capítulo onze

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Se reuniram ainda no pátio, eu fui direto para o quarto. Entrei e tirei meu casaco e minha blusa, fiquei apenas com a saia um pouco para baixo do meu umbigo, o corte não era fundo, mas iria inflamar, com certeza. Desmanchei as tranças, cansei de ficar com o mesmo penteado todos os dias, Enid está certa, temos que mudar de vez em quando. Prendi meu cabelo no alto.

Enid entrou.

— eai? — veio devagar até mim.

Te olhei e segurei o casaco em cima do machucado. Ela me olhou, e se aproximou.

— sua testa wandinha — pôs a mão no meu rosto.

— nada que um curativo não resolva — te olhei de cima embaixo.

— pq está sem a roupa de cima? — me viu só de sutiã, e com o casaco na barriga.

— eu ia tomar banho.

— sei... — sorriu desconfiada e rapidamente puxou meu casaco sem que eu pudesse segura-ló.

Ela olhou meu machucado.

— meu Deus Wandinha! — colocou a mão na boca e soltou meu casaco.

— já disse, não é nada — peguei minha toalha.

Ela ficou um minuto em silêncio, cruzou as mãos e logo foi atrás de mim, senti sua presença antes de chegar ao banheiro.

— quer ajuda no banho? — sorriu balançando os braços para trás.

— vc quer me dar banho?

— não te dar banho, e sim te ajudar, a lavar seus machucados — piscou pra mim.

Senti uma faisquinha de outro sentido naquela fala.

— posso me lavar sozinha.

— não dizendo vc, e sim seus ferimentos.

— posso fazer isso.

Ela me olhou e sorriu de cantinho.

— Wandinha — coçou atrás da nuca.

— uhmmm? — já estava me rendendo.

— para de teimar, posso hidratar seu cabelo, se vc quiser claro, mudanças?

— okay, eu não aguento mais ouvir sua voz, teimosa! — entrei no banheiro, ela entregou logo em seguida.

Suspirei, e tirei minha saia, meia, tênis, fiquei só de lingerie preta, como sempre, e peguei meus cremes de cabelo.

Enid me olhou estranho, era como se visse algo bom, não sei explicar, os olhos dela eram como o universo, brilhavam cheios de brilhos.

— água morna, os ferimentos vão arder — me mostrou um frasco com uns pedaços de plantas dentro.

— o que é isso? — liguei o chuveiro. 

— um remédio cicatrizante, e ameniza a dor — pôs em cima da pia do banheiro.

Tirou sua blusa e desabotoou sua calça.

— para, o que pensa que está fazendo?

— eu não vou molhar minha roupa Wandinha, e já aproveito depois que vc sair tomar um banho também.

— bom mesmo — molhei meu cabelo e fiquei de costas para ela.

Pelo vidro atrás de mim, pude ver meu corpo inteiro, minhas costas arranhadas, por isso ardia com o bater d'água morna.

Enid veio para mais perto, molhou suas mãos, te olhei lentamente, descendo da cabeça aos pés, e voltando pelo mesmo percurso, até sua roupa íntima é de cores claras e chamativas, alaranjado e azul.

— posso? — esticou as mãos em meus cabelos.

— é isso que vc veio fazer mesmo — falei irônico, sabia que não era isso.

Ela passou os cremes e lavou meus cabelos, massageou, e enxaguou, me mantive parada olhando para a parede, em minutos dava umas olhadas ao vidro, e vi Enid que me olhou dos pés a cabeça.

— que foi? — ela me perguntou passando as mãos em meus ombros.

Balancei a cabeça, tentando dizer "não é nada".

— está tensa... — sorriu, acho que sua expressão era debochante.

Respirei fundo e pus minha mão em cima da sua, segurando ela, parando o movimento que estava fazendo.

— já pode parar — falei com a água escorrendo em meu rosto.

— não lavei seus machucados com o remédio.

— eu posso passar o remédio.

— Wandinha eu já tô aqui — ela me virou segurando em meus braços.

Agora eu fiquei TENSA.

Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora