Quando eu era criança, meu passatempo favorito era desenhar as flores que brotavam pela vila. Ainda guardo meu caderno com as ilustrações coloridas que fazia, mesmo que não muito acuradas.
Me lembro do dia que meu pai me incentivou a plantar flores no jardim. Eu mal conseguia dormir, ansiosa pra acordar no dia seguinte e ver se minhas sementes haviam brotado.
Uma pequena eu, cheia de sonhos e expectativas. E agora, aqui. Uma ômega prestes a casar e se mudar.
Tudo que eu queria era ver minhas crias florescerem.
— "São lindas, todas" — Christopher, que caminhava ao meu lado, pareceu de novo ler meus pensamentos — "Eu li, meu amor. Sua mente é um lugar extremamente confortável." — ele pegou minha mão, me puxando mais pra perto.
— "Obrigada.. elas são importantes pra mim.." — nos guiei até uma árvore grande, a mesma que estávamos ontem, quando nos tocamos pela primeira vez.
Ele se sentou ao pé da árvore, me puxando para sentar em seu colo.
— "Hum.. você é tão pequena. Tenho que tomar cuidado para não te esmagar" — ele riu grave, e eu senti que ele não estava falando apenas de quando for me abraçar ou, sei la, dormir na mesma cama.
Me virei, olhando nos olhos dele.
— "Você tem medo de me machucar?" — questionei, tentando continuar o assunto.
A feição dele mudou de uma hora para outra. Era um Rei amigável, agora era um alfa faminto.
— "Ah, meu amor, eu pretendo te machucar muito ainda, mas prometo que não será dor que você irá sentir." — a mão enorme dele se esgueirou pelo meu rosto, e eu me vi deitando no toque dele, cedendo completamente.
— "Chris?" — coloquei minha mão em cima da dele — "Eu.. posso ser pequenininha.. mas eu não sou de vidro." — me ajeitei no colo dele, posicionando minhas pernas uma de cada lado do seu corpo, ajoelhada no chão — "Posso não ser de ferro como você ou as ômegas licanas que você tá acostumado, mas não tenha medo" — segurei o rosto dele com minhas mãozinhas — "O que acontece quando se joga uma barra de ferro em um papel? Nada. No máximo alguns amassados, mas a maleabilidade e a leveza do papel, que são exatamente as propriedades que o faz frágil, são ao mesmo tempo o que o confere resistência. Duas barras de ferro colidindo produziriam amassados e faíscas." — tentei por em palavras o que eu penso, mas acho que acabei falando demais.
Vi seu rosto passar por muitas expressões diferentes. Intrigado, curioso, confuso, e, finalmente, aliviado.
Eu as vezes esqueço de apreciar os traços dele. Os olhos pequenos, por vezes redondos, por outras afiados. Os lábios volumosos, rosados, que guardam o sorriso mais lindo que já presenciei.
— "Eu.. uau" — um suspiro profundo, como se estivesse impressionado.
— "Que foi? Falei besteira, né? Eu não entendo muito bem como é ser um licano, mas.." — fui interrompida, não por uma voz, mas por um beijo.
Seus lábios estavam nos meus, por breves segundos, mas estavam.
— "Eu precisei fazer isso, você ficou tão sexy com essa determinação" — as mãos dele encontraram minha cintura — "Minha rainha é tão inteligente.." — Chris chegou a boca perto de meu ouvido dessa vez, e sussurrou — "Desse jeito, vou precisar te marcar logo." — não pude impedir um arrepio de atravessar meu corpo.
— "Bobo!" — bati as mãos no peito dele — "Tem uma coisa que não gostei nisso tudo." — ele franziu as sobrancelhas, inclinando o rosto ligeiramente, o que me fez rir.
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Laços {Stray Kids}
Romance- Stray Kids OMEGAVERSE AU. - Essa história já está completa, com 28 capítulos de mais ou menos 3mil palavras cada, e as partes serão postadas regularmente, até o término. - A classificação desse trabalho é +18, cenas adultas serão comuns, assim co...