____________________________________________era segunda feira, dia em que Thomas iria voltar a abrir o restaurante da família, caliari, o restaurante é um dos mais famosos de haven, e devido a morte de seu filho Gabriel, o restaurante fechou por um período de sete meses. a família caliari não estava totalmente recuperada, mas Adriana falava que todos precisavam seguir em frente, ela iria voltar ao escritório de advocacia e Miguel iria voltar a abrir o restaurante novamente. eles estavam precisando disso, queriam pensar em outra coisa a não ser a morte de seu filho e a profunda depressão de Priscila.
- bom dia! - Adriana falou abrindo a porta do quarto de Priscila, que abriu os olhos e continuou deitada
a garota não tinha expressão nenhuma, nunca.
- hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo. - apesar de sua filha não falar, Adriana conversava com ela do mesmo jeito, sabia que ela ouvia, e tinha esperança que Priscila a respondesse.
- você vai junto - Priscila a olhou. - precisa sair de casa, você sabe que não está bem, ao menos fique ao lado do caixa. - suspirou e sentou ao lado da cama - lembra de quando você trabalhava de garçonete? - sorriu de lado.
Priscila lembrou e automaticamente seu irmão veio em mente. eles eram próximos demais e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito, mesmo tudo. sentiu seus olhos encherem de lágrimas e não aguentou. era sempre assim, qualquer palavra fazia ela lembrar do seu irmão.
- não chora, filha. - Adriana foi até Priscila, que chorava e parecia que não tinha fim.
na tentativa de um abraço da mãe, a ruiva levantou correndo e se trancou no banheiro, respirou fundo e passou água no rosto.
eu sou detestável, eu deveria ter ido no seu lugar Gabriel. - Priscila pensou.
Priscila se culpava todo dia pela morte de Gabriel. pensava que a culpa era dela por ter implorado para desviar do cachorro na curva. ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na bochecha e na nuca. se recuperou uma semana depois. mas Gabriel estava sem cinto mas foi jogado para longe na tentativa de frear o carro.
- sai do banheiro. - Adriana falava quase desesperada batendo um pouco na porta.
Priscila suspirou, passou água no rosto novamente, abriu a porta e a mãe suspirou aliviada.
- tome banho e coloque uma roupa, tá bom? quero você lá embaixo o quanto antes. - a ruiva ouviu e fechou a porta de novo, se despiu e entrou pro chuveiro.
ela não queria ir para a inauguração do restaurante, não estava pronta pata ver pessoas e sair de casa. tudo que ela queria era ver seu irmão de novo. quando colocou a roupa respirou fundo e girou q maçaneta. Priscila não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.
você está tão bonita. - Thomas falou para sua filha, na esperança de ver um sorriso dela, assim que a ruiva descia as escadas lentamente, igual antigamente.
ela ouviu e sentou no sofá, sentia cheiro de comida, mas não estava afim de ir na cozinha.
- vai na inauguração? - se perguntou e Priscila continuava olhando para a televisão desligada. - vou levar isso como um sim - Thomas desistiu de tentar falar com a filha, aos poucos se irritava e então decidiu ir a cozinha.
ele não conseguia acostumar com o fato dela não falar nada. depois que os caliari almoçaram, Priscila deitou no sofá e apagou até chegar a noite. enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.
- devemos internar. - Adriana falou com receio.
ela não queria aquilo.
- você acha? - Miguel falou depois de pensar sobre.
- eu não quero isso, mas parece que é a única alternativa, já se passaram sete meses, psicólogo não adiantou, eu quero minha filha de volta. - seus olhos estavam cheios de lágrimas, queria tudo menos aquilo para sua filha. - ela não fala, não quer comer, você viu hoje? não tocou na lasanha e ela amava lasanha.
- todos sentimos falta do Gabriel, mas acho que a Priscila nunca vai superar. - Thomas falou e respirou fundo para segurar o choro. - mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ao menos ela dá um sorriso.
- eu acho que isso não vai acontecer tão cedo...
- precisamos levar em consideração que antes ela não saia da cama, agora sai do quarto, quase sendo puxada a força, mas sai. - depois da conversa, eles se abraçam.Adriana não segurou o choro, sentia saudades da velha Priscila doce e sorridente ao lado do seu irmão que adorava provocar ela. Thomas tentava ser forte, mas ao ver a esposa chorar, não aguentava. após saírem da cozinha, olharam Priscila no sofá e Adriana sorriu de lado ao ver o rosto angelical de sua filha. Thomas precisava resolver um assunto do salão, em menos de duas horas iriam inaugurar e ela precisava saber se estava tudo em seu devido lugar
- você quer ir comigo? Priscila não vai acordar tão cedo. - perguntou pegando sua chave do carro.
Adriana apenas assentiu e eles foram até o restaurante. Priscila acordou com fortes batidas na porta de casa, mas ignorou e seguiu deitada. colocou a mão no rosto e suspirou, ela queria levantar, mas seu corpo não deixava.
tem alguém em casa? - ouviu e respirou fundo antes revirar os olhos e levantar com toda calma do mundo.
calçou o tênis de qualquer jeito. abriu a porta e havia uma menina de olhos castanhos, com um sorriso amigável, em suas mãos estava uma enorme cesta de café da manhã.
- oi, tudo bem? me chamo Carolyna. - falou sorridente.
Priscila continuava com a sua expressão séria, isso deixou Carolyna desconfortável.
- an.. eu moro aqui do lado agora - apontou para a casa amarelo, mas a ruiva não se deu o trabalho de olhar, só queria fechar a porta na cara da garota. - e meus pais pediram pra trazer essa cesta, nos mudamos pra esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança. - Priscila ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Carolyna extremamente confusa e irritada do outro lado.
Carolyna respirou e tentou deixar pra lá a falta de educação da nova vizinha, segurou firme a cesta e seguiu em direção a sua casa.
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trust me - capri
FanfictionPriscila caliari entra em depressão profunda depois de perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. não fala, não sai de casa, não quer comer e não vive a sete meses. os pais da garota não sabem mais o que fazer. depois de tantos psicólogos em qu...