Capítulo 37

60 5 0
                                    

POV: Perseus Heitor Jackson.

Estávamos nas sombras da Valência Boulevard, olhando para as letras douradas gravadas no mármore negro: ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO M.A.C.
Embaixo, impresso nas portas de vidro, PROIBIDA A ENTRADA DE ADVOGADOS, VAGABUNDOS E VIVENTES. Já era quase meia-noite, mas o saguão estava iluminado e cheio de gente. Atrás do balcão da segurança estava sentado um guarda de aparência agressiva, com óculos escuros e um fone de ouvidos.

-----Bem, aqui e a entrada! ----disse tranquilo, eu tinha que passar tranquilidade aos outros, era a primeira missão deles, a primeira missão que eles carregavam a responsabilidade de salvar o mundo. Clarisse estava eufórica e nervosa, Grover assustado e Luana estava tentando manter a calma, mas eu sentia ela a ponto de ter um infarto. ----vamos ter que subornar Caronte.

----Você tem certeza que isso vai dar certo? ----Perguntou Luana preocupada.

----Tenho, quase tudo hoje em dia e corrupto.

----Legal, você acabou com minhas esperanças de ir para o governo e salvar a natureza. ----Disse Grover tristemente.

----Sinto muito. Clarisse você esta com os Dracmas que pegamos do Crosta?

----Estou! ----disse ela balançando uma sacolinha cheia de dracmas.

----Perfeito, vamos e só vocês manterem a calma. --- fomos entrando, Alto-falantes embutidos tocavam uma música ambiente suave, apenas instrumentos, como uma sinfonia. O carpete e as paredes eram cinza-chumbo que dava um ar de macabro ao lugar ainda mais com a ajuda dos Cactos que cresciam nos cantos como mãos de esqueletos. Os móveis eram de couro preto, e todos os assentos estavam ocupados. Havia gente sentada em sofás, gente em pé, gente olhando pela janela ou aguardando o elevador. Ninguém se mexia, nem falava, não faziam nada. Com o canto do olho, eu podia vê-los muito bem, mas, se me concentrasse em qualquer um em particular, eles começavam a parecer... transparentes. Dava para ver através dos seus corpos, então conclui que eram pessoas mortas esperando Caronte o barqueiro as atravessarem. Atrás do balcão estava Caronte o barqueiro. Ele era alto 1,90 cm e elegante, com pele na cor de chocolate e cabelo tingido de loiro, cortado em estilo militar, usava armação de tartaruga e um terno de seda italiano que combinava com o cabelo. Uma rosa negra estava presa à lapela, embaixo de um crachá de prata.

----Senhor Caronte! ----chamei-o.

----Hora, que rapazinho educado.

-----Obrigado Senhor, e queremos ir para o Submundo. ----fui direto ao ponto.

----Gostei de você. ---disse ele apontando e sorrindo. ---- Sem choro, direto ao ponto, sem "Deve haver algum engano, Sr. Caronte" ou gritos de desespero, odeio os escandalosos. ---disse ele com desdém. ----Mas me digam, como morreram?

----Eu acidente de carro. ----disse eu.

----Assassinada. ---disse Clarisse dando de ombros, bem a cara dela.

----Atropelado por um carro. ----Disse Luana.

-----Afogado... na banheira. ----Olhei para o Grover com uma mensagem tipo "serio? Essa e sua melhor desculpa?" ele deu de ombros.

----Entendo, Suponho que vocês não têm moedas para passagem. Com adultos, vocês sabem, eu poderia debitar no cartão de crédito, ou acrescentar o preço da travessia na sua última conta de telefone. Mas com adolescentes... Infelizmente, vocês nunca morrem preparadas. Acho que terão de ficar sentados por alguns séculos.

–--- Ah, mas nós temos moedas. –--- Pus três dracmas de ouro sobre o balcão, parte da provisão que eu encontrara na mesa do escritório de Crosta.

–--- Ora vejam... – Caronte umedeceu os lábios. ---– Dracmas de verdade. Não vejo uma dessas faz... ---- Seus dedos pairaram avidamente sobre as moedas. Estávamos muito perto. Então Caronte me olhou. O olhar frio atrás dos óculos pareceu abrir um buraco em meu peito. Ele levantou-se brevemente da cadeira e deu uma cheirada. ---– Você não está morto. Eu devia saber. É um filhote de deus.

Percy Jackson o Guerreiro Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora