latente de verão

Capítulo 25

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Aquele nascer do sol alaranjado com uma profusão de burburinhos às 6 da manhã só poderia significar uma única coisa: restavam exatos 10 dias para o começo do Caoss.

A chegada de estrangeiros para assistirem ao campeonato já fazia com que a Ilha obtivesse uma movimentação desigual ao acostumado.

Harry, Louis, Ítalo e Malia encontravam-se em frente à Praia da Pipoca, local onde viam as pessoas de fora chegando através de pequenos barcos. Styles se sentia meio nostálgico ao vê-los, lembrando-se de quando estava no lugar deles e sua única preocupação era se iria cair no mar e perder todos os seus pertences.

— É, parece que as previsões de que o público iria aumentar esse ano estavam corretas. — Mencionou Ítalo, meio perplexo assim como todos eles. Malia o abraçava de lado ao tempo que parecia um tanto intimidada com a multidão.

— O que a volta de uma rivalidade antiga não faz, né. — Louis suspirou fundo, encarando-os.

— O que foi? — Harry questionou diretamente a Malia, notando sua expressão vacilar no instante que ouviu a pergunta.

— Nada.

— Malia! — O cacheado repreendeu, virando-se para ela ao passo que ajeitava a flor amarela que ele mesmo pôs atrás da orelha dela. — O que tem de errado, vida?

— É só que... — Ela engoliu em seco, desviando o olhar das pessoas. — Eu nunca sofri preconceito por sempre ter morado aqui, a Ilha da Goiaba abomina qualquer forma de preconceito e todos são respeitosos. Mas... essas pessoas são diferentes.

Styles ofegou ao notar que ela estava literalmente tremendo, os olhos marejados e seus dentes tremelicavam também.

— Ei, olhe para mim. — Harry segurou delicadamente em seu queixo, fazendo-a olhá-lo. — Eu não vou deixar te fazerem mal algum, entendeu? Eu não vou deixar sequer olharem torto pra você que eu já vou dá uma voadora!

Malia meramente assentiu enquanto lágrimas começavam a cair e Harry abraçou ela com o coração apertado. Ítalo e Louis se juntaram ao abraço no segundo a seguir e eles ficaram assim por um tempo enquanto era possível escutar o choro dela baixinho.

Na vida, haviam palavras que chegavam como um abraço e haviam abraços que não precisavam de palavras.

Era estonteante para Harry olhar pro mesmo barco que o trouxe para Ilha meses atrás e se deparar com a diferença de sua vida quando chegou e como estava agora.

— Malia. — Harry a chamou baixinho, fingindo que os meninos nem os ouviam naquela bolha. — Eu posso talvez ainda nem ter encontrado o pai dos meus filhos, mas saiba que tenho certeza que já encontrei a madrinha deles.

Dolorosamente, o choro dela cessou ao escuta-lo e um singelo sorriso abriu-se, Harry estava expondo um desejo oculto para tentar amenizar um pouco da sua dor. E conseguiu.

Definitivamente, sua nova versão era a sua versão predileta. Afinal, toda aquela experiência de mudanças fez com que Harry aprendesse que amizade não se compra, se encontra. Felicidade não se encontra, se sente. E o amor não se sente, se vive.

Falando em amor, quando se separaram do abraço e decidiram ir pra Praia Secreta, no caminho ao passarem em frente a uma floricultura, Harry e Louis trocaram um olhar singular quando escutaram outra vida tocando um pouco longe dali.