capítulo 5

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Para meu azar, ou sorte, Gavi faltou na aula hoje, o que significa que terei de ir até seu local de treino.

Assim que sai da escola, fui andando até o estádio, fui direto até o campo e lá estava ele, encosto em uma das grades para esperar, ele já tinha me visto.

Fiquei uns 15 minutos esperando até que ele terminasse o treino, pegou uma água e veio até mim.

- Decidiu que vai assistir meus treinos agora? - seu rosto estava um pouco sério apesar do tom brincalhão.

- Você não me deu opção, como sempre. - cruzo os braços.

Ele sai correndo para uma outra direção e passa pela portinha, saindo do campo. Anda até mim, ficando frente a frente, bem perto e me dá um beijo na testa, carinhoso e demorado. Me perco no que ia falar, eu não estava esperando, e mais uma vez fico confusa com suas atitudes, uma hora finge não me conhecer e agora banca o cuidadoso.

- Diga o que precisa minha princesa.

Engasgo com a saliva e me afasto para recuperar o ar, dou um soquinho em seu peito e mantenho a pose séria.

- Preciso que vá jantar em minha casa hoje - cruzo os braços.

Ele sorri e concorda, bebendo um pouco da água de sua garrafinha.

- Você tem que ir, tá me devendo essa.

- E eu vou, mas...

- Mas nada, eu fui naquele jantar com você e por sua gracinha na internet minha mãe quer te conhecer, então você vai sim.

Ele ri e passa os braços por minha cintura, praticamente um abraço.

- Se estiver fazendo ceninha pro seus colegas de time eu juro que coloco veneno no seu prato.

- Seria um prazer ser morto por você - ele pisca e eu reviro os olhos o empurrando para me soltar.

- Beleza, eu só vou se você vier assistir meus treinos e os próximos jogos.

- Como é? Você que tá me devendo uma e não ao contrário.

- Eu não vou então - cruza os braços fazendo birra, respiro bem fundo ou eu ia jogar aquela garrafinha nele.

- tá bom, tá bom.

- E vestindo a minha camiseta.

- Não abusa.

- E tem que gritar torcendo por mim - se aproxima sussurrando, segura meu queixo e me dá um selinho - Pode começar agora.

Pega minha mão e me puxa para dentro do campo, me faz sentar no banco dos reservas e me deu a garrafinha para segurar. Voltou para o treino e eu cruzo as pernas, acabo por assistir já que não tinha muitas opções do que fazer. Desde o outro jogo eu percebi que sempre estão tentando fazer falta no Gavi, e bem, tinha sido uma agora. Ele cai rolando no chão e tem uma expressão de dor, me levanto do banco preocupada, mas fico onde estou. Passa uns segundos e ele levanta, massageando a panturrilha e continua a jogar.

É o que falei antes, ele pode ter a pior das personalidades existentes, mas ele sabe jogar bola.

O treino finalmente acaba e ele vem em minha direção.

- Você está bem?

- Preocupada comigo? - sorri passando um dos braços por meu ombro, vamos caminhando para fora do campo.

- Jamais.

- Eu aceito uma massagem depois - comenta brincalhão e pede para que eu espere ele terminar o banho. Me sento no mesmo lugar da última vez, aquele lugar estava se tornando mais rotina do que eu gostaria.

untied shoelace - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora