Capítulo 30

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Escrever. Escrever era tão bom, era tão fácil e tão esclarecedor... mas aí eu me tornei essa confusão, só que, agora, mais esclarecida. Ainda assim, é difícil de entender. Era mais fácil eu fazer uma lista de coisas que eu havia conseguido ver ultimamente, do que falar sobre elas.

Eu tinha Sam. Ela passou a andar muito mais comigo. Era o tempo todo. Nenhum momento nos prendia longe uma da outra, nem quando tínhamos provas. Ela, na verdade, tinha me ajudado muito com algumas matérias ultimamente. E tudo isso para não precisarmos ficar afastadas e- isso era loucura. Quer dizer, por sua parte, parecia que ela sentia o mesmo, só que entender o que Sam sente ainda não pode entrar na minha lista de coisas que são claras na minha mente.

Somente consegui acreditar que talvez ela estivesse perto porque tem medo de me perder, e isso é o que parece mais relevante entre todas as coisas que penso.

Suspirei, passando meu dedo indicador e o médio por seu braço, que envolvia minha cintura. Ainda sentindo o cheiro do seu cabelo, já que ela deitava a cabeça no meu peito. E simplesmente estávamos assim.

Não! Não era normal melhores amigas ficarem por horas assim, como nós mesmas estávamos fazendo! Definitivamente, essa parte eu não entendia.

Tudo bem! A gente fica, mas não é como se fosse diferente de namorar, eu acho. Não com ela!

Um barulho, no entanto, ao lado da minha cama, tirou minha atenção, e eu sorri quando vi nossa foto na tela de bloqueio de Sam. Ela me roubando um selinho. E depois, eu deixei que tivesse sua própria privacidade. Eu soube que não era importante quando ela bloqueou o celular bufando, e voltou a me abraçar.

-- Alice, aquela vagabunda, me roubou um prédio. -- A encarei, rindo.

-- O que?!

-- É um jogo virtual estúpido de tabuleiro que está me tirando a paciência. -- Respondeu, com o mesmo humor que eu. Acabei roubando um selinho, e me perguntando o porquê no final. Sam, por outro lado, permaneceu me encarando, e aí outro ponto que eu não achei um motivo para que ela o fizesse.

-- Deena.

-- Oi...?

-- Olha nos meus olhos, é sério... o que eu vou dizer.

Eu estava nervosa, porque... sinceramente, não sei o que está por vir. Será que ela vai querer terminar tudo pois está estranho demais?! É um dos meus piores medos... Mas... Se for o que ela quiser... eu tenho que respeitar. Desde o início me repreendo por me sentir atraída, e aí mais tarde foi pela minha paixão por ela, e não posso cobrar de Sam coisas que não queira. É simplesmente errado. Eu fiz, como uma promessa para mim mesma, questão de assegurar que não a envolveria no que eu estou sentindo. E se ela quiser sair com outras pessoas novamente?!

Meu deus... eu aguentaria?!

-- Deena... -- Suspirei, descendo meu olhar para seu rosto no segundo seguinte. -- Eu te amo. Muito. -- Esperei algo que cortasse isso para uma informação que partiria meu coração, mas nada veio depois. Então eu sorri, aliviada.

-- Eu também te amo, Sammy. -- É. Isso me pareceu bem menos pior comparando ao que eu achei que iria ouvir. Acabei apoiando minha testa em sua cabeça para deixar meus músculos finalmente mais relaxados.

-- O que te faz tão feliz assim, posso saber? -- A encarei novamente, beijando sua têmpora de forma delicada, tanto que ela fechou os olhos e seu sorriso ficou mais amplo.

-- Claro que pode. -- A abracei com mais força. -- Bom, se a gente calcular a velocidade do vento com a força de atração da gravidade da terra com a hipotenusa do triângulo equilátero dividido por uma raiz... natural qualquer... você provavelmente saberia que a causa da minha felicidade é você. -- Sam gargalhou.

Kissy Kissy Boo Boo ➸ Sameena IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora