Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️

capítulo dois

Enid ficou fofocando com mãozinha, contando como foi suas férias, e como sentiu saudades dele. Odeio admitir, mas ela não vai ficar sabendo, senti uma faísca de ciúmes, mas foi algo passageiro. Me levantei e peguei minha toalha, tomei um banho e me arrumei, da mesma forma, como todos os dias.

— onde vai? — Enid me olhou.

— ver Xavier.

Senti que ela ficou desconfortável.

— por que?

— nada só curiosidade — sorriu sem graça e eu a observei.

— vou ver como ele está, e procurar saber mais novidades.

Ela sorriu e logo tirou o sorriso do rosto, o que está havendo com Enid? Me perguntei. E sai do quarto, indo até o quarto de Xavier. Bati na porta, Tyler abriu.

— Wandinha! — me olhou, e eu só pude lembrar dos olhos grandes do Hyde, que simplesmente eram os dele mesmo.

— Tyler! — agi com naturalidade.

— Oiii wandinha! — Xavier disse empolgado e abrindo mais a porta, tendo de me ver melhor.

— a gente pode conversar? Em um lugar mais adequado... — disse olhando para os lados, mostrando que não queria falar perto de Tyler.

— claro, vamos... — esticou o braço, e eu passei em sua frente.

Tyler fechou a porta, e lá dentro eu vi um policial, preparado para quando o Hyde quisesse sair.

— o que queria conversar comigo? — ele me olhou.

— não pude agradecer formalmente pelo presente, pouco antes de eu ir embora aquele dia.

— ah...o celular — sorriu.

— isso, obrigada novamente pelo aparelho eletrônico que me deixou noites sem dormir! — fiquei totalmente seria enquanto falava consigo.

— de nada — enfiou as mãos no bolso — vc me mandou uma mensagem apenas.

— na verdade foi vc quem mandou.

— e vc só respondeu "estou bem como um girassol seco" e não me respondeu mais.

— não costumo mexer no chat de conversa.

— mas a Enid vc conversou quase as férias inteiras — me olhou de novo.

Puts Xavier para de me olhar.

— vc acertou, eu "quase" conversei com ela as férias inteiras, um bônus, ela não me deixava em paz.

— um bônus? Eu te mandei centenas de mensagens, e vc só respondeu uma?

— se sinta privilegiado, eu ainda te respondi, não costumo fazer isso — olhei para a janela.

— e o Tyler? — parou no corredor.

— o que tem ele? — parei em sua frente.

— como tá lidando com essa vinda dele pra escola de nunca mais? — passou a língua no lábio, não que eu tenha reparado.

—  muito bem, ele não é mais nada pra mim, é apenas o primeiro vilão da minha história.

— sério? — sorriu.

— eu sempre falo sério Xavier! — te olhei.

— mudando de assunto, o que acha da gente ir tomar um café? Ou um sorvete?

— prefiro três bolas de chocolate com uma cobertura vermelha de framboesa me lembrando o quão bom o sangue é.

— as vezes acho que vc é uma psicopata.

— sociopata é mais formal — caminhei.

Ele caminhou em meu lado, e logo encontro mãozinha.

— que foi? — agachei.

— Enid está arranhando a parede toda do quarto — (libras).

Me levantei.

— podemos deixar o nosso encontro para amanhã?

— claro — olhou para mãozinha.

— tchau — sai.

— então teremos um encontro? De verdade?

— não se iluda, é apenas um convite normal, feito por vc, a exatamente cinco minutos atrás.

— mas continua sendo um encontro?

— continua — caminhei.

Cheguei no quarto. E entrei.

— Enid? — vi o quarto destruído.

— que? — escutei sua doce voz com choramingos vindo da parte escura do meu quarto.

— o que ouve?

— vi Ajax saindo com outra — ela estava chorando.

— eu vou...

— não Wandinha vc não vai! — se levantou.

— eu disse que se ele te magoasse eu iria dar um tiro nele.

— mas eu não me importo mais... — disse limpando o rosto molhado de lágrimas.

— como assim não se importa? Enid vc está chorando.

— e daí? É só um desabafo, já que minha melhor amiga tava com outra pessoa.

— ficou chateada pelo Ajax, ou por mim e o Xavier?

— os dois.

— Xavier é inofensivo.

— mas e se vc começar a namorar e me esquecer? Me abandonar...me deixar de lado.

— eu nunca faria isso — coloquei minhas mãos em seus ombros.

— promete Wandinha?

— não gosto de promessas...mas eu prometo!

Enid ergueu o dedinho.

— ah não!

— por favorzinho!!! — fez cara de lobo chorão e eu não aguentei.

Cruzei nossos dedinhos. E ela me abraçou.

— meu lugar favorito é o seu abraço Wandinha! — falou ainda no abraço.

Fiquei parada, não abracei de volta, queria, mas não fiz.

— vai sair?

— eu ia, mas não vou.

— pq?

— vc precisa de mim Enid.

— ta aprendendo a ser solidária.

— amigos são pra essas coisas, vc quem disse isso uma vez.

— uma nova Wandinha tá nascendo aí dentro — foi até sua cama e se deitou.

— não!

— deita aqui comigo, me consola.

— não sou boa para consolos, mãozinha faz cafuné e te escuta a noite toda! — cruzei os braços.

— eu queria minha melhor amiga, mas okay...vem cá mãozinha.

Mãozinha estava indo.

— deixa mãozinha, eu faço — suspirei.

Me sentei ao lado de Enid, e ela me puxou me deitando em sua cama. Me abraçou forte e jogou as pernas em cima de mim.

— Enid...vc tá me sufocando!

— oh...desculpa! — deu uma leve afastada.

— fala tudo que tem pra falar.

— e vc vai fazer tudo que o mãozinha ia?

— como assim?

— cafuné e me escutar.

— vc tá abusando da minha pequena bondade! — respirei fundo.

— vai Wandinha! — me olhou no fundo dos olhos.

Revirei os olhos, clichê, nojento, muita melação, minha pele ia cair, meu corpo ia pipocar, com toda aquela cor da roupa da Enid tocando em mim.