Capítulo 8 - Armand Corvinus

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Armand estava sentado no escritório de sua mansão, sua irritação ultrapassava qualquer nível, queria sangue, mas não era qualquer um, queria o sangue da pequena caçadora irritante que estava atrapalhando seus planos, como podia uma simples humana acabar com uma operação inteira sozinha? Como ela possuía tanto poder? Qual era a armação?

Tomou um gole de seu whisky.

- Me tragam o Theodor.

- Sim, chefe. Agora mesmo.

O soldado saiu apressado pela porta, minutos depois, Theodor estava parado na frente de Armand.

- Mandou me chamar?

- Sim, sente.

- Ok.

- Theodor, como anda sua pesquisa?

- Ainda falta muitos testes, estou quase conseguindo...

- Teste? Você está brincando com a minha cara?

- Desculpe, o que?

- Deixa eu ser mais claro. Porque sua filha tem uma arma especial para matar vampiros, tem uma força incomum, e consegue acabar com vários dos meus homens, sozinha? Por um acaso você andou me enganando esse tempo todo?

- O que? Não senhor. Devo lembrar que minha filha é descendente de uma família de caçadores, eu fui um caçador, assim como meu pai e o meu avô.

- Theo, você acha que sou idiota?

Armand levantou, foi andando lentamente ate Theodor, ficou cara a cara com ele.

- Devo lembra-lo que eu matei seu pai e seu avô? E que só não matei você porque você me prometeu uma arma capaz de matar todos os meus inimigos? E mais, que estou esperando há 15 anos?

Nesse momento Armand gritava muito próximo do rosto de Theodor. O homem não estava com medo, sabia que se o vampiro o quisesse morto, ele já estaria, não, ele não queria sua morte, ele queria sua descoberta, mas se entregasse sua maior descoberta, entregaria sua própria filha.

- Armand...

- Cala a boca, ainda não terminei. Agora para variar descubro que ela se aliou a um lycan, por céus Theo, estou te avisando, ou me mostra alguma coisa, ou terei o prazer de matar sua filha com minhas próprias mãos.

- Um lycan?

- Sim, pelo que meus homens disseram, eles estão pareados, como isso é possível? Alguma coisa está muito errada.

Não era possível, sua filha tinha se aliado e era companheira de um lycan? Isso era melhor do que esperava, àquela altura as transformações já deveriam ter começado, será que seu companheiro sabia o que ela era? Quase sorriu com o pensamento, sua filha estava no caminho certo.

- Me diga Theo, o que está acontecendo?

- Senhor, sobre o treinamento de Lisy, não fui eu que a treinei, devemos perguntar ao seu mentor.

- Ele morreu, e você sabe disso.

- Me perdoe, eu havia esquecido. Sugiro que seus homens treinem mais, pois se uma garota, recém saído da adolescência consegue ganhar deles, de vampiros, o problema está neles e não nela.

- Você é muito corajoso ou muito imbecil, acha que não sei que está feliz com essa notícia.

- Senhor, ela é minha filha, fui obrigado a deixa-la, você acha mesmo que ficaria infeliz em saber que ela está massacrando seu exército de merda?

- Seu...

Armand estava pronto para mata-lo, sua fúria era tamanha que lhe havia cegado.

- Senhor?

- O que?

Armand se recompõe antes do golpe final.

- Tenho notícias alarmantes.

- Levem Theodor daqui. Mas antes, Theo, quero que escute uma coisa, sua filha pode ser boa, mas não é imortal, eu mesmo terei o prazer de quebrar seu lindo pescoço, com minhas próprias mãos, e o melhor é que você nem ficara sabendo, somente depois de me entregar o que lhe pedi. O levem daqui.

O guarda pegou Theodor e o levou novamente para o laboratório/prisão que Armand havia lhe destinado.

- O que foi?

- Senhor, descobrimos a identidade do lycan.

- O que está esperando, fale de uma vez.

- Senhor, o lycan é Kylian Danielsen.

- De onde eu já ouvi esse nome?

- Senhor, ele é filho do alfa do clã que enfrentamos na Noruega a 100 anos atras.

- Humm, então é por isso que eu tinha a impressão de já ter visto o fedelho. Mande um comboio captura-lo. Com ele preso, resolvo dois problemas de uma vez só.

- Sim, senhor.

Armand sorriu, finalmente uma boa notícia, assim que o lycan fosse capturado, a senhorita Riley viria atras dele, e seu clã também, e de uma única vez acabaria com seus inimigos.

Bergen/Noruega – 100 anos antes...

Armand Corvinus, um lorde e líder de um dos maiores clãs de vampiros tinha acabado de chegar na cidade de Bergen, sabia que ali tinha um clã de lycans grande e poderoso, mas isso não o faria recuar, queria dominar os cães sarnentos que ousavam pensar que poderia criar uma alcateia naquela cidade, não que ele tivesse algum negócio naquele lugar, porém esse era seu plano, queria expandir seu exército, e aquela pequena cidade era o cenário perfeito para o início de uma guerra contra os humanos e contra todos que ousasse ficar em seu caminho. Primeiro precisava dominar e escravizar os lycans, lobisomens nunca tinham sido páreos para ele, essa parte seria fácil, a parte difícil seria dominar um exército recém criados de vampiros.

Armand era filho de um dos maiores líderes que já havia existido, quando seu pai reinava, os vampiros eram soberanos em toda a Transilvânia, todos os líderes de famílias menores o respeitavam, seu pai era bom em tudo e quando finalmente deixou seu legado para Armand e foi ter seu sono ancião, Armand achou que seria sua ascensão, não somente tinha o maior exercito de todo o território como também era o mais rico e poderoso, e a cereja do bolo, seu pai o tinha deixado no comando, ninguém podia contestar a escolha dele. Mas então tudo começou a ruir, em um plano para destrona-lo, alguns dos vampiros lideres tramaram a morte de seu pai e seu exílio, quando o golpe acabou, seu pai estava morto, e ele preso. Porém depois de anos acorrentando, conseguiu se livrar, e desde então estava crescendo seu exército longe da Transilvânia, para que quando voltasse, vingaria seu pai e retomaria o poder.

Depois de algumas semanas estudando a rotina de Bergen, finalmente colocaria seu plano em pratica. Reuniu todo o exercito de vampiros que tinha e foram ate a alcateia, antes de lutar, mandou chamar o líder.

- Não quero uma carnificina, então chamem o alfa.

Minutos depois estava Ragnar Danielsen diante de Armand.

- O que quer aqui?

- Vim conversar.

- Não conversamos com vampiros.

- Então creio que vai haver muitas mortes hoje.

- Que assim seja.

A brutalidade da guerra entre os vampiros de Armand e os lycans de Ragnar foi imensa, havia muitas baixas de ambos os lados, tinha sangue e corpos se esvaindo ao vento por todo o lado. Quando finalmente a guerra acabou, Armand pegou o que restou de seu exercito e sumiu, não antes de prometer vingança. Ragnar sentiu a verdade nas palavras de Armand, então pegou o que sobrou de seu clã e também partiu. E nunca mais tinha se encontrado. Armand durante 100 anos andou por todos os territórios possíveis, sempre que estava perto de conseguir um exército grande o suficiente para voltar a Transilvânia algo acontecia e tinha que começar quase do zero, mas não seria mais assim, mudaria seus meios, encontraria alternativas, mas teria sua vingança, custasse o que custasse.

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