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Ele podia estar brincando comigo

Eu penso, andando pelo corredor com as chaves do meu quarto, indo até o quarto da mei, para pegar o vestido que a [nome] havia pedido.

Estava perdido em meus pensamentos quando a garota do cabelo verde abriu a porta com uma careta estampada em seu rosto, porque não sabia por qual motivo eu estava ali.

— Vim levar o vestido que a [nome] pediu. — falei, sem nem dar tempo para que ela perguntasse algo. —

Ela me olhou de cima a baixo, deixando um sorriso transparecer em seu rosto, mas então ela sibilou:

— Por que ela não veio? — ela disse, logo depois fazendo um bico — ela é uma maldita preguiçosa, você devia ter mandado ela até aqui.

Eu sorri um pouco sem jeito, sabendo que mataria aquela garota quando a visse. Eu fui enganado, completamente enganado, porque ela fez aquilo parecer uma questão de vida ou morte, só para que quando eu chegasse aqui, não tivesse nada haver com isso.

— Eu tentei. — eu falei —eu realmente tentei, mas então ela me deu um sermão, e eu acabei tendo que vir de um jeito ou de outro.

Não que eu tivesse sido obrigado, só que minha consciência havia ficado pesada pela forma como eu havia recusado seu pedido.

— Você está acabando com meus planos, miya. — ela disse, sorrindo e entrando, provavelmente para pegar o vestido. —

Era estranho outras pessoas me chamarem de miya, normalmente estava acostumado só com a voz irritante dela em meu ouvido, em minha cabeça o dia inteiro, me chamando desse jeito. Tinha certeza que elas não me chamavam assim por própria escolha, provavelmente era influência da [nome].

A garota voltou com um vestido em seus braços, e minha única reação foi engolir seco quando ela esticou o vestido para cima, analisando o mesmo.

— Acha que ela vai ficar bonita? — ela perguntou — Ela gosta sempre de chamar atenção, não sei se meian vai gostar de ver isso, mas...

Eu fiquei hipnotizado, olhando o vestido bege, com uma fenda enorme em uma das pernas, junto com um decote reto, e pequenas alças finas ao lado. Ele não era cheio de coisas, não era chique, não chegava a ser, mas era lindo. Não sabia se eu havia achado o vestido bonito, ou se a imagem que havia se formado em minha cabeça da garota usando que me causou aquilo.

— Ela vai ficar incrível. — deixei que minha resposta sincera saísse, como se eu estivesse hipnotizado. —

Eu odiava isso, odiava a sensação de gostar de alguém, de amar alguém desse jeito, eu me sentia vulnerável, exposto. Ela me deixou exposto, ela me deixou desse jeito, e eu odiava aquilo.

Mei soltou um riso um pouco baixo e anasalado, provavelmente pela minha reação e então entregou o mesmo para mim, tocando em meu ombro.

— Ela adora você, sabia, miya? — ela falou, como se eu não soubesse. —

...

[Nome] pov.

Eu estava ficando nervosa, estava quase pronta, um pouco ansiosa demais porque ainda faltavam uma hora inteira. Estava começando a reconsiderar a ideia de que talvez atsumu não tivesse ido pegar meu vestido e que ele era um homem sem coração.

Eu tinha acabado de secar meu cabelo quando escuto a companhia soar, me fazendo olhar rápido no espelho, vendo minha roupa desajeitada, que nem devia ser considerada uma roupa direito. Fui o mais rápido que pude, abrindo a mesma torcendo para que fosse o miya com meu vestido.

— Salvei sua noite, preguiçosa? — ele falou colocando o vestido em meus ombros como se fosse nada —

Eu não me importava que ele tivesse descobrido que eu só queria que ele fosse porque; além de estar com preguiça, eu também precisava fazer minhas outras coisas.

— Não fale assim. — eu sorri — isso mostra que você, além de ser um mal educado carrancudo também pode ser um homem bonzinho que pega vestidos.

Ele colocou uma mão no bolso, a outra indo para sua têmpora massageando a mesma com um sorriso branco e muito bonito, que fez meus joelhos quase fraquejarem.

— É isso que eu ganho? — ele falou com um toque de humor — não vou ganhar um obrigado? Ou talvez a minha camisa de volta?. Sabe, eu gostava dela.

Eu deixei um sorriso aparecer em meu rosto, só para que eu colocasse a mão na cintura e o encarasse com as bochechas mais vermelhas que normal, pela animação.

— Obrigado pequeno miya. — eu o vi sorrir de lado — E sobre sua camisa... — eu continuei — eu não sei se vou devolver agora, porque ela ainda está me sendo útil.

— Não me chame assim.

— Pare de ser tão chato. — eu ri, deixando que minha risada tomasse conta do lugar —

Ele me olhava sem vida, revirou os olhos, deixando um sorriso sair sem querer.

— Ah é? — falou divertido — venha cá você. — ele olhou pelos lados da meu quarto, certificando que estava vazio e logo depois me olhou —

Foi segundos para que eu fosse suprendida com sua mão em minha cintura, me dando um puxão rápido para ele, me fazendo envergar um pouco as costas, pela proximidade dos corpos. Antes que ele me beijasse, perto da minha boca, ele sorriu me vendo rir.

Eu ainda soltei um riso fraco quando ele colou sua boca na minha, dando um beijo apertado, me deixando passar minha mão por sua nuca, ainda querendo sorrir, me permitindo relaxar.

Foi como um beijo de carinho, nada quente, ou com segundas intenções, o que fez meu coração esquentar, só de saber que eu tinha alguém para isso, e esse alguém era ele.

— Isso está ficando cada vez mais impossível, sabia? — yoshi falou —

Eu me virei um pouco, sem poder me mexer muito, pela forma como ele ainda estava agarrado em meu corpo. Olhei para cima, só para vê-lo com as sombrancelhas arqueadas, pouco se importando se yoshi tinha visto algo.

— Não seja ranzinza, yoshi — ele então olhou para a morena, que apenas revirou os olhos — Não é como se ja não tivesse visto algo assim antes.

Eu soltei uma risada pela provocação do loiro. Dei uma olhada rápida para trás só para ver yoshi com uma xícara de café na mão, saindo, fazendo um gesto grotesco para o loiro que estava comigo.

Eu fiz um movimento fraco com a cabeça, segurando sua camisa, o fazendo arregalar os olhos fraco pela repentinidade da forma como o beijei mais uma vez, subindo as mãos devagar até sua nuca, parando ali, esfregando fraco ao encerrar o beijo.

— fui pego de novo em sua armadilha.— ele falou, fingindo um drama. — nunca vou poder vir para perto de você sem ser atacado por beijos.

Eu havia me sentido ataca com aquilo, até porque quem me beijou primeiro foi ele, e não eu. Mas eu ri, deixei que um sorriso fosse liberado, e minha perna desse uma pequena mexida de reprovação perto de sua coxa, o fazendo soltar um murmurro.

— Você quem me beijou!

— Mas foi você quem pediu para que eu trouxesse seu vestido, só para que você me deixasse preso em meus pensamentos e lançasse um feitiço para que eu te beijasse.

Eu o olhei com os olhos arregalados pelo seu nível de brincadeira, o que fez com que ele me olhasse com um pequeno sorriso brincalhão.

— você esta assistindo muito filme, miya. — eu falei com um sorriso tímido, brincando com ele —

Ele deu língua, e então agarrou minha cintura, ignorando o que eu havia dito, me puxando para si mais uma vez.

 Trouble Maker- あつむ - Atsumu Miya Onde histórias criam vida. Descubra agora