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O SOL ESTAVA SE PONDO QUANDO O TIME ACOMPANHOU LIZ E ESTELA SAINDO DO CT. Lawrence Gant havia sido levado para fora do Centro por Big Joey e outro segurança. Nem os seguranças ou os outros jogadores questionaram a atitude de Richarlison, havia uma concordância silenciosa entre eles. Mas ainda assim Estela estava preocupada que de alguma forma aquilo pudesse prejudicá-lo de alguma forma.

Enquanto o grupo saía do prédio, Estela segurou um dos pulsos de Richarlison e observou as marcas vermelhas nos dedos dele.

— Ele merecia apanhar pra valer, eu peguei leve. — Richarlison falou com certo rancor na voz, como se estivesse ressentido por não ter batido mais em Gant.

— Não quero que isso te prejudique, você acabou de ser convocado para a Copa. — Ela comentou e eles continuaram caminhando e ela não soltou o pulso dele.

— Foram só uns três socos bem dados, ele precisa sobreviver para responder judicialmente. Aqui eles não pegam leve com isso e ele precisa pagar pelo que fez contigo. — Cada palavra dele carregava o peso da raiva. — Você fez certo, Estela. E eu deveria ter percebido, aquele filho da puta.

Ela parou de caminhar e virou para ele ainda segurando o seu pulso.

— Agora está tudo bem, eu queria ter contado antes. Mas eu não consegui. — Ela queria ter as palavras certas para explicar, mas ao ver os olhos de Richie, soube que não precisava. Ele a entenderia de qualquer forma. — Eu fiquei com medo. Mas eu consegui denunciar e eu mesma chutei o saco dele mais cedo.

Ele sorriu e balançou a cabeça.

— Você é incrível, Estela. Não merecia nada disso. — Ele deslizou a mão pela dela até que os dedos se entrelaçassem.

— Eu estava com medo, mas você tinha razão. — Ela apertou a mão dele carinhosamente. — O que você disse me deu coragem para eu fazer o que era preciso, sem pensar muito nas coisas ruins. Pensei no que era bom, pensei em você.

— Também pensei em você e fiz as coisas chatas que era ruins, mas que precisava. Tipo, dormir direito...

— Seguiu as minhas recomendações? — Ela começou a abrir um largo sorriso. — Viu só? Minhas avaliações estavam certas!

Ele revirou os olhos ainda não querendo admitir.

— Acho que no fim a gente contribuiu bastante um para o outro. — Ela falou e eles voltaram a caminhar seguindo os outros pelo campo do CT em direção à saída.

— Queria ter mais tempo, a gente precisa acertar algumas coisas. — Ele olhava para a frente com um olhar sério e concentrado. — As próximas duas semanas eu estarei full job me preparando para a Copa...

— Full time.

— Full time me preparando para a Copa. E você escrevendo suas paradas científicas. — Ele continuou. — Mas a gente podia se ver no Qatar.

— Eu vou pensar no seu caso... — Ela deu de ombros e desviou o olhar, fingindo desinteresse só para irritá-lo.

Richarlison a puxou para mais perto e a encarou nos olhos, ela esperou que ele a beijasse. Mas ele não beijou, apesar de parecer que queria.

— É claro que a gente vai se ver. Pra quem mais eu iria torcer?

Aquilo fez ele soltar um sorriso desengonçado e sem graça.

— Cê muda de ideia rapidinho, bobona.

Ele deu um beijo carinhoso na testa dela.

— A gente vai se falando, então? — Ele perguntou um pouco incerto. Ela notou que ele estava sendo cuidadoso em procurar entender e respeitar o espaço dela, mas mesmo sabendo que ela ainda estava processando tudo o que havia acontecido e com os dois precisando lidar com o momento mais importante da carreira de ambos, ela não queria espaço algum longe dele.

✔ A CIÊNCIA DO JOGO - RicharlisonOnde histórias criam vida. Descubra agora