Capítulo III - Casa Pt.1

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casa

substantivo feminino

1. edifício de formatos e tamanhos variados, ger. de um ou dois andares, quase sempre destinado à habitação.
2. família; lar.

1 ou 2?

Escolha. As cartas estão postas.

Edifício ou lar?

O que é casa pra você? Uma construção que lhe impede de tomar chuva, ou o cheiro do piso de madeira velha que sua mãe tanto reclama quando precisa limpar?

Nunca me peguei nesse dilema, até agora.

— "Eu não vou à lugar algum, alteza." — tirei minhas mãos dele, cruzando os braços na frente do corpo.

— "Sorry?" — suas sobrancelhas se juntaram com minha afirmativa. A situação me deixou tão confusa que mal pude apreciar o quão atraente foi a troca de idiomas dele.

— "Não tenho interesse em ir para castelo algum, então não vou! Minha casa é aqui, onde planto minhas flores, onde meu irmão está, minha mãe e meu pai." — um passo para trás, assim preciso erguer menos a cabeça para conversar com esse homem enorme.

Homem esse que parecia irritado com minha negativa. Ele também cruzou os braços, endireitando a postura, não conseguindo evitar um riso, ligeiramente irônico.

— "Liza, você não parece ter entendido muito bem.." — eu o interrompi.

— "Entendi perfeitamente, você chegou aqui todo pomposo, me achou, me seduziu, e achou que assim eu iria com você para longe! — minhas mãos foram para minha cintura — "Mas eu não tenho interesse em ir, então não vou! Pode ir, eu não espero que fique, claro, você é o rei.." — e eu estou discutindo com ele, que atitude nada inteligente.

— "Eu não vou te deixar aqui. Preciso-" — eu sabia onde ele queria chegar, e não posso permitir.

— "Precisa de nada, alteza." — não há mais motivo para intimidade — "Vou ficar aqui sim. Você não pode e não vai me arrastar. Esse relacionamento já estava fadado ao fracasso" — constatei o obvio e comecei a andar de volta para casa, segurando a saia do vestido nas mãos — "Ha, até parece.. uma camponesa adotada de 1,60 e um Rei licano de 2 metros. Onde isso faz sentido?" — resmunguei o caminho de volta.

Senti Christopher atrás de mim até em casa. Tentei não pensar em nada, já que aparentemente ele lê pensamentos. Nunca vi disso, esse homem tem algum dedo na bruxaria, que absurdo.

— "Liza, pensei que não iam voltar!" — Jeongin veio até mim, me inspecionar, e logo farejou algo.

Merda. Eu estou inundada pelo cheiro dele.

Sabe o que isso indica? Sexo.

— "Que cheiro.. Liza.." — meu irmão continuou — "O que ele fez, hum?" — ele estava irritado.

— "Nada que não se deva fazer com sua ômega. No caso, minha ômega." — era a voz dele. E logo eu senti ele se encostar nas minhas costas, escorregando uma mão pela minha cintura.

— "Sua o que?" — se não fosse o rei, Jeongin já o teria estrangulado.

Bom, se ele não tivesse quase dois metros de altura também.

E se ele não fosse um alfa licano.

Digamos que muitas coisas impediram meu irmão de pular de cabeça na própria sentença de morte.

— "Oppa, eu posso explicar" — iniciei, mas foi a vez dele me interromper.

— "Sua irmã é minha ômega. Minha luna. Ela sabe, já a toquei. Por isso o cheiro, sabe que quanto almas se reconhecem, as coisas podem sair um pouco do controle. Mas, não se preocupe, não violei a honra de sua irmã, claro que tomei cuidado com isso." — a voz dele me causa arrepios dos mais loucos por todo o corpo. Esse homem é, com toda certeza, o mais calmo e racional que já vi.

Laços {Stray Kids}Onde histórias criam vida. Descubra agora