35

833 87 16
                                    

[Nome] pov.

O último apito foi soado, e o árbitro apontou para o nosso lado.

Eu vi uma gota de suor cair no chão, o único barulho que pude escutar antes que uma gritaria se fizesse presente por todo aquele estádio, e então eu cai. Cai com os joelhos no chão, deixando o choque de realidade aparecer, querendo dizer a mim mesma que havia acabado, querendo dizer a mim mesma que tínhamos ganhado.

Uma lágrima se formou no meu olho e então eu olhei para as garotas paralisadas ao meu lado, deixando que a lágrima caísse, e meu coração tentasse se acalmar, mas apenas sendo uma tentativa falha, assim como a da respiração.

Eu gritei com uma voz chorosa, com lágrimas agressivas correndo pelos meus olhos. Eu pouco me importava se estava ou não aparecendo no telão com aquela reação, foi a sensação mais incrível que eu havia sentido em toda a minha vida, todos os anos para isso, todos os anos que dediquei minha vida a isso, era para momentos como esses chegarem, e por isso soube que tinha feito a escolha certa.

Eu me levantei com dificuldade, correndo até as garotas que estavam jogadas no chão, abraçadas umas às outras com tanta força que arrancaria um braço de qualquer pessoa ali, soltando gritos revigorantes, uma total bagunça.
E então eu deixei uma risada sair, uma risada bonita, a risada mais sincera que já tinha dado na minha vida inteira.

Não sabia quanto tempo tinha se passado ali abraçadas com elas, mas soube que foi o suficiente para ver alguém correndo rápido até a pequena porta para a quadra.
De longe pude ver os olhos arregalados de miya, tentando abrir com dificuldade aquela tranca, como se sua vida dependesse disso. Quando ele abre, ele corre até o outro lado da quadra, onde eu e as garotas estávamos, jogadas no chão.

Assim que ele corre, ele se joga de joelhos ali, escorregando até mim, até a minha frente. Eu não tive tempo de pensar quando ele agarrou minhas bochechas vermelhas do choro e atacou minha boca, colando nossos lábios, empurrando sua língua para dentro da minha boca, acariciando de leve a minha língua, me deixando com os olhos abertos e arregalados, surpresa pela repentinamente.

Eu não entendi nada do que ele havia feito, não tinha entendido nada, não conseguia pensar em nada, mas eu sabia que eu queria retribuir aquilo. E foi isso que eu fiz, fechando os olhos levemente, ainda com lágrimas caindo, agarrando sua nuca, o trazendo para mais perto, mais perto, mas nunca o suficiente para saciar a minha vontade daquele garoto.

Eu o beijei como se fosse a última coisa que importasse na minha vida. Giramos as cabeças em um ritmo perfeito, um beijo bonito de se ver, um beijo com sintonia, um beijo que eu não queria encerrar, mas precisava.

Nos separamos, olhando nos olhos um do outro, deixando um suspiro de felicidade sair, colando nossas testas, junto com duas risadas anasaladas com sorrisos fortes, um para o outro. Ele segurou minha nuca alisando ali, ainda sorrindo para mim, vendo minha felicidade só de tê-lo na minha frente, só por beijá-lo ali.

Eu não estava nem aí para as milhares de pessoas que estavam vendo aquilo, porque na minha mente e frente, ele era o único que tinha lugar, era o único que tinha toda a minha atenção. Ele deixou de falar só para o meian, para falar para as inúmeras de pessoas que viam aquilo.

Eu sabia as fofocas que saíriam depois dali, mas eu não estava nem aí, não queria saber quantas malditos problemas eu ia me meter por causa desse beijo.

Uau! — falou o narrador, ecoando por toda a quadra. — e temos aqui um beijo do século. — ele soltou uma risada — totalmente inesquecível e inesperado!

Ele com certeza estava surpreso, mas querendo ou não, ele precisava quebrar o clima parado que ficou quando ele entrou em quadra.c
Eu o olhei mais uma vez antes de o abraçar forte, sendo retribuida assim que ele notou o que eu estava fazendo, deixando seus braços me rodearam, deixando que aquela sensação tomasse conta de mim.

