Para meu azar, ou sorte, Gavi faltou na aula hoje, o que significa que terei de ir até seu local de treino.
Assim que sai da escola, fui andando até o estádio, fui direto até o campo e lá estava ele, encosto em uma das grades para esperar, ele já tinha me visto.
Fiquei uns 15 minutos esperando até que ele terminasse o treino, pegou uma água e veio até mim.
- Decidiu que vai assistir meus treinos agora? - seu rosto estava um pouco sério apesar do tom brincalhão.
- Você não me deu opção, como sempre. - cruzo os braços.
Ele sai correndo para uma outra direção e passa pela portinha, saindo do campo. Anda até mim, ficando frente a frente, bem perto e me dá um beijo na testa, carinhoso e demorado. Me perco no que ia falar, eu não estava esperando, e mais uma vez fico confusa com suas atitudes, uma hora finge não me conhecer e agora banca o cuidadoso.
- Diga o que precisa minha princesa.
Engasgo com a saliva e me afasto para recuperar o ar, dou um soquinho em seu peito e mantenho a pose séria.
- Preciso que vá jantar em minha casa hoje - cruzo os braços.
Ele sorri e concorda, bebendo um pouco da água de sua garrafinha.
- Você tem que ir, tá me devendo essa.
- E eu vou, mas...
- Mas nada, eu fui naquele jantar com você e por sua gracinha na internet minha mãe quer te conhecer, então você vai sim.
Ele ri e passa os braços por minha cintura, praticamente um abraço.
- Se estiver fazendo ceninha pro seus colegas de time eu juro que coloco veneno no seu prato.
- Seria um prazer ser morto por você - ele pisca e eu reviro os olhos o empurrando para me soltar.
- Beleza, eu só vou se você vier assistir meus treinos e os próximos jogos.
- Como é? Você que tá me devendo uma e não ao contrário.
- Eu não vou então - cruza os braços fazendo birra, respiro bem fundo ou eu ia jogar aquela garrafinha nele.
- tá bom, tá bom.
- E vestindo a minha camiseta.
- Não abusa.
- E tem que gritar torcendo por mim - se aproxima sussurrando, segura meu queixo e me dá um selinho - Pode começar agora.
Pega minha mão e me puxa para dentro do campo, me faz sentar no banco dos reservas e me deu a garrafinha para segurar. Voltou para o treino e eu cruzo as pernas, acabo por assistir já que não tinha muitas opções do que fazer. Desde o outro jogo eu percebi que sempre estão tentando fazer falta no Gavi, e bem, tinha sido uma agora. Ele cai rolando no chão e tem uma expressão de dor, me levanto do banco preocupada, mas fico onde estou. Passa uns segundos e ele levanta, massageando a panturrilha e continua a jogar.
É o que falei antes, ele pode ter a pior das personalidades existentes, mas ele sabe jogar bola.
O treino finalmente acaba e ele vem em minha direção.
- Você está bem?
- Preocupada comigo? - sorri passando um dos braços por meu ombro, vamos caminhando para fora do campo.
- Jamais.
- Eu aceito uma massagem depois - comenta brincalhão e pede para que eu espere ele terminar o banho. Me sento no mesmo lugar da última vez, aquele lugar estava se tornando mais rotina do que eu gostaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
untied shoelace - Pablo Gavira
Hayran Kurgu"eu nunca torceria para alguém que não sabe amarrar o próprio cadarço " "Sei que tenho muitos defeitos, sou teimoso e cabeça quente, perco a paciência rápido e sou brigão, sou extremamente ciumento e protetor e não, não sei amarrar o cadarço, mas eu...