Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya

23

Eu coloquei meu shorts preto, junto com a blusa, joelheiras e outras inúmeras tralhas que eu usava para ir treinar com o miya, as nove da noite mais uma vez, afinal essa era minha rotina, miya de manhã e miya de noite.

Eu fui mais cedo que o normal hoje, entrando de fininho sem que ele me visse, me surpreendendo ao vê-lo se alongar sem camisa, mais suado que o normal, o que me fez arregalar os olhos assim que eu o vi.
Sem querer eu acabei batendo a porta forte, fazendo com que um barulho estrondoso chamasse sua atenção, a tirando total de seus alongamentos.

— miya! — eu reclamei, cobrindo meus olhos —

Eu apenas pude escutar sua risada alta, uma risada convencida.
Ainda com a mão nos olhos eu deixei minha bolsa no chão, apenas para me aproximar mais do garoto que me dava aulas.

— Já colocou a camisa? — perguntei, dando uma espiada —

— Não.

Eu revirei os olhos, o que aquele garoto estava querendo fazendo aquilo, ele era uma maldição.

— O que está esperando?

— você, eu estava esperando você.

— Não idiota, você sabe do que eu estou falando — me referi ao seu peito desnudo. —

Ele me ignorou e continuou fazendo o que estava fazendo antes de chegar. Notei que ele tinha feito isso quando fiquei 2 minutos parada como uma sonsa com a mão nos olhos tampando minha visão, então logo eu suspirei tirando a mesma.

— Escute aqui seu merdinha — falei, irritada, ao chegar perto dele com fogo nos olhos, sem ter onde segurar por causa da falta da camisa, apenas perto o suficiente para que ele soubesse da minha raiva — você vai colocar esta merda desta camisa antes que eu...

Ele me interrompeu, com um sorriso maldoso no rosto antes de falar:

— Por que está com tanta raiva  garotinha? — ele provocou, com um sorriso felino, olhando para baixo, para os meus olhos — vai desconcentrar você tanto assim se eu não colocar?

Aquilo estava me dando nos nervos, hoje eu havia decidido que caçaria briga com o primeiro que aparecesse, e eu devia imaginar que seria o maldito do atsumu miya.

— Por que você tem que ser tão babaca? — falei ainda o olhando raivosa —

— Por que você tem que ser tão raivosa? — ele perguntou, com um sorriso divertido —

Eu respirei fundo, quase pronta para dar um soco em sua bochecha, um tão forte que o faria voar longe, mas então, sem me mexer, ainda na mesma posição eu falei.

— Por que você é assim? — perguntei — uma hora é gentil e na outra um otario?

— E porque você é tão estressadinha? — ele falou, logo depois completando — quando um não quer, dois não brigam.

Eu já havia ouvido aquilo, o que era irônico vindo dele, o único que queria caçar briga comigo era ele, ele podia ser o que não queria, não eu.

— No caso o único aqui que está caçando briga é você. — deixei claro —

— de acordo com você sempre sou eu.

— porque sempre é você que faz isso. — falei óbvio, sorrindo assim que terminei —

...

Mais uma vez o treino acabou, e eu e ele estávamos arrumando as coisas para ir embora, um pouco estranhos um com o outro por causa das falas de mais cedo.

— Posso pegar sua aluna agora sr. Miya? — maven falou, entrando pela porta —

Eu sorri um pouco ao vê-lo ali, mas pude notar como o loiro 1 ficou rígido ao ouvir aquelas palavras, um pouco inquieto enquanto se levantava e ia até o loiro 2.

— Não, acho que ainda preciso dela essa noite. — ele falou ajeitando o cabelo —

— Obrigado, eu vou... — ele se interrompeu — como?

Miya não parou de andar até ele, pronto para falar, me deixando ainda mais confusa.

— Foi isso que você escutou — ele confirmou — ela fica comigo.

Eu fiquei ainda mais confusa com o que ele falou, então corri rápido até onde os dois estavam para falar algo.

— Ele deve ter levado uma topada na cabeça — ri fraco, um pouco sem graça — ele quis dizer que iríamos ficar juntos por causa do treino — expliquei de um jeito estranho — Sabe né? Haha — ri sem jeito — eu treino com ele — apontei para ele — e ele comigo — apontei para mim.

Os dois me olharam ainda mais confusos, e eu só quis enfiar minha cara no maior buraco que eu encontrasse para nunca mais sair do breu escuro dele.

— Só um minuto, maven. — falei com um sorriso, que se desmanchou assim que eu puxei miya pela orelha para um canto — que merda você acha que tá fazendo?! — susurrei —

Ele tinha uma careta pela dor do puxão, que assim que eu soltei ela se desfez, alisando sua orelha com a mão para que a ardência passase.

— Relaxe — ele sorriu — estou apenas brincando com você — ele riu — olhe como se estressa fácil— ele riu novamente —

Eu deixei com que o alívio percorresse meu corpo assim que ele falou aquilo. Eu dei um sorriso, um pouco envergonhada e então bati fraco em sua nuca.

— Seu idiota. — sorri um pouco. —

— Todos sabem que você me ama, garotinha.

— Vá para o inferno.

— Preciso de uma acompanhante.

...

Maven pediu para me levar até o departamento, para que ele pudesse conhecer melhor as coisas do departamento melhor.
Nós caminhávamos pela área de fora, de noite, enquanto eu falava sobre cada espaço.

— Você não está cansada demais para isso? — ele perguntou —

Sim, eu estava, mas não diria a ele.

— Claro que não. — eu falei rindo —

Ele não sorriu de volta, apenas continuou me encarando por um tempo, como se viajasse em seus próprios pensamentos.

— você continua a mesma sabia? — ele falou, calmo, um pouco manso —

Eu não sabia muito bem o que ele queria dizer com aquilo, então perguntei.

— o que?

— Continua mentindo. — ele falou, maldoso —

Eu corei, e então me virei o xingando baixo, tirando uma risada do mais velho que acelerou o passo para me alcançar, segurando meu pulso para que eu diminuísse a velocidade com que eu andava para evitá-lo.

— Não pode me culpar por falar a verdade — ele disse ainda rindo —

Revirei meus olhos deixando que uma pequena risada escapasse pelo comentário do loiro atrás de mim.

— Não estou te culpando, e nem estou mentindo ok?

— Mentira... — cantarolou me tirando mais um sorriso —

Ele parou mais uma vez, pensando em como me perguntar algo, engolindo seco quando deixou sua voz um pouco falha falar.

— Ele gosta de você não é? — Falou, calmo —

Eu não sabia como responder aquilo, nem sabia o que ele ia achar sobre, e eu também nem tinha certeza da resposta. Aquele garoto me dava nos nervos, ele me deixava confusa, como se eu fosse uma boneca que ele colocava o que quissese na minha cabeça.

— Não, ele não gosta, apenas anda muito com meu irmão — eu sorri — e tem toda essa coisa de super proteção dele.

Falei, querendo acreditar na minha própria mentira.