1 Capítulo

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Faz hoje quatro anos que tudo se passou. O dia mais marcante da minha curta vida. Tinha doze anos nessa altura. Estava um dia maravilhoso, o sol brilhava como nunca antes,o céu estava completamente azul como se tivesse sido pintado a mão por um artista.

Nesse dia eu e a minha mãe, Olive, fomos ás compras pela cidade com o objetivo de encontrar uma prenda para mim, uma vez que faltavam cerca de 3 dias para os meus anos. O dia era perfeito e nada poderia correr mal, pensava eu ...

Tudo aconteceu muito rápido. Num abrir e fachar de olhos tudo mudou.

Estava muito feliz com a minha mãe a voltar para casa cheia de sacos de compras nas mãos. Eu ia na frente a saltitar pelo passadiço. De vez em quando olhava para trás e dava a minha mãe o maior sorriso branco que conseguia.

Tinha chegado à beira de uma passadeira e o sinal estava verde, por isso decidi atravessar. Estava tão contente que não me apercebi do camião que vinha na minha direção. O camionista vinha distraído com algo que estava a passar na rádio e por isso ele tambem não se apercebeu da minha presença.

Olive que vinha mais a trás viu o que se estava a passar e num movimento de desespero atirou as compras pelo ar e começou a correr na minha direção enquanto gritava o meu nome.

Lembro-me muito bem desse momento. O momento em que ouvi uma voz estridente a chamar-me. O momento em que parei e olhei para a minha mãe que vinha a correr para mim. Lembro-me de ver as lágrimas a escorrerem pela sua face e nesse momento ouvi um som. Um som muito mais forte, muito mais poderoso que o que a minha mãe fazia. Segui os meus ouvido e olhei na direção oposta à de Olive onde vislumbrei umas luzes enormes a virem na minha direção. Foi nesse momento que percebi que aquele barulho era o som de uma buzina.

Naquele momento todo o meu corpo deixou de me responder, como se tivesse ganho raízes nos pés que me empediam de correr.

Quando o camião se encontrava a menos de um metro senti alguém a empurrar-me. Acho que perdi os sentidos durante alguns segundos. Quando acordei pensei que estivesse a dormir na minha cama, mas logo mudei de ideias quando senti o chão rugoso através das palmas da minha mão. Sentia-me enjoada, era como se tivesse a cabeça a andar à roda. De maneira a pensar o que se estava ali a passar levei a mão à cabeça e foi aí que senti algo molhado. Retirei a mão da mesma e vi que era sangue. Foi nesse momento que me lembrei do que se estava a passar. Muito rapidamente olhei ao meu redor à procura dela, mas nem sinal. Levantei-me a custo para conseguir ter uma melhor prespetiva do local e foi nesse momento que a vi deitada na passadeira. Corri o mais rápido que o meu corpo me permitia na sua direção. Olive estava completamente estirada no chão, no meio de uma poça de sangue, e tinha os olhos fechados o que me fez pensar no pior. Quando a alcançei caí de joelhos e começei a chamar por ela, mas ela não respondia. Peguei na sua cabeça e coloquei-a em cima dos meus joelhos e continuei a chamar por ela enquanto lhe fazia festas na sua face. Na minha cabeça começava a temer o pior. Recordo-me de entrar em pânico. Começei por perder a visão e pensei que era da ferida que tinha feito no acidente.

Foi nesse preciso momento que a minha mãe abriu os olhos com dificuldade e chamou por mim. Quando ouvi a sua voz foi como se tivesse sido invadida por uma onda quente que se chamava esperança. Fui interrompida dos meus pensamentos quando senti a mão da minha mãe na minha cara. De modo a reconforta-la agarrei-lhe na mão de forma carinhosa e sorri-lhe. Ela retribuío o sorriso e disse-me:

- Meu amor, só quero que saibas que sempre te amei e sempre te vou ama....

Olive não acabou de falar, deixou-se cair e fechou os olhos com um enorme sorriso estampado na sua face.

Todo o meu mundo desmorenou nesse preciso momento. Começei a agarrar-lhe a mão com mais força enquanto a chamava mas ela não respondia. Foi aí que me apercebi que a minha mãe já não estava mais comigo. Ela tinha-me deixado,tinha partido. Deixei-me cair por cima do seu corpo gelado a gritar como se assim conseguisse traze-la de volta e de um momento para o outro voltei a ver, quando as làgrimas me começaram a escorrer pelo rosto.

Foi à quatro anos atràs que eu perdi a minha mãe. Só me recordo de mais tarde acordar num hospital sozinha ligada a máquinas...

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Bem esta é a primeira fic que escrevo e sei que nao esta nada de especial mas no proximo capítulo eremos conhecer mais um bocadinho desta história :))

The Last Time . . .Onde histórias criam vida. Descubra agora