Ele me encarava, esperando que eu falasse alguma coisa. Estava sensibilizada com a sua história, é quase como a minha, tive que fugir porque um vampiro babaca achou que era melhor que nós e com eles foi à mesma coisa, não posso deixar de sentir uma pontada de tristeza e compaixão por esse lycan na minha frente.
- Não sei se posso confiar em você.
- Olha a última coisa que eu quero é arrumar problemas, ainda mais com uma caçadora como você pelo visto é, mas sobre confiar, ou você confia em mim ou acaba comigo aqui e agora, não vou nem tentar me defender. Estou cansado de fugir, você sabe que sou mais forte e mais rápido que você, mas não vou contrariar sua decisão. Então? O que vai ser?
Ele falava e me olhava com expectativa. Eu jamais tiraria a vida de qualquer ser vivo somente por ser quem é, e ele até agora, não tinha feito nada que justificasse algo do gênero, algo nele me tirava o fôlego, ainda lembro-me da sensação de quando senti seu cheiro pela primeira vez, e aqui e agora seu cheiro ainda me deixar arrepiada.
- Primeiramente eu não sou essa psicopata que você está achando, só caço quem merece ser caçado. Segundo digamos que eu acredite em você, isso não quer dizer que não ficarei de olho. Vou te dar um voto de confiança, mas se sair da linha, você ou qualquer um de seu bando, sendo mais rápido ou não, mais forte ou não, eu acabarei com cada um, entendeu?
- Entendi, e você tem minha palavra de que não vai ter nenhum problema comigo ou com qualquer um da alcateia.
Fiquei mais tranquila, não sei por que, mas ele me transmitia total confiança, me sentia confortável perto dele, e eu tinha acabado de conhecê-lo.
- Vamos tomar um café, como um sinal de paz?
- O que?
- Tomar um café, só para você ver que sou uma criatura bem normal.
- Ok. Vamos sim, estou precisando.
Ele me olha de canto de olho, com uma expressão de preocupação? É isso mesmo? Ele nem me conhece e já está me subestimando. Fomos até uma cafeteria que tinha perto da faculdade, é um lugar pequeno, quase ninguém vai ali, tem outras mais badaladas, mas essa é aconchegante e discreta. Entramos e por sorte não tinha quase ninguém, vamos até a mesa mais reservada. Uma atendente logo apareceu para pegar nossos pedidos.
- Bom dia. O que vão pedir?
Kylian foi o primeiro a falar.
- Eu quero só um chá bem gelado.
- Eu quero um café bem quente com leite, por favor.
- Algo para comer?
- Não obrigado é só isso mesmo.
- Só um instante.
A garçonete saiu, poucos minutos depois voltou com o chá e o meu café.
-Se mudarem de idéia é só me chamar.
-Tudo bem, obrigado.
Esperamos ela sair.
- Primeiramente, prazer em conhecê-la, meu nome como você já sabe é Kylian Danielsen, mas pode me chamar de Lian ou Kil, você que escolhe.
- Prazer Kylian, eu sou a Elisabeth Riley.
Tomei um gole do meu café, aquele liquido quente desceu pela minha garganta e me deu uma renovada nas forças, eu acho que até cheguei a gemer de satisfação, para o meu total constrangimento.
- Noite difícil?
Ele me perguntou como se soubesse que eu estava muito mal, se ele tinha notado eu devia estar horrível.
-Normal. Só problemas com grupo de vampiros. O de sempre.
Dou de ombros, era mesmo um problema corriqueiro, a diferença era que nesse caso de ontem eu havia descoberto algumas informações que ainda martelavam em minha cabeça.
-Você sabe qual o clã de vampiros que atacou você?
-Não sei, mas parece que o líder se chama Armand.
-Esse maldito.
Ele praguejou baixo, pude ver o ódio em seu olhar.
-Você o conhece?
-Conheço e vou ter o prazer de matá-lo um dia.
Fiquei meio chocada com a declaração dele, mas não posso julgar o cara, eu mesma quero matar Armand, encontrar mais um que queria matar aquele vampiro não seria novidade.
-Qual é sua história?
-Porque você quer saber?
-Porque eu já te contei a minha então mereço conhecer a sua.
Ele me pegou de surpresa com essa curiosidade em saber mais sobre minha história, nunca ninguém se aproximava quanto mais querer saber mais sobre mim. Hesitei por um momento, mas decidi contar, ele me passava confiança.
-Tudo bem então.
Contei toda minha história, desde o desaparecimento do meu pai até a noite passada, quando eu descobri que ele estava vivo, falei até sobre o episódio de acordar nua no meio da floresta sem saber onde estava, contei coisas que nunca contei nem para o Jack.
- Então, concluindo, eu acho que o vampiro que conseguiu me acertar ontem deve ter me envenenado com algum tipo de alucinógeno, sei lá, não consigo me lembrar de muito mais que isso que já lhe contei.
- Sinto muito pelo seu pai. Sei bem como é perder alguém.
- Obrigada. Tudo bem, eu vou resolver isso logo.
Falar com ele era fácil, nem com o Jack eu falava assim tão abertamente, mas já estava na hora de mudar o rumo daquela conversa, eu não gostava de falar de mim.
- Então me fale mais sobre você.
- O que mais quer saber?
- Todos os lobos da sua vila frequentam lugares públicos?
-Sim, todos são inofensivos, só somos perigosos quando somos provocados por vampiros ou algo do gênero.
Kylian parecia ser muito legal, inteligente e engraçado, além de lindo não que isso fosse importante, mas já que eu iria ficar de olho nele que bom que ele era um deus da beleza, acho que vou dar uma chance pra ele e não vou mata-lo, é bom ter um desses do meu lado quando os vampiros atacarem.
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A Primeira Alpha
Hombres LoboElisabeth perdeu sua familia ainda criança, desde sempre soube que era diferente, seu tio a treinou para ser uma verdadeira caçadora, sim ela caçava toda criatura sobrenatural que saia da linha, mas para sua total surpresa ela se apaixonou, e ele, e...