capítulo sete

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Tomei meu banho, entrei em meu quarto, já vestida claro, Enid estava sentada de pernas cruzadas em sua cama.

— está pronta Wandinha? — abaixou o livro.

— sim, só preciso passar meu perfume e pronto.

— já fez até uma maquiagem básica.

— sinal que os vídeos da internet servem para alguma coisa útil!

— e vc ta pegando o jeito, gostei da maquiagem! — sorriu.

Sorri disfarçadamente.

Passei meu perfