Coração Atrevido

não tem chances de rolar nada

Johnatan

Estava saindo do banho quando me deparo com Rachel e minha irmã no corredor. Estava só de toalha e vejo Daniele olhar o meu corpo, o que me deixa feliz com a forma que seu rosto a entregou, deixando claro que gostou do que viu. Minha irmã a arrastou para dentro do quarto e então eu vejo Daniele entrar no banheiro e decido ir atrás da minha irmã, a encontrando sentada em sua cama.

一 O que a Daniele está fazendo aqui? - Ela nem faz questão de me olhar.

一 Ela vai dormir aqui hoje, algum problema?

一 Por quê?

Rachel finalmente me olha, mas havia uma tristeza nos seus olhos, misturada com raiva.

一 Porque eu chamei, essa casa também é minha e nossos pais deixou. Agora vê se não age como um idiota e pelo amor de Deus, não fique andando só de toalha pela casa.

Olho para minha irmã em choque, de onde saiu essa raiva toda?

一 Não foi por querer, eu nem sabia que ela vinha.

一 Agora sabe. - As vezes dava vontade de esgana-la.

一 E sua dor de cabeça?

一 Já passou. - Falei saindo do seu quarto.

Mais tarde quando estávamos prestes a assistir um filme, o tal do Samuel liga e só então descobri que era o seu irmão. Me senti um completo idiota, insinuando tantas coisas na minha cabeça. Naquela mesma noite, não sei o que aconteceu comigo, mas estávamos lavando a louça enquanto eu guardava e por impulso fui colocar a travessa no seu lugar mas não pensei muito no quão próximo iria ficar de Daniele e meu corpo travou quando a senti tão perto.

Se não fosse ela se afastar, com certeza eu teria feito algo que iria me arrepender depois. Esse erro aconteceu bem cedo, quando a encontrei saindo do banheiro. Ela estava tão linda naquele conjuntinho e quando percebi, já estava com o seu corpo colado no meu. Seu cheiro, sua pele, tudo aquilo me fascinava. Seus lábios, pareciam tão convidativos que eu entrei em um transe, tudo o que eu queria era experimentá-los, saber qual sabor eles tinham.

A falta da sua resistência foi uma carga a mais para o que eu estava fazendo, nossos lábios estavam bem próximos até que algum barulho a fez despertar e sair correndo para o quarto. Entrei no banheiro, jogando uma água gelada no rosto para despertar. O que estava acontecendo comigo?

Sinto um aperto no peito ao lembrar que ela iria voltar para o Brasil. Não deveria me importar, mas esse tipo de dor me tomava sempre que lembrava disso. Durante toda a aula, prestei atenção em Daniele, observando a forma como olhava para o professor, toda concentrada, como sorria quando minha irmã falava alguma coisa engraçada. A mania que tinha de ficar passando o lápis pelos dedos.

Eu estava ferrado.

E se a gente ficasse apenas uma vez? Ela iria para o Brasil mesmo, assim eu deixaria de ter essa atração louca por ela e voltaria a ser como antes, sem ninguém dominando meus pensamentos. Quando me sento ao seu lado no refeitório e encosto minha perna na sua, Daniele não se afasta e isso me faz pensar que ela poderia estar tão interessada quanto eu.

Quando soube da notícia sobre o encontro, senti a minha raiva voltar, e gostava da forma como ela não conseguia se controlar ao desviar os olhares de vez em quando para as carícias que Ariel estava fazendo em mim. Eu sabia que isso a afetava de alguma forma.

Ariel se ofereceu para irmos ao cinema, quis negar mas algo brilhou na minha mente. Não iria deixá-la em uma sala escura para que os dois pudessem finalmente ficar, por isso concordei em ir ao cinema.