010 - Cookies

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Merlina e eu olhamos atentas à porta da direção

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Merlina e eu olhamos atentas à porta da direção. Lá dentro estão a desgraçadinha que jogou aquilo na minha porta e os pais dela.

Lina esperneou tanto para a tia dar atenção ao meu caso, que depois de mostrar as provas a diretora decidiu que deveria fazer algo. E agora aqui estamos nós!

- A porta abriu! A porta abriu! - Merlina me cutucou. Nos escondemos mais um pouco e ficamos encarando.

A menina estava com a cabeça abaixada, segurando o lado esquerdo do rosto e chorando. O pai estava com a mão apoiada sobre o ombro dela, enquanto a mãe conversava com a diretora.

Quando o assunto encerrou e a porta se fechou, a mãe da menina virou um bicho! Empurrou ela pelo ombro e gritou que ela sentia vergonha da própria filha.

O pai interviu, protegendo a menina. Mas a mãe não deixou que ele passasse a mão na cabeça dela. Pelo que entendi por cima da pequena discussão, ela vai sair da escola!

Bem feito.

- Nós conseguimos Lina! Conseguimos! - Abracei a Evans com força quando a família saiu de perto. Não sei como, mas consegui levantá-la do chão de tanta felicidade que senti.

A risada dela ecoou pelo corredor.

- Estou tão feliz agora! - A coloquei no chão, mas não nos afastamos uma da outra.

Ela fez de novo aquele lance com as mãos... De segurar meu rosto com as duas mãos enquanto sorri.

As malditas borboletas de novo? Droga.

- Me perdoe por isso... - ela disse, e então aproximou o rosto do meu e me beijou na bochecha, próximo a minha boca. Não tão perto como eu fui aquela vez, mas foi quase.

Depois de me atacar, ela me abraçou.

Eu sinto o meu rosto queimando. Será que ela consegue sentir o meu coração batendo demasiadamente rápido?

O perfume dela é tão bom.

- Merlina Evans. - meu corpo inteiro gelou quando ouvi a voz da diretora Jully. - Venha à minha sala. Agora.

Merlina apertou meu ombro e desapareceu dentro da sala da diretora. Antes de fechar a porta, a diretora Jully me lançou um olhar mortal e bateu a porta.

Droga.

{ . . . }

Minha cereja !
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você ficou louca né???
aquela hora lá
vão falar de você também se nos pegarem
louca

:E quem disse que eu tenho medo?!
Eu sendo feliz, pra mim, isso que importa
E eu faria de novo

Meus dedos perderam a força necessária para segurar o celular, então ele caiu no meu rosto.

Doeu.

Droga, Merlina Evans!!!

não podemos ficar tão próximas na escola
não quero que elas falem de ti

:Elas não ousariam
Sou a sobrinha da diretora, esqueceu?
Neta dos fundadores dessa escola
Eu sou a autoridade
😀😀😀

humilde

:Ah, que isso!
Ser da família dos fundadores da escola tem suas vantagens, são poucas, mas têm!

o que rolou aquela hora que a sua tia te chamou?
ela brigou com você?????

A demora dela em responder me deu ansiedade. Tanta coisa se passou na minha cabeça... Eu não sei como ainda consigo manter a "calma".

O digitando dela durou uma eternidade.

:Ah, isso...
Não era nada com nada
Perguntou quem era a menina sendo ameaçada e me disse pra deixar esse assunto morrer e não comentar mais com ninguém.

ela falou alguma coisa sobre você estar me abraçando???????
ela me olhou com uma cara como se fosse comer meus rins de colher
quando você entrou na sala dela

:Ah, Nana, a minha tia é homofóbica.
Sabe aquelas pessoas com a mente antiga?
"Destruir as famílias" sabe?
Ela só pediu para que eu parasse de agir assim, ou as pessoas vão pensar que nós namoramos

só isso?
ela não disse mais nada mesmo?

Outra demora... Eu juro, se ela demorar mais dois minutos eu vou infartar aqui mesmo.

:Não se preocupe, Nana :)
Eu posso lidar com ela.

Deve ser difícil ter que lidar com a homofobia vindo da pessoa que te criou. Sei que a diretora Jully Milzer é praticamente a mãe da Lina, ela me contou a história dela uma vez.

Se eu e a Merlina um dia tivermos alguma coisa, como será que vai ser?

- Mas o que eu tô pensando?! - Esfreguei meu rosto com as mãos. - Deve ser só sono.

Ouvi batidas na minha porta.

Ué...?

Alcancei meu taco de baseball e deixei ao lado da porta, no meu alcance caso precise.

Assim que abri, encontrei um rosto familiar parado ali. Ela segurava um potinho rosa com um post it bonitinho.

- An... Oi?

- Oi, Jenna Ortega! - disse ela. - Então... sei que não somos amigas, mas, fiquei sabendo do que estão fazendo pra você e... - O rosto dela ficou vermelho. Tipo, muito vermelho. - Eu fiz esses cookies pra você!

Ela me estendeu o potinho com tanta timidez que pude ver suas mãos tremerem um pouco.

- Oh, nossa! Obrigada! - respondi, larguei o taco e ele rolou pelo chão. Ela viu, e não fez uma cara muito legal.

- Sinto muito por tudo isso... Deve ser horrível.

- É... Eu não ligo taaanto assim, na verdade. Já lidei com coisas piores na minha vida.

- Que bom! - Ela abriu um sorriso sincero. - Quer dizer... Am. Bom, esses cookies não são grande coisa mas... espero que te dê alegria!

Que fofa. Nossa. Que fofa.

- Você não quer entrar? Podemos comer juntas! - Ela pareceu ter gostado da ideia. Seria legal ter uma companhia.

- Não, não! Eu preciso ir, tenho aula de violino daqui há... - ela olhou o celular. Os olhos arregalaram. - Nossa! Quinze minutos! Preciso ir, tchau Jenna Ortega!

Ela não me deu nem tempo para responder, correu pelo corredor com aquele violino pendurado nela.

- Tchau, Emma Myers...

𝘁𝗼𝗱𝗮𝘀 𝗮𝘀 𝘀𝘂𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗿𝗲𝘀 . jenna ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora