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Merda, o que ele estava fazendo aqui?

— Quem é? — yoshi perguntou com uma voz um pouco falha pelos risos —

Eu corei, imaginando o que eu poderia falar, e falei a única coisa que veio na minha cabeça enquanto eu estava colada na porta em frente a elas.

— É-é só meu irmão há — falei nervosa fazendo gestos estranhos — sabe como é né? Irmãos! — ri nervosa com o coração a mil.

Eu abri a porta, sai dali e fechei a mesma em um instante, colocando as mãos em suas costas, o empurrando um pouco para longe para que elas não escutassem nada.

Eu paro um pouco o vendo me olhar com um olhar divertido enquanto analisa o meu nervosismo com um sorriso sem dentes.
Tosso falso assim que ele me olha mais uma vez, me deixando sem graça. eu estava rezando para que ele tivesse chegado agora, porque por mais longe que ele estivesse da porta ele conseguiria ouvir tudo do mesmo jeito.

Com as mãos nos bolsos e com o corpo suado pelo treino, ele me olhou mais uma vez como se estivesse falando a coisa mais normal do mundo

— Acha que minhas mãos podem agarrar seus peitos direitinho? —ele citou a hipótese da minha amiga olhando para suas mãos e depois para os meus seios —

Eu gelei e corei ainda mais, como eu iria explicar isso a ele?
Eu mataria elas, cada uma daquelas garotas, mas agora eu não conseguia pensar em nada além de como eu falaria com ele sem ter um ataque cardíaco ali, suspirando nervosa eu tentei explicar

— Até que parte você escutou?...— falei apertando forte os olhos, envergonhada —

— desde o egocêntrico de mãos grandes até... agora. — ele ironizou, dando uma pequena parada —

Tudo, ele tinha escutado tudo.

Eu paro, envergonhada, ainda o olhando, mas sem conseguir dizer alguma palavra, mas ele não perdeu tempo e deu um passo parando na minha frente, mas um pouco para o lado, se inclinando para falar no meu ouvido.

— Você não parece tão confiante agora, garotinha... — ele susurrou, e depois se afastou. —

— Cala a boca — revirei os olhos ainda envergonhada —

— apenas vim trazer seu celular... — ele tira o mesmo do bolso e aponta para mim —

Estico meu braço e o olho confusa quando ele puxa o mesmo, fazendo-me não conseguir pegar o meu eletrônico.

— Próxima vez tente ser um pouco discreta. — o homem tocou com uma mão em meu ombro, como um consolo — e lembre de pensar em outras coisas além de coisas assim.

Não entendi absolutamente nada do que ele falou, até porque eu estava ocupada pensando em como me mataria quando ele virasse as costas naquele minuto, quando fosse embora.

— Não quis dizer que...

— Não tente distorcer o que escutei — ele sorri — escutei muito bem o que disse.

Olhei para os lados, para o corredor escuro, querendo só fugir dali enquanto possuía algum tempo, mas não pude fazer isso, precisei escutá-lo terminar de falar para voltar para o meu quarto.
...

Eu escorrego caindo com a minha nádega direita no chão, sentindo aquilo fosse a pior tortura do mundo - porque era - . 3 horas com atsumu miya, a vergonha e ódio não sabiam quem tomava conta ali, então as duas decidiram comandar minha cabeça desde a noite caótica de ontem.

Eu podia claramente ver minha evolução separadamente, não sei se em grupo eu estaria tão boa assim e eu sabia disso, por mais que não quissese eu sabia disso, e desde de ontem aquelas palavras tem martelado na minha cabeça.

E se ele talvez estivesse certo?
Não, ele não estava, aquelas garotas não param de treinar, nunca pararam de tentar, mesmo não ganhando, elas continuam dando duro em cada dia que passa, a cada segundo elas se esforçam mais e mais, e eu não consigo mesmo aceitar que ele pode ser tão venenoso quanto foi ontem. 

— Garotinha?... — ele chamou minha atenção enquanto eu boiava —

— Já disse que meu nome é [Nome]. — falei, irritada — e eu tenho 26 anos, não sou uma garotinha.

Eu mexi no meu pulso, porque estava dolorido, não porque eu queria acertar aquele nariz maldito até fazê-lo ter uma hemorragia nasal que o levasse a morte - se é que isso existia -

Eu me sentei ali mesmo, no meio da quadra, cansada de mais um treino com aquele babaca, mais uma carga para o meu corpo.
Ele pareceu não entender, porém apenas o deixei confuso, seu horário comigo já havia terminado, eu podia fazer o que quissese assim que isso acontecesse.

Ele se agachou na minha frente, com a mesma feição de sempre e bateu fraco na minha cabeça duas vezes, como a porra de um cachorro, mas antes que ele pudesse bater a terceira eu suspirei e segurei seu pulso, o assustando pela velocidade em que fiz.

Ainda olhando para ele, brava, apertei ainda mais seu pulso fazendo-o me olhar com os olhos arregalados.

Nunca mais faça isso. 

Ele engoliu seco quando eu soltei seu pulso com força, me levantando, batendo os pés, o deixando ali, confuso e com os olhos saltados. Podia estar de costas, mas novamente tive a sensação de que ele sorriu como o maldito que era.

...

Eu esperei até que ele tivesse saído para continuar o treino, já eram mais de meia noite, o horário que o treino acabara. Não podia dizer aquilo sozinha, precisava de alguém que cortasse, e esperei por um tempo até que alguém passasse para que eu pudesse fazer isso, observando a porta atentamente por 30 minutos, e só aí pude ver um cabelo laranja naquela porta.

Eu o conhecia, era outro amigo do meu irmão; Hinata shoyou, todos o conheciam, mas escutei coisas diferentes do meu irmão, e querendo ou não ele era perfeito para isso.

— Oh! — falou surpreso — você não é a irmã do meian? O que está fazendo aqui?

Ele perguntou, alegre, como se gostasse de mim ou como se me conhece de algum jeito. O olhei por um tempo, estava ofegante, cansada e suada, mas não podia parar, não depois do que aquele miya falou, não depois que a ficha caiu que se eu não melhorasse até lá eu estava fora.

— Me deixe levantar para você.

Ele antes olhava com um olhar assustado, arregalado, como se estivesse preocupado, mas assim que ele me viu o olhando após falar o garoto sorriu com as mãos na cintura.

Podíamos não nos conhecer muito bem, mas tínhamos uma coisa em comum e ele sabia disso, eu sempre o admirei, me lembro quando via os seus jogos enquanto ainda estava na 8° série, 3 anos pode não parecer muita coisa, mas era, meian tem 29 agora assim como hinata. Lembro também quando entrei para o MSBY e o meu irmão fez questão de falar o quanto eu o admirava, me deixando com uma vergonha instantânea.

Meu sonho sempre foi poder ter uma presença na quadra como a dele, e era louco pensar que eu pedi para levantar para ele na quadra, como se nós conhecêssemos.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora