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— Não me beije. — eu olhei – você vai ficar doente.

Brinquei com ele sobre o assunto, sobre o fato de estar quase um minuto inteiro olhando fixamente para minha boca naquela situação estranha que tínhamos começado.

— Não estava pensando nisso. — ele fala, sem rir —

— estava sim.

Ele revira os olhos saindo de cima de mim, passando a mão pelo cabelo e logo depois na jaqueta de couro preta que ele usava. Seus estilo me surpreendia as vezes, ele conseguia mudá-lo do dia para noite, e eu gostava disso, gostava do jeito que se expressava.

— Quero um acordo.

Eu rio, confusa, tossindo logo depois, ainda enrolada nos lençóis, só que agora sentada e descabelada, olhando para o garoto sentado na cadeira a minha frente.

— Que tipo de acordo? .

Eu sabia que seria complicado para mim e para ele se ficássemos juntos agora. Com os jogos tão em cima, isso faria nossas cabeças, ainda mais quando eu estava tão ruim assim nos jogos. Deixar que a atração carnal estrague isso é coisa de idiota, e eu não faria isso de jeito nenhum, até porque ele era meu professor.

— Sem beijos até o jogo, sem qualquer tipo de sentimento até lá e depois de la.— ele falou enquanto eu ouvia atentamente — sabemos que não podemos ficar juntos, quero evitar conflito no trabalho, com seu irmão e as garotas.

Ele falou, e parte de mim sentiu uma pequena pontada de dor ao ouvir aquilo, um pouco de remorso e um pouco de dúvida se ele era tão insensível assim.

— Está dizendo que quer que tenhamos algo casual?

— Não quero uma rotina, apenas quero que saiba que pode me procurar quando quiser algo.

— De onde tirou que eu queria te beijar?  — perguntei, o provocando —

— Todas querem, você não é diferente, [nome] — ele provocou de volta —

Eu apenas olhei para o lado boquiaberta com a audácia de sua frase de segundos atrás, enquanto ele mantinha seu sorriso diabólico que me aterrorizava sempre.

— Devo deixar claro que quem me alisou primeiro foi você — lembrei — eu não cheguei em momento algum em você e fiquei te apalpando.

Ele corou, me fazendo sorrir. Não sei se para ele o que mais importava daquela noite tinha sido aquele beijo, talvez tenha sido momentos antes.

— Ah, qual é?! — ele falou em pé, rodando um pouco envergonhado, com um sorriso fraco — eu não te apalpei, eu...

— "você devia pensar em treinar antes de trepar" — eu imitei sua voz mexendo a cabeça, risonha —

Ele pareceu chocado, pois colocou a mão na boca, logo em seguida subindo a mesma para o cabelo ainda com um olhar desacreditado de como podia ser tão insensível de tocar em um assunto como esse com tanta facilidade.

— Você é só um pervertido que apalpa as irmãs mais novas dos seus amigos em festas de comemorações — falei — o sujo aqui é você.

— Eu não faço isso! — ele falou — seu vestido e aquelas pernas estavam fazendo minha cabeça.

Eu rio, até mesmo com brilho nos olhos ao ver seu rosto vermelho enquanto ele andava de um lado para o outro, tentando explicar qualquer coisa sobre o porquê de ter enfiado a mão em baixo da minha saia.

— Me desculpa se você realmente não gostou... — ele falou culpado —

Eu o tinha provocado, mas o ver assim mexeu comigo, eu não estava falando sério, mas se dissese que tivesse gostado ele me taxaria de pervertida.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora