Acidentalmente Apaixonados - Kakairu (+18)

• Admiração e Desejo •

Durante o restante daquela noite, Sakumo passou grande parte do tempo contando para Iruka tudo o que ele sabia sobre o filho e que seria importante para que agissem como apaixonados, como qual sua comida favorita, quais as coisas que sabia que o Hatake mais detestava, histórias sobre a infância do platinado e sobre a sua falecida esposa Ayame.

Iruka escutava atentamente todas as histórias com um sorriso no rosto. Ele jamais imaginaria que o tão famoso Kakashi Hatake tivesse sido uma criança tão adorável e um jovem tão travesso.

- Kakashi costumava se agarrar nas pernas da Ayame toda vez que ela ia sair de casa! - contou Sakumo enquanto ria sendo acompanhado pelo Umino. - Ele era muito grudado nela, a seguia pela casa inteira.

- Pai, acho que já deu de histórias por hoje, não concorda? - o empresário disse, se sentindo levemente acanhado do moreno estar ouvindo histórias sobre a sua infância.

- Por favor, não pare. - Iruka pediu para Sakumo. - Estou amando saber sobre todas essas aventuras! - ele falou com um sorriso tão amável que os dois sabiam que era verdade.

Durante muito tempo, o lutador se sentiu deprimido ao escutar histórias de infância de outras pessoas. Sentia-se deslocado toda vez que as ouvia já que não conseguia se identificar com nenhuma delas, não havia tido uma família tradicional, com um pai e uma mãe e talvez até irmãos, então evitava escutar sobre.

Coisa que mudou com o passar dos anos, ele foi aos poucos percebendo que ele teve o melhor dentro de tudo que lhe foi proporcionado, e foi exatamente isso que fez ele ser quem era, então não importava o que outras pessoas tiveram, ele tinha tido uma infância feliz do mesmo modo.

- Mas e você, Iruka? Eu gostaria de saber mais sobre sua infância e vida se não for pedir demais... - questionou Sakumo.

- Ah claro! - o moreno respondeu com um sorriso doce. - Eu cresci em um orfanato, não me lembro da minha família pois era muito pequeno quando fui deixado lá, fui criado pelos donos do orfanato até quando me tornei adulto. A senhora Margot, a antiga diretora, cuidou de mim junto com neta dela, a Amália que é a nova diretora.

- Você deve ser muito grato a elas... - o jovem platinado constatou.

- Sim, a Amália é como uma irmã mais velha para mim e a senhora Margot foi a minha avózinha do coração, elas que me influenciaram a começar a praticar artes marciais!

- É bom saber que mesmo sendo órfão, você teve pessoas boas ao seu lado. - o patriarca disse em meio a um sorriso contente.

- Bem, eles foram minha família de alguma forma, e eu era bastante indefeso quando era mais jovem. Começar a treinar me trouxe meio que um objetivo de vida.

- Indefeso? - o Hatake mais jovem indagou, era difícil acreditar que um lutador famoso por força, agilidade e técnica fosse indefeso.

- Sim! - disse o moreno rindo enquanto coçava a cicatriz no nariz com o dedo indicador. - Eu era bem menor que as outras crianças, a grande maioria delas implicavam comigo. A Amália era quem me defendia. - ele comentou com um sorriso. - E eu sempre tive essa cicatriz no rosto o que fazia eles zoarem de mim ainda mais, e tem o fato de que os adultos não queriam "uma criança defeituosa".

- Cicatrizes não são um defeito. - Kakashi logo disse, mais como se dissesse para si do que para o outro.

- Eu sei, mas é o que os outros achavam e diziam, então eu acreditei por muito tempo.

- Adultos conseguem ser mais infantis que crianças às vezes, e isso é um fato! - comentou o patriarca. - E isso eu comprovo, já que tenho idade o suficiente para saber por experiência própria. - concluiu ele gargalhando.