— Você precisa voltar...— eu susurrei baixo em seu ouvido —

— eu sei disso, malandrinha. — ele brincou agarrando minha cabeça com força —

Eu queria ficar ali com ele, mas sabia que não podia. Nem era permitido entradas de não autorizados na quadra, mas por algum motivo ninguém o barrou. ninguém o parou, e eu agradeço por isso.

Ele se levantou, estendendo a mão para me ajudar a levantar sem dificuldade dali. Apontei com a cabeça para a pequena porta, para que ele saísse, o que ele logo entendeu dando um sorriso fraco ao sai dali no maior charme, como se não tivesse acabado de fazer a maior cena.

Com os olhos ainda marejados e o rosto inchado, eu olhei para as garotas com um sorriso sincero, que logo virou uma gargalhada ao ver as garotas com os olhos arregalados e as bocas quase abertas pelo choque de toda aquela cena de agora. A ficha do que tínhamos feito ainda não tinha caído, e eu não queria que caísse, porque se acontecesse eu sei que acabaria matando o loiro.

O meian vai me matar junto com o miya.

Foi a única coisa que eu pensei quando o Ben mandou que ficássemos em fila para recebermos a medalha, uma por uma por seus respectivos familiares.

...

A primeira a receber a medalha foi a yoshi, por um garoto alto e musculoso, que talvez fosse seu primo. Seus olhos vermelhos conseguiam ser vistos a quilômetros, os olhos já pequenos quase desaparecendo.

De longe pude ver meian entrando naquela quadra, com o peito estufado, sem reação ao passar pela pequena portinha que atsumu quase tinha arrombado com a ansiedade de abri-la. Meu coração se acelerou, não pelo medo, mas por alguma outra sensação que eu não sabia qual era, uma sensação estranha quase a mesma que o terror.

A segunda a receber a medalha foi a nara, que estava com os cabelos bagunçados, as bochechas vermelhas e os olhos inchados pelo choro. Uma idosa de cabelos grisalhos, um pouco curva e um sorriso fofo a entregou a medalha, colocando devagar em seu pescoço, fazendo ela dar um sorriso assim que sentiu o peso da medalha em seu peito.

Um homem não muito velho e nem muito novo colocou a medalha de natsuki em seu pescoço, fazendo a mesma quase desabar quando fez.

Minha vez chegou e eu engoli seco quando ele chegou com a medalha em sua mão e um sorriso gentil, colocando a mesma pelo meu pescoço, me fazendo agradecer por finalmente estar no lugar do meu irmão. Eu finalmente estava ali, e o choque de realidade era imenso, eu não conseguia processar o que tinha acontecido nas últimas horas, não conseguia colocar cada uma em seu devido lugar, não agora.

Estava confusa se ele havia ou não ficado bravo com o que miya havia feito, mas ele não parecia tão irritado assim quando falou:

— Eu amo você. — ele falou, fungando fraco o nariz —

Eu o abracei forte, o mais forte que consegui. Eu sonhei todas as noites desses últimos sete meses com isso, e saber que havíamos conseguido fez meu coração quase transbordar de alegria. Dessa vez eu não me segurei, eu chorei em sua blusa, chorei até que quando ele se separasse ela estaria enxarcada.

...

Corremos até o vestiário enorme que tínhamos direito, derrubando tudo pela frente, com os gritos mais felizes que eu já ouvi em toda a minha vida, sem nenhuma conseguir falar nada além de gritar com a maior força que tinham.

Todas subiram em cima dos sofás luxuosos dali, dando pulos por todo aquele quarto, sem deixar que aquele lugar ficasse silencioso nem por um segundo.

— O TROFÉU É NOSSO SEUS FILHOS DA PUTA! — Yoshi gritou levantando o troféu de ouro reluzente em cima de uma mesa no centro de todo o vestiário —

Eu sabia a quem ela se referia, sabia que estava falando do time masculino. Todas pulavam ao mesmo tempo, e se abraçavam como nunca tinham feito, uma junção de corações acelerados, uma junção de gritos e respirações aceleradas.

O meu mundo pareceu parar ali, ficando em câmera lenta, vendo o sorriso de todas que estavam comigo, deixando que o momento me levasse como queria, me deixando ser recompensada pelo esforço que tive desde que comecei com isso, porque se eu ganhasse ou perdesse eu não me importava. ver aquelas garotas sorrindo já era o maior prêmio que eu podia ter em toda a minha vida.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora