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Nós dois corremos, enxarcados de bebidas que nem sequer sabíamos o que eram, mas estavam lá.
Fomos o mais rápido para o banheiro, os dois, ainda risonhos por tudo o que tinha acontecido. O banheiro era unisex e isso não era nenhum problema para mim, pois ele até tinha perguntado se podia ir comigo.

— Uau! — falei me olhando no espelho — eu preciso de um banho.

Eu olhei para o reflexo no espelho só para encontrá-lo rindo, rindo muito, gargalhando o mais alto possível enquanto ainda analisava a situação.

— O que diabos o Ben bebeu?!

Ele falou me fazendo soltar uma gargalhada alta o fazendo sorrir comigo enquanto perguntava realmente curioso ao me ver ajeitando o vestido mais uma vez, o puxando para baixo.

— Tem certeza que realmente está bem nesse vestido?

O assunto do vestido de novo.

— Qual o problema com meu vestido, miya? — Perguntei apertando meu cabelo para deixar que água saísse —

Olhando pelo espelho eu pude o olhar respirando fundo e se aproximando da pia que eu estava. Ele me virou me fazendo olhar em seu rosto, enquanto segurou meu rosto com uma mão, carinhoso. a outra estava em minha cintura mais uma vez, esfregando de leve, me causando uma sensação estranha na barriga.

Era estranho saber que em uma noite, o controle que tive por meses foi por água a baixo por causa de um elevador ridículo. Era novo a sensação de deixá-lo se aproximar e tocar meu corpo como quissese.

— Mesmo fedendo a champae você continua incrível, sabia?... — ele sorriu alisando minha bochecha com as sombrancelhas arqueadas, formando linhas de expressão em sua testa.— eu achava que isso era impossível.

— Não respondeu minha pergunta.

— Porque eu deveria?.

Ele ri e olha para mim mais uma vez, sem responder nada, apenas me olhando por quase 2 minutos com aqueles olhos marrons que eu tanto adorava. Eu respirei fundo, ainda encarando ele, sem saber o que dizer, pensando mesmo se valia a pena, olhando apenas para sua boca, pensando nas inúmeras coisas que poderia fazer com ela.

— Eu quero...

Antes que eu pudesse terminar de falar eu sinto seus lábios nos meus, com força, apertados. O garoto parecia faminto, como se esperasse por aquilo a muito tempo, agarrando minhas bochechas e enfiando sua língua para dentro da minha boca, me forçando a aceitá-la.

E eu aceitei, ainda mais quando ele, sem parar de me beijar me levantou um pouco, me colando na base da pia, ficando entre minhas pernas sem parar de me beijar, pois em seguida ele desceu a boca até o meu pescoço, dando pequenos selinhos ali, fracos, me deixando sentir seu hálito e língua quentes naquela área.

— É tão bom... — ele susurrou com a voz rouca ainda com a boca colada ao meu pescoço, me fazendo suspirar — você é tão boa...

Coloquei meus dedos em seus cabelos não muito ralos e os puxei para trás, deixando toda a extensão do seu pescoço amostra, vendo exatamente o que sua garganta faz quando engole seco fazendo-me o olhar faminta. Com um olhar de súplica ele pediu.

— Não me proíba de te beijar. — ele súplicou como nunca tinha feito.—

Ele era mandão, mas não parecia tanto naquele momento, e aquilo quase fez com que eu ficasse nua naquele momento.

— Cale a boca.

Eu ataquei seu pescoço em um segundo, chupando e mordendo devagar, enquanto ele ainda segurava em minha cintura, sem coragem para segurar em qualquer outro lugar. Eu ainda sentia seu hálito quente na minha boca e no meu pescoço, como se ele não tivesse parado de fazer aquilo, como se meu corpo pedisse mais.

— O que vai fazer quando sairmos daqui?... — ele perguntou enquanto eu ainda beijava seu pescoço — vai me fazer seu cachorrinho? Vai usar isso contra mim?

Eu dou um pequeno riso, pouco me importando com o que ele estava falando, ainda adentrando de leve a mão em seus cabelos, ainda beijando seu pescoço.

— O que você vai fazer? — eu perguntei —

— Não vou fazer nada — ele parou completando — não posso fazer nada.

Eu solto ele, ainda com as pernas ao seu redor, prestando atenção em seus olhos, em como eles estavam hipnotizados em mim e como eu nunca mais iria esquecer qualquer coisa que havia acontecido dentro desse banheiro.

— Podemos pensar nisso depois... — falei enquanto continuava concentrada em absorver toda aquela sensação que esperei por séculos — só...me beije mais...

Ele sequer me esperou terminar quando atacou minha boca mais uma vez, explorando cada mínimo lugar nela, querendo saciar qualquer vontade que teve todo o tempo que nos dois esperamos por isso.

...

— take a day by day, Welcome to the jungle! — cantalorava yoshi no volante com uma voz estranha. —

Todas nós estávamos mortas, algumas bêbadas, algumas sóbrias com muito sono, e outras animadas pra caralho.
Mahina estava quase morta ao lado da morena que dirigia, e eu não era muito diferente, com champae nos cabelos e sem sapatos, assim como todas as outras.

— Cale a boca yoshi. — murmurou natsuki.

A garota com o vestido preto, jogada no meu colo, com a mão no cabelo, se segurando para não bater no rosto da garota que estava no volante.

...

Eu já estavaa um pouco mal, e saber que precisaria dividir o banheiro com nara tinha me assustado.
Eu corri rápido até o mesmo, vomitando toda aquela maldita bebida rosa que eu tinha colocado na minha boca na noite mais feliz da minha vida.

Eu estava um caos, meu vestido na cintura pela forma desastrosa que minhas pernas estavam abertas, sem sapatos, apenas com o cabelo preso de um jeito estranho, cheios de fios soltos, completamente nojenta e jogada perto da privada, como se ela fosse minha única amiga.

— [nome], saia do banheiro! — falou a rosada pela porta, um pouco brava, também segurando seu vômito—

Nós duas eramos fraquicimas para bebidas, e mesmo assim arriscavamos beber como loucas. Eu já sentia a dor de cabeça imensa, e arrumar remédio as 4 da manhã seria praticamente impossível, o que me fez querer voltar no tempo e estapear a eu do passado por beber tanto como uma irresponsável.

Eu me levantei, tentando fazer alguma coisa, indo rastejando até a porta para abrir para a garota, que apareceu ali me empurrando e quase pisoteando, correndo para a privada que eu estava a segundos atrás.

Eu não olho muito por puro nojo, vendo o desespero para prender aquele seu cabelo enorme.

— Nara! — reclamei — isso é nojento!

— Cala a boca — ela continuou ali, me ignorando por completo enquanto a outra mão segurava seu cabelo.

Eu me levantei com dificuldade, olhando para o espelho da pia, mas ainda assim com um sorriso imenso e a maquiagem borrada.

— Eu acho que me meti numa furada do caralho.

Nara nem sequer deve ter escutado, pois fui respondida com mais barulhos estranhos que ela fazia enquanto ainda tinha a cabeça na privada ao vomitar todas as suas tripas ali.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora