Capítulo 21

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Quando eu era mais nova, meu primeiro interesse foi por carros. Isso quando meu pai me levou num ferro velho, e meu falecido padrinho me deixou impressionada pela quantidade de coisas que um motor tem e o que ele pode fazer. Desde então eu comecei a aprender com frequência, e até ajudei quando ele reformou minha picape.

Por isso tenho ela agora, e por isso aprendi a mexer em cada detalhe de um carro.

Só que, como toda a mecânica da época do meu veículo, os reparos sempre serão necessários.

Dessa vez, uma borrachinha que funcionava no sistema de freio estava gasta, então eu precisava trocar. Até porque andar sem freios é bastante arriscado...

-- Bu! -- E eu realmente me assustei, até por não narrar o fato de que Sam se aproximava com antecedência. E ela saiu gargalhando pela garagem. Acho que acabo de tomar o maior susto da minha vida...

-- Você está tão ferrada... cuide-se, Sam. -- Ela se aproximou, zombando da forma que eu falei.

-- O que está fazendo? E nada das piadinhas idiotas- estou regando pra ver se vira um avião blá blá blá. -- Ri sozinha, aceitando aquele pedido opressor.

-- Estou arrumando o freio...

-- Sério? Por quê? -- Olhou curiosa dentro do capô, e eu desisti, largando meus braços como forma de rendição.

-- Não sei, o que acha de dirigir sem freio para ver o que acontece? -- Brinquei. Ela gargalhou, levantando o dedo do meio em minha direção e me fazendo sorrir mais ainda.

-- Você é tão irônica... eu perguntei qual o problema com os freios, idiota. Mas tudo bem se você não quer me ensinar sobre mecânica, só acho bastante injusto que eu me ofereci como tributo para tirar sua virgindade em troca de patada- -- Cobri seus lábios com meu antebraço, já que as mãos estavam sujas. Óbvio também que suas falas tinham me deixado sem graça e um pouco nervosa. Sam arqueou a sobrancelha.

-- Meus pais estão em casa... e se eles aparecem enquanto você diz uma coisa dessas? O que vão pensar de nós? Aliás, eu pensei sobre isso e aceito a proposta mas... Você sabe que eles são puxa saco seu, bem capaz de começarem a te chamar de nora. -- Falei tudo rápido. Isso, entretanto, não se passava de uma forma de falar logo que eu queria perder minha virgindade com ela, pois foi o jeito mais perfeito que encontrei para disfarçar ao mesmo tempo.

-- Espera. Você disse que aceita? Deena-

-- Filha, você viu minha chave de fenda- Ah! Oi Sam, tudo bem? -- Salva pelo gongo! Ou por Michael... -- Que bom que está aqui, Taylor vai a um encontro e pensou em ligar para você vir ajudar ela com roupas e maquiagem, sabe que ela gosta do seu estilo, né? -- O celular de Sam começou a tocar, tirando minha atenção para sua bunda sem querer, onde o aparelho estava posto em seu bolso. -- Acho que é ela. -- Assentindo ao mostrar o visor com o nome da minha irmã, Sam riu.

-- É. Eu vou subir e ajudar. -- Minha melhor amiga me olhou e piscou o olho direito, me deixando completamente constrangida, e com uma sensação de bagunça no estômago tamanha a vergonha que aquele pequeno gesto me fez sentir. Por outro lado Mike ficou, e quando minha visão caiu nele, sua sobrancelha arqueada e o olhar duvidoso de um pai que sabe ler a filha sem dicionário algum do lado foi o que eu encontrei.

-- Está na prateleira de cima. -- Eu disse, quase que imediatamente, para então não ter que falar sobre alguma coisa com Mike.

Depois, me virei e voltei a cuidar do detalhe da minha picape, respirando aliviada ao ouvir os passos do meu pai para fora da garagem.

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Após quinze minutos no banho, eu estava sentada no meu tapete do quarto, porque ali era confortável e eu podia deixar meu copo de suco ao lado sem perigo nenhum de derrubar. Usei minha cama como escoro e ficou suficientemente bom para alguém que só queria ler em paz. Mas serviu durante meia hora, apenas.

Quando a porta abriu, mostrando minha melhor amiga, concluí que ela tinha terminado a produção de beleza de Taylor, e provavelmente passaria um tempo comigo agora.

Deitei minha cabeça, vendo tudo ao contrário e sorrindo quando ela fechou a porta e devolveu o gesto, tirando os sapatos antes de engatinhar na minha cama, até seu rosto alcançar a altura do meu.

-- Oi. -- Falei. Ela sorriu mais, beijando o espaço entre minhas sobrancelhas, depois a ponta do meu nariz, e por último a boca, onde levou mais tempo.

E eu juro que a coisa mais estranha aconteceu dentro de mim. Meu coração pulsou tão forte, meu corpo se arrepiou, meu estômago... todas as sensações conhecidas... multiplicadas... ao mesmo tempo, isso nunca tinha acontecido.

Por isso achei melhor voltar a prestar atenção no livro, engolindo em seco.

Ora, ali tinha uma menina maravilhosa que estava disposta a fazer sexo comigo e se eu quisesse poderia dar aula de como ser virgem de tanto que eu sou!

Nem mesmo pornô eu assisto porque me sinto mal pelas pessoas que estão... ali...

Mas quem disse que Sam iria desistir de mim, mesmo com minha timidez aflorada?

Vi seus pés ao meu lado, e sua mão tirou o livro das minhas, fazendo a honra de marcar a página antes de fechar. Depois disso Sam sentou sobre minhas pernas, segurando minha nuca, e me vi obrigada a olhar em seus olhos.

Porra! Seus olhos são tão lindos, e sinceramente, se eu queria tanto fugir, que lugar há no universo melhor que outro planeta?

Eu nunca quis tanto me perder em netuno como eu o fazia naquele exato instante.

Sam me deixou nervosa quando mordiscou a pontinha da minha orelha, deixando os lábios ali perto enquanto ria baixinho. Suas mãos cobriam a parte de trás da minha cabeça, e eu senti arrepios quando seu peso foi sendo solto acima de minhas pernas.

-- Você sabe que pode colocar suas mãos em mim, certo? -- Engoli em seco, assentindo. E eu prontamente o fiz, tocando na região de sua cintura. De repente, suas mãos alcançaram as minhas e ela desceu, até eu tocar sua bunda. -- Sabe que pode apertar também? -- E eu apertei, por mais que estivesse afim de parar minha melhor amiga, pois meus pais estavam em casa.

Mas o problema era comigo, que não tinha comando nenhum porque Sam ama controle e ela sabe ter o mesmo.

-- É-é melhor... A gente... quero dizer... M-meus pais... -- Sam riu. Deus... O jeito que essa garota me mata faz eu me sentir viva...

-- Eu nem ia fazer nada... -- Simples assim, levantou, e por sorte eu tinha uma almofada jogada ao meu lado. Peguei a mesma e cobri meu membro animadinho, fingindo que nada tinha acontecido quando alcancei meu copo de suco. -- Estamos só começando, afinal... -- E bastou isso para eu me engasgar, ouvindo sua risada.

Kissy Kissy Boo Boo ➸ Sameena IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora