Capítulo 183 - A Verdade

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POV: Perseus Heitor Jackson.

Senti a claridade ofuscar minha visão, aos poucos fui abrindo meus olhos, eu reconheci facilmente o lugar em que estava, afinal de contas passei a maior parte dos meus dias nesse lugar, era meu quarto, no palácio da minha mãe, no Olimpo. Tentei me movimentar, mas não consegui, meus braços e pernas estavam presos, espera um pouco, porque estou sentado? Olhei para meu corpo, eu estava sentado em um tipo de cadeira, mas isso não era o pior, eu estava amarrado nela, tanto nos meus punhos quanto nos meus tornozelos.

---Por Poseidon, o que está acontecendo? ---Perguntei confuso. Olhei envolta do meu quarto, não havia nada de diferente, não havia nenhum sinal de alguém por perto. ---MÃE. ---Gritei alto, tentando chamar a atenção de minha mãe, afinal de contas eu estou em seu palácio, mas porque ele me amarraria em uma cadeira? Tentei buscar nas minhas memórias o que estava acontecendo, mas não consegui achar nada, além de uma leve dor na cabeça. Forcei as amarras que prendiam meus braços, felizmente eram cordas simples, pode estoura-las com facilidade. Olhei em volta a procura de repostas. ---Meus deuses. ---Eu estava vendo meu reflexo no espelho, mas eu não era eu, quer dizer, era eu, lá estava meus olhos verde-mar, meu rosto, meus cabelos, mas eu não tinha mais aquelas mechas brancas em meu cabelo, além disso, meu corpo estava bem menor, eu estava mais baixo também, devia ter 1,75cm no máximo, talvez menos, estava bem mais fraco, devia ter uns 20kg ao menos do que devia ter, no máximo uns 80kg, bem menos forte e musculoso, não tinha sinais de barba nascendo, meu rosto também estava mais juvenil, na verdade, eu estava aparentando ter meus 14 anos novamente, a mesma idade e aparência que tinha quando sai do Olimpo para tentar selar o Kraken novamente.

---O que está acontecendo aqui? ---Indaguei confuso, mas como estava sozinho, não pude obter alguma resposta. Talvez eu pudesse me concentrar em comunicar-me com a Emuna, tentar descobrir mais respostas. ---"Emuna, pode me ouvir." ---Perguntei mentalmente, tentando me concentrar, mas tinha algo diferente, eu não a sentia, não sentia nossa ligação, mesmo quando estive no submundo e ela no Olimpo, eu podia sentir nossa ligação. Eu tentei invocar o selo de amor, mas nada apareceu na minha mão, o que era muito estranho, eu sempre consegui invoca-lo quando queria, mau precisava me concentrar muito, era como se o selo nunca tivesse existido. ---Cadê? Não, sumiu. ---Notei que estava sem meu colar de contas, mas principalmente sem a concha de Ligea, tudo que sobrou da minha amada Ligea, a única coisa que tinha no meu pescoço era um cordão de ouro, com um pingente em forma de arco e Flecha. Olhei envolta procurando a concha, mas nada, nem perto da minha cama, perto dos móveis, nem embaixo de tudo, mas quando me aproximei da cadeira que estava amarrado eu notei algo, manchas vermelhas, de sangue, mas já haviam secado a muito tempo, pelo menos a algumas semanas.

Institivamente eu busquei Contracorrente em meu bolso, felizmente a espada estava lá, o que me deixou um pouco mais aliviado, em meus punhos tinha algo faltando, havia uma pulseira de ouro no braço direito, com um pingente em forma de coruja, a lança que ganhei de presente de Atena, mas meu relógio/escudo não estava do outro lado, o que era muito estranho, foi nesse momento que também notei que minhas Sais não estavam ali também, não havia nenhuma marca na palma da minha mão, elas estavam totalmente normais. Depois de ver tudo isso, eu só posso pensar que de alguma forma, eu acabei viajando no tempo, para o passado, talvez Cronos? Pode ser, afinal de contas ele é o deus do Tempo, embora eu acredite que ele não esteja tão poderoso para manipular o tempo dessa forma, mas é o que parecia, que eu fui transportado para o palácio, perto da época da missão do Kraken, cerca de 3 anos atrás, dessa forma, eu não havia conhecido Tyson, que não me fez o relógio/escudo, nem tinha ganhado as Sais de ferro Estige de Hades, nem ao menos eu ainda tinha ido pro Acampamento, o que queria dizer que Yeasmin e Phoebe estão vivas, quer dizer que a guerra no mar ainda nem começou, isso quer dizer que Emuna nem tentou me matar ainda, isso quer dizer que a Ligea também está viva. Aquilo deixou-me animado, saber que muitas das coisas ruins ainda não aconteceram, e que algumas das boas também não aconteceram, mas se as coisas ruins não aconteceram, talvez eu possa reverte-las, evitar que elas aconteçam e também garantir que as outras coisas boas aconteçam.

Percy Jackson o Guerreiro Sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora