Capítulo 1 - O Estranho - Parte III

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- O que temos aqui, se não é a senhorita Riley, a caça vampiros mais famosa da cidade.

- Estou em desvantagem, vejo que me conhece, mas eu não sei quem você é.

- Tem certeza que não me conhece? Seu pai nunca falou de mim?

Dois vampiros me seguravam, estavam armados e eram fortes. Isso não ia acabar nada bem.

- O que você sabe sobre meu pai, seu maldito?

-Calma Elisabeth, eu sou Armand amigo de seu pai, não lembra de mim? Fui na sua casa a mais ou menos 15 anos, fui atras do seu pai.

- Você o matou. Quando eu me soltar vou fazer o mesmo com você.

- Seu pai não está morto.

- O que você está dizendo?

- Que seu pai não está morto, mas você não vai sobreviver para reencontrar com ele. Não quero nenhuma xereta atrapalhando meus planos. Acabem com ela.

Ele deu a ordem e virou as costas, saindo pela porta de trás.

A minha raiva era tanta, como assim meu pai estava vivo? Como meu próprio pai nesses anos todos não me deu nenhuma notícia? Nenhuma explicação, de que estava vivo? Ele nunca voltou e agora esse crápula diz que ele está vivo, não posso acreditar.

Meu corpo todo começou a tremer, meus músculos começaram a latejar comecei a ver tudo vermelho, e eu não sei como, mas lancei os dois vampiros que me segurava na parede oposta, eu não tinha tempo para questionar o que tinha acontecido, eu estava desarmada e a única coisa que eu podia fazer, era correr.

Não vi mais nada, porque de repente eu estava correndo com total velocidade, eu sentia muita dor na minha perna, onde um vampiro conseguiu me acertar, mas não importava, eu só queria correr o mais rápido possível. Corri como nunca tinha corrido antes, meus músculos doíam cada vez mais, parecia que estavam se rasgando, depois de um tempo quando a dor estava quase insuportável, ela foi sumindo e eu comecei sentir uma onda de energia, comecei a correr mais rápido, ainda não conseguia distingui nada a minha volta, tudo era um borrão, depois disso só lembro de acordar muito longe de casa, embaixo de uma arvore, totalmente nua, não me pergunte porque, pois não sei. Ao meu redor não tinha nada, a não ser várias árvores. Andei sem saber onde estava, minha perna doía, mas tinha somente um pequeno machucado aonde algumas horas atrás tinha um corte do tamanho de um palmo, estranho, o pior é que eu não sabia explicar o que tinha acontecido.

Continue andando, mais ou menos meia hora de caminhada achei uma casinha bem pequena em um rancho, fui até lá, e disse que tinha sido assaltada e os ladrões tinham me deixado ali naquele estado, consegui umas roupas e uma ligação, chamei o Jack, claro, eu poderia chamar a polícia, isso seria hilário, como eu iria contar a um policial a verdadeira história. Andar pelada no meio da floresta não foi a pior parte, não se lembrar de nada depois que sai do armazém é que foi a parte estranha.

O Jack chegou um tempo depois, agradeci à senhora da casa e fui embora. Não sabia o que contar ao Jack, por que eu não lembrava o que de fato tinha acontecido.

- Nem pergunte, por favor. Só me leve embora daqui.

- Tudo bem, a senhora que manda.

- Preciso que pegue minha moto.

Dei as instruções para ele localizar minha moto e levar para o QG.

Só lembrava duas coisas, primeira era que meu pai estava vivo, pelo menos era o que Armand tinha falado, e a segunda eu iria matar Armand. Pedi ao Jack para me deixar em casa, eu tinha que ir para a aula, não é só porque eu tinha quase morrido, descoberto que meu pai estava vivo e aparecido nua do outro lado da cidade, que meus professores me dariam folga.

Tomei banho correndo, coloquei um curativo de qualquer jeito no ferimento na minha perna, ainda tinha sangue, mas não dei importância, troquei de roupa, peguei uma torrada na cozinha e sai, entrei no meu carro e fui correndo para a faculdade.

O dia na faculdade começou do mesmo jeito de sempre, chato. Apesar de tudo que tinha acontecido comigo eu tentei ter uma dia normal. Minha faculdade é igual a todas, com muitos alunos, todos riquinhos insuportáveis. Mas com minha dupla jornada eu não tinha tempo para estudar direito e por isso eu sempre estava ferrada em alguma matéria.

- Eu não acredito tanta coisa para pensar, tanta coisa para se preocupar, e lá vem outra, me dei mal na pior matéria que já poderiam ter inventado, Estatística.

- Não se preocupe eu te ajudo.

Essa é Brenda, minha outra melhor amiga, sempre me ajuda com a lição de casa. Brenda é uma menina de cabelos castanhos, magra, alta e bonita e é tão legal comigo, que às vezes eu sinto minha consciência pesada por não contar nada sobre minha vida paralela para ela. Mas pensando bem, como contar para uma pessoa normal que todos os monstros que ela pensou existir só na TV, existem de verdade e estão soltos por ai matando gente, a pessoa iria pirar de vez.

- Só você para salvar minha pele todo final de semestre.

Ela sorriu e me seguiu para fora do campus.

Fui para o intervalo, torcendo para que o dia passasse rápido o bastante para eu não perceber.

- Brenda eu não vou sentar com o seu pessoal hoje, quero ficar sozinha, porque tenho muita coisa para pensar.

- Aconteceu alguma coisa? Sua cara está péssima.

- Eu ando tendo alguns pesadelos e alguns problemas na empresa que era do meu tio.

Eu não contei a verdade completa, mas também não menti tudo. E como todos achavam que Harry era meu tio eu podia usar aquela desculpa.

- Tudo bem. Eu tenho lição pra fazer mesmo. Mas se precisar é só chamar. Até depois.

Ao contrário de mim, Brenda tinha muitos amigos e várias pessoas sentavam com ela no intervalo, e como eu gosto dela tenho que aturar, mas fazer o que, eu gosto dela e não vou deixa de ser amiga dela porque seus amigos são uns otários, eu simplesmente os ignoro a maioria do tempo e eles fazem o mesmo.

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