[N/A: postando antes do dia 25 (my birthday) porquê provavelmente no dia vou estar bêbada demais pra lembrar]
O grito que Lala deu me fez cair da cama segundos após acordar de susto.
MAS QUE PORRA! —Gritei enfurecida— será que ninguém pode dormir nesse inferno?
Lala parecia paralisada no tempo, segurando uma vassoura e uma pá na mão, mas ambas tão trêmulas quanto seu corpo.
Eu... vim limpar seu quarto como de costume —defendeu-se após enfim recuperar a voz— A senhorita não devia estar na casa da professora Kraven?
Minha expressão de desgosto foi nítida agora enquanto me levantava. Não estava esperando ouvir esse nome, não tão cedo.
Senti saudades de minha cama —menti descaradamente— senti até mesmo saudades da sua comida cheia de frescuras
S/n, vamos concordar que você nunca foi uma boa mentirosa—pediu cruzando os braços— você tem que voltar pra casa dela, é lei
Lei? —indaguei arqueando as sobrancelhas— Então quer dizer que aquela caipira pode mandar os gambés atrás de mim?
É bem pior que isso—murmurou trazendo-me para perto de si curiosa com sua confissão— a polícia poderá prender seus pais como forma de punição
Mais um motivo para ficar aqui— comemorei me jogando na cama novamente— não é que eu não goste da mamãe, mas concordando com o papai já me faz querer que ela passe uma temporada na cadeia
S/n! —exclamou Lala irritada— ou você sai dessa cama ou...
Ou então o quê? —desafiei sentando-me
Ou eu vou até a porta da casa e grito "todos os vampiros são convidados a entrarem nessa casa" —ameaçou enfim vendo-me a encarar surpresa— e sabe que eu faço mesmo
A louca me botou entre a cruz e a espada agora. Se tem uma coisa que tenho medo desde que me entendo por gente é vampiro. Isso tudo começou quando eu era pequena. O Finn que havia me colocado pra dormir quando Lala estava doente, e invés de ler qualquer conto de fadas bobo, leu A Hora do Vampiro. Desde então isso tem me assombrado de uma forma que não vejo uma maneira de quebrar esse medo que criei.
Lala, você faria isso comigo? —indaguei amedrontada
Sinto muito, senhorita S/n.... —pediu cabisbaixa— mas não brinco com ordens
Pensei que era minha amiga—protestei fracamente— nem com você posso contar?
Seja lá o que tenha ocorrido, não se resolverá se escondendo—aconselhou ela enfim— as pessoas tendem a fugir dos problemas invés de elaborar uma solução útil e isso acaba por agravar mais a situação, e quando vai ver, tudo está mais complicado do que antes. Eu sei disso por experiência própria.
Até iria perguntar o motivo, mas Lala sempre foi cheia de mistérios que só meus pais sabiam e jamais confidenciaram a ninguém, pra ser sincera, temiam tudo e todos em sua volta, porém sempre gostavam de manter perto até que fossem úteis para algo. Agora temia ela após lembrar-me disso.
Eu devo ir—concordei— mas não se assuste ou me acorde desse jeito novamente se me vir escapando novamente pra minha cama
[...]
Billie estava dormindo ainda, e para ser sincera não a julgava por ser um domingo. Preferi não comentar de minha escapada quando ela acordou e foi me checar no quarto, parecia sonolenta apesar de seu olhar firme enquanto me via ajeitar a cama.
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A Fórmula do Amor (Billie/You)
Teen FictionAnos 80 são conhecidos como década perdida, onde jovens revoltados pela grande estagnação latina tornam-se propensos aos movimentos anárquicos e punks. Em uma renomada família, S/n Allodia cada dia mais declina-se ao ser simpatizante desses jovens r...