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Pov's Narradora

  A madrugada era o momento mais preferível de Amélia Petalóuda em Hogwarts. Esse, provavelmente era um dos únicos momentos em que ela se deixava vagar pelos escuros e frios corredores de Hogwarts sem se preocupar com os olhares que eram lhe lançados a todo momento.

Não havia uma noite em que ela não estava com seu uniforme — algo que ela fazia questão de usar quando não estava em seu quarto — passeando calmamente naquele breu.

Ela andava de maneira surpreendentemente silenciosa, conseguindo facilmente escutar barulhos de passos que poderiam acabar lhe encontrando naquele horário, então ela sempre conseguia se esconder antes que algum monitor, professor ou Filch a encontrasse.

Um de seus caminhos que fazia era para o banheiro feminino do segundo andar, onde quase sempre se encontrava com Murta-que-geme, uma fantasma que foi morta aos quartoze anos e agora assombrava o local lamentando constantemente sua morte, fazendo os alunos não o utilizarem mais — ou as vezes irem para incomoda-la.

Quando estava de bom humor — geralmente quando tinha a notícia que os Marotos ou qualquer alunos de outra casa havia se dado mal — ela trocava algumas palavras com a fantasma, ignorando o fato de ela não ser da Sonserina e, ignorando ainda mais, o fato de ela não ser uma puro-sangue.

Mas quando a fantasma começava a lhe irritar, questionando mais do que devia a sua vida e as suas idas frequentes ao banheiro após as refeições, Ártemis mencionava friamente a sua morte terrível em um tom mórbido e sem remorso, resultando na fantasma chorando aos berros e entrando em uma das cabines do banheiro, ficando lá por muito tempo.

Aquela noite não foi tão diferente. Ela seguiu sua mesma rota em passos praticamente impossíveis de perceber.

Assim que adentrou o banheiro no meio da noite ela viu a fantasma ali flutuando pelo local, mas a mesma a ignorou, talvez por ainda estar com raiva da Petalóuda ter lhe lembrado que ela morreu por ser uma sangue-ruim — em sua defesa, a fantasma havia lhe provocado primeiro, justificava.

Mas quando estava em uma das cabines, ela escutou a porta abrindo, a fazendo se levantar do lado do vazo sanitário rapidamente e sair do box, andando em passos mais rápidos que o seu normal até a pia, se limpando e desamassando seu uniforme enquanto trocava provocações com os Marotos que saiam de baixo de uma capa da invisibilidade. 

"Então é assim que eles ainda conseguem, muitas vezes, sairem impunes de pegadinha." Pensava.

Passou-se alguns minutos em uma conversa que consistia basicamente de troca de xingamentos, intimidações e um Lupin tentando ao máximo amenizar a situação de ambos os lado. 

Amélia saiu do banheiro, fechando a porta atrás de si e respirou fundo, relaxando por eles não serem silenciosos o bastante para entrarem no banheiro que ela percebesse, ou então eles provavelmente a encontrariam em uma situação complicada.

Mas isso não durou muito tempo, pois logo sua pose rígida se fez presente novamente e ela endireitou seus ombros, andando pelos corredores.

Aquele momento tão precioso e desejável de sua noite havia sido arruinado, e após se encontrar com aquele grupo indesejado, ela resolveu desistir de seu passeio noturno daquela madrugada, voltando para as masmorras do Castelo e entrando na sua Sala Comunal.

Psyche • Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora