Capítulo 3 - Desejos - Parte VI

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Passou mais um dia, já era sábado, ainda não tinha falado com o Lian, já estava com saudades, mas não iria atrás. O dia passou voando. Já era umas oito horas da noite quando começou uma tempestade incrivelmente forte. Eu tinha dispensado todo mundo, eles foram visitar suas famílias, voltariam no domingo à noite. Queria tanto ficar sozinha e agora que estava eu queria era alguém para conversar.

Ouvi batidas na porta, quem seria uma hora daquelas em uma tempestade. Quando abri a porta tive a maior surpresa, Lian estava parado na porta, todo molhado e mais lindo do que de costume.

- Aconteceu alguma coisa?

- Oi, sim, você não fala mais comigo.

- Como você veio? A pé?

- Sim, eu vim correndo.

- Hum isso é novo.

- Eu precisava mesmo falar com você.

- O que você quer falar comigo?

- Posso entrar? Está chovendo muito aqui fora e eu estou todo molhado.

- Tudo bem, vamos la na lavanderia tem umas toalhas e também uma bermuda do tio Harry, acho que vai servir em você até sua roupa secar.

Chegando à lavanderia ele tirou a camiseta e pegou a toalha que estava comigo, quase não consegui respirar com a visão de seu peito molhado, mostrei onde ficavam as roupas e sai antes que eu perdesse a cabeça.

Fui para cozinha, esperar por ele lá onde eu podia pensar com clareza. Foi nesse momento que me lembrei de algo, ele podia ler mentes, como eu poderia saber se ele não estava ouvindo o tempo todo os pensamentos que tive com ele?

Minutos depois apareceu ele só de bermuda, de novo perdi o fôlego, nossa como ele é lindo.

- Quer um chá? Para se aquecer um pouco?

- Quero sim.

- Vou fazer.

- Obrigado.

Fiz o chá e lhe entreguei uma caneca. Sentamos na bancada da cozinha.

- Muito bem, o que de tão urgente você queria falar comigo?

- Eu quero te pedir desculpas. Eu sei que deve estar sendo muito difícil assimilar que agora você é uma lycan e sem nem saber como isso aconteceu e ainda para ajudar te acusei de coisas que você não falou, estou me sentindo muito mal com tudo o que te fiz. Eu gosto muito de você Lisy e não consigo mais me imaginar longe e quando entendi mal o que você disse, aquilo me destruiu por isso te tratei daquela forma. Me perdoe.

Olhei para ele surpresa com tudo o que ele tinha falado. Não imaginei um pedido de desculpas desse jeito. Confesso que nem estava mais tão brava assim com ele, na verdade estava com saudades e quando ele apareceu na porta eu quase me joguei em seus braços. Fiquei em silencio por um tempo, só o observando, dava para notar sua ansiedade. Ele estava mesmo devastado.

- Você pode ler mentes não é?

- Não. Só a sua. E eu não faço isso. Só em casos extremos como naquela situação.

- Como assim só a minha?

- Isso é complicado, no momento certo te contarei o motivo.

- Sei. E agora presumo que não seja o momento certo?

- Não, preciso ter certeza de algumas coisas, aí te conto tudo e te ensino a fazer o mesmo. Mas juro para você que só fiz isso naquele momento porque estávamos em perigo.

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