14º Capítulo

16 3 0
                                    

Hum tão bom que estava. Estava tão quentinha e aconchegada. Abri os olhos muito lentamente. Estavam tão pesados que até custava. Sentei-me na cama encostada á cabeceira da mesma enquanto olhava para o teto branco por cima da minha cabeça dorida. Retirei os cobertores, acabando por descobrir as minhas pernas. Aquele contacto com o ar frio envolvente fez-me pele de galinha. Ia-me a levantar quando reparei que estava com roupa na cama o que não era normal. Foi nesse momento que me lembrei do dia anterior e que tinha acabado por adormecer no chão e não me lembrava de me ter levantado e ter ido para a cama sozinha. Isso significava que alguem tinha entrado no meu quarto e me tinha levado para a cama. Mas quem terá sido? A Mary não conseguiria pegar em mim sozinha, ainda para mais quando estou a dormir sou um peso morto. o meu peso deve aumentar cerca de cinquenta porcento. o John tambem não me parece que viesse ao meu quarto a não ser que alguem o tivesse mandado. Olhei para o relógio e vi que ja estava na hora de me ir arranjar para ir para a escola. Esqueci o assunto por uns segundos e fui a minha casa de banho para passar água na minha cara. Quando me olhei ao espelho até fiquei com medo. Estava com umas olheiras maiores que os Himalaias credo! Tenho mesmo de colocar alguma coisa nestas olheiras para puder sai de casa caso contrário ainda assusto alguem na rua. Acabei por colocar um correcto de olheiras. Voltei para o quarto, vesti o uniforme e fui para a cozinha tomar o pequeno-almoço. Cheguei á cozinha e já la estava a Marry mas o meu pequeno almoço ainda não estava na mesa o que ela muito estranho. Ela nunca se atrasa, muito menos com as refeições.

-Bom dia menina!

-Ah, Bom dia Marry.

-Dormiu bem?

-Dormi sim Marry.

Marry ia a sair com uma bandeja onde levava o pequeno almoço para alguem para a sala. Mas antes que ela sumisse da cozinha decidi perguntar:

-Marry!

-Diga Menina Maria!

-Onde esta o meu pequeno almoço?

- Está na sala de jantar querida.

- Na sala de jantar?- Estava muito confusa, já não tomo lá o pequeno almoço aos anos.- Porquê?

-Foi o seu pai que pediu.

-Mas eu tomo sempre na cozinha Marry.

-Mas o seu pai queria tomar o pequeno almoço com a menina por isso pediu que eu o servisse na sala.

- Pois mas eu não quero tomar o pequeno almoço com ele. por isso faz-me um grande favor e serve-me o pequeno almoço aqui na cozinha.

-Menina você sabe que não posso desautorizar o seu pai.

-Pois mas eu não quero comer com ele.

-Maria não seja assim com ele.

- Sabes que mais? Acabei de perder o apetite. Vou buscar os meus livros e vou para a escola.

- Menina não pode sair de casa sem comer.

-Eu depois como algo la na escola.

-Menina esta a ser muito injusta com o seu pai.

-Injusto foi ele comigo todo este tempo.

Saí da cozinha e fui á sala buscar os meus livros juntamente com a mala para ir para a escola. Ao sair de casa passei pela sala do jantar onde vi o meu pai no fundo da mesa sentado com um olhar descaído a observar o pequeno almoço á sua volta. Ele ainda não tinha tocado em nada. Provavelmente devia de estar a minha espera. Bem que podia continuar ali sentado a espera porque eu não me iria sentar com ele á mesa. Preferi ir a pé para a escola mais uma vez. Ultimamente ando cheia de problemas e nada melhor que uma brisa fresca a embater-te na cara para te desanuviar as ideias. hoje ia ter um teste de biologia e ontem não consegui pegar nos livros para rever a matéria o que me estava a assustar bastante. Não queria de todo baixar as minha médias por causa de problemas familiares que nem sequer deveriam existir. Sinceramente preferia quando o meu pai andava sempre atarefado com trabalho e raramente punha os pés em casa. Ao menos nessa altura ele não me chateava. Olhava ao meu redor e reparei que a maioria das pessoas da escola hoje tinham decidido ir a pé para a mesma. Provavelmente pela mesma razão que eu. Todas as pessoas tem problemas nas suas vidas. Uns mais fáceis que outros e algumas pessoas tem mais facilidade em resolve-los que outras. É a lei da vida. Enquanto ia para a escola acabei por me entreter a imaginar que tipo de problemas cada uma daquelas pessoas teria. Cheguei finalmente á escola e ao passar pelo grande portão verde embati contra alguem.

- Desculpe.

Olhei para cima e vi que tinha chocado contra o James. Por um lado fiquei contente por o ver logo de manhã mas por outro eu queria afastar-me para primeiro resolver problemas que tenho comigo mesma e o facto de o ver todos os dias na escola já não é bom, muito menos chocar com ele logo de manhã.

-Na, Desculpa eu! Eu é que ia distraída com os meus pensamentos.

-No tem mal tóto. Eu gostei que tivesses chocado contra mim.

Fiquei a olhar para ele sem saber como reagir. Não sabia se haveria de ficar feliz ou constrangida.

-Bem eu agora tenho de ir, James. Até mais logo .



James P.O.V


Ela estava a passar por mim para se ir embora. O rosto dela transmitia cansaço e tristeza ao mesmo tempo. Algo estava errado com ela. Eu conhecia-a á muito pouco tempo. Mas nesse pouco tempo deu para conhecer o suficiente para perceber que algo estava errado com ela. Ela parecia tão frágil. O Sorriso que me ofereceu foi fraco e forçado. Não a consigo deixar ir sem saber o que se esta a passar com ela. Acabei por rodar rapidamente sobre os calcanhares e agarrar-lhe o braço rodando-a para mim, para que a pudesse observar durante uns segundos.

-Maria, que se passa?

Vi os olhos dela a dilatarem e no final acabou por olhar para o chão como se tivesse quase a chorar. Eu sabia que se passava algo com ela e este gesto só fez com que tivesse mais a certeza disso e ficasse mais curioso.

-Maria podes confiar em mim! Que se passa nessa tua cabeça.

-James não é nada.

-Estas-me a mentir o que só me mostra que se passa mesmo algo.

-James não...

-Não me vais voltar a mentir.

Ela não me respondeu. Limitou-se a ficar ali parado com o olhar direccionado para o chão. Noutra altura ela teria rido, teria-se libertado da minha mão, teria sido fria e gritado. Mas agora não.

-Maria anda ali ao jardim comigo.

-Não quero eu tenho de ir para as aulas.

-Maria não te estou a pedir. Estou a mandar.

-Mas eu não quero e tu não mandas.

Finalmente olhou para mim com um ar de quem já se estava a chatear o que para ser sincero só a deixava mais atraente ainda.

-Já disse que não te estou a pedir estou a ordenar.

-Pois mas eu não sou o teu cachorrinho por isso não.

-Vais-me obrigar a tomar medidas drásticas é?

- Não me digas que me vais pegar ao colo e armar-te em homem forte. Ui que medo!!

-Eu vou gritar.

-Tu o quê??

-Se não vieres comigo a bem, eu vou gritar que me estavas a bater.

-Não serias capaz!

-Queres apostar?

-Não, não quero.

- Claro que não queres. Tu sabes que eu por ti faria tudo!

Acabei por lhe dar a mão e ir com ela para o parque atrás da escola. Era o sítio perfeito para puder falar calmamente com ela sem que nada nos chateasse.


The Last Time . . .Onde histórias criam vida. Descubra agora