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Hoje foi meu último dia de treino com o atsumu e o dia que o maven ia embora. Eu não sabia se estava triste ou aliviada de que finalmente miya não iria mais me escravizar em quadra.
Era meia noite quando estávamos deitados como estrelas no chão frio atrás de alívio, mais uma vez, como tinha sido nesses últimos 5 meses com ele ao meu lado de manhã e de tarde.

— Miya.

— hm?... — falou com os olhos fechados para que eu prosseguisse —

— Vamos parar de nos ver?

Ele soltou um sorriso que fez meu coração doer, mas ele pareceu ficar feliz ao ouvir aquela minha pergunta.

— Já está triste que não vai poder olhar para o obra de arte que eu sou? — ele provocou —

Revirei meus olhos me levantando irritada, o que fez com que ele abrisse os olhos rápido para me empedir de fazer isso naquele momento, ao segurar meu pulso.

— Não precisa ficar estressadinha. — ele falou mais uma vez, me encarando — estou apenas brincando com você.

— Ainda quero treinar com você — falei —

Ele pareceu finalmente entender que eu não estava brincando, que eu realmente estava decepcionada que não iria mais treinar com ele, e então ele sorriu ao falar:

— Treine, não tem quem te proíba — ele falou ainda sorrindo, segurando meu pulso — treine com elas, ganhe o jogo e volte para mim.

Eu arregalei os olhos.
Ele só podia estar brincando comigo, pois ele percebeu meu olhar de desentendida.

— Você entendeu — ele me perfurou com o olhar— não se faça de idiota.

Eu ri de sua fala, pois sabia que ele queria dizer voltar a treinar com ele, mas era engraçado o ver explicar.
Ele então soltou meu pulso, abrindo os braços como um convite para um abraço, o que fez com que eu pulasse em cima dele com tanta força que a cintura para cima, que antes estava levantada, se deitou comigo em cima, em seus braços.

— Vai sentir minha falta, pequeno miya? — susurrei já que estava grudada em seu ouvido —

— Nem tanto — ele falou me tirando um sorriso —

— Não seja mentiroso.

Continuamos ali, sem tempo para sair, apenas abraçados um no outro, sem dizer qualquer coisa para o outro, apenas ali.

...

Corri até o maven o mais rápido que pude, ao garoto que estava na frente do departamento, pronto para sair.
Apenas consegui sentir o vento forte, mas ao mesmo tempo quente do sol lá fora.

— [nome]! — ele falou feliz —

Nós nos demos bem depois do incidente no corredor dos quartos masculinos, conversamos um pouco e entramos em um acordo depois disso, uma promessa para nós dois.

— Claro que viria. — eu exclamei —

Corri para o mesmo e o abracei por um tempo o olhando.

— Vou ver seu jogo — ele afirma — E é melhor que esteja naquela quadra, se não vou puxar o pé de Ben a noite.

Eu sorrio, com uma pequena lágrima querendo sair, mas que eu não deixaria fazer.

— Vou fazer questão de que ele me chame.

— é melhor mesmo.

Ele sorri entrando no carro, sem falar mais outras coisas, apenas as que eu deveria lembrar.

...

[Atsumu pov]

— Porra! — resmunguei —

Eu tremia com os controles nas mãos ao matar os inúmeros zumbis na tela, enquanto estava sentado ao lado do meian, fazendo a mesma coisa.

— Você bebeu minha cerveja? — falou concentrado —

— Eu não. — pensei — nós bebemos. Você deu uma garrafa pra todo mundo esses dias.

Ele ri ao lembrar, me tirando uma pequena risada. Era verdade. Meian havia chamado o time para conversar e comer algo no quarto do departamento dele um dia desses.

— Como vão as coisas com mahina? — perguntei, apertando a boca pelo esforço que fazia em prestar atenção na TV —

— Bem... — ele apertou forte um botão, pressionando a boca — Isso! — ele respirou feliz pela conquista, pegando uma água e dando um gole.

Fiz o mesmo que ele, ao passar da parte mais difícil do jogo que jogávamos naquele minuto.

— Como esta minha irmã? — ele falou e eu engasguei —

— O que?!

— Você sabe. — ele afirmou sorrindo — os treinos babaca — ele me olha desconfiado — que merda você tava achando que era?! — ele me deu um tapa na nuca —

Nós dois rimos na mesma hora. Mesmo que ele parecesse mais tranquilo esses dias, eu não treinaria sua raiva, não mesmo, não perguntaria sobre sua irmã ou algo do tipo, e também não falaria que lutei contra minha própria consciência e corpo para não devorá-la naquele elevador.

Ultimamente essa era a única coisa que passava na minha cabeça quando via o meian. Pedia perdão inúmeras vezes, na minha própria cabeça. Me sentia horrível de esconder isso, se ele perguntasse, eu responderia, mas não soltaria isso de qualquer jeito.

— Hoje foi nosso último treino. — falei, dando mais um gole na garrafa — ela começa os treinos com as garotas amanhã.

Eu engoli seco. Não odiava treina-la, era divertido, e eu odiava ainda mais admitir que eu sentiria saudades de dormir tarde por sua causa, por seus erros e por seus jogos.

— Você deve estar aliviado. — ele falou, com um sorriso franco —

— Aposto que é você quem está. — eu brinquei e ele sorriu ainda mais —

— pra caralho.

— Você é fodido sabia? Vou mandar mahina colocar rédeas em você, talvez assim você para de ser tão chato.

— Eu adoraria que ela fizesse isso. — ele falou malicioso —

— Eca, meian! — eu gritei —

Ri mais uma vez, junto a ele que apenas continuou tentando se explicar várias vezes enquanto eu o ignorava.

...

Não tinha nada para se fazer apenas me deitar cansado na minha cama, repassando coisas do meu dia até que caísse no sono.
Não pude deixar de soltar um sorriso ao pensar naquela maldita garota, no abraço que ela me deu hoje cedo, nas palavras idiotas que ela me disse, que fizeram meu coração amolecer.

Parte de mim não queria ter feito aquele acordo, parte de mim queria poder beijá-la e fazer tudo o que quissese com ela, parte mim pode aguentar essa tortura, mas tenho certeza que não por muito tempo. Minha mente martela no pensamento das coisas que eu poderia fazer com ela caso não tivesse feito essa merda.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora