com a distância, era possível atestar que Liko estava inteiramente focado e não demonstrava nem um mísero traço de insegurança, ansiedade ou receio. Harry tinha certeza de algo, ele e Louis não carregavam o título de líder de suas equipes atoa.

— Fenomenal! Liko executou três rasgadas monstruosas... apesar de ser uma manobra bem comum, sua tripla execução impecável o dará uma altíssima nota. — Relatou. — Fiquemos de olho, agora é hora do nosso menino da ilha entrar em ação!

O cacheado explicitamente arqueou uma sobrancelha ao certificar as palavras do locutor, "nosso menino" Harry quis rir, porquê aquele "menino" era na verdade, todo seu.

Com um olhar focalizado, Louis moveu-se lateralmente pelo oceano, sem avançar em nenhuma onda enquanto analisava-as.

Um calafrio percorreu a base da coluna de Harry e seu coração tropeçou no peito quando vislumbrou, finalmente, seu capitão tomar iniciativa.

O tempo estava esgotando.

Era tudo ou nada.

Louis deixou uma onda passar, já posicionado, no aguardo pela próxima que viria atrás.

Seus músculos delineavam-se severamente ao serem ressaltados pelo sol, o tom da pele como sempre bronzeada e, repetidamente, descascava.

Os olhos azuis eram seu verídico e inegável charme, o tom igualava-se a coloração azulada do mar e não havia nada mais belo do que este detalhe.

O mar fazia parte de Louis.

Ele entrou, por fim, na onda escolhida para o espetáculo final. Seus pés equilibraram-se agilmente e seu corpo inclinou-se no ângulo certeiro.

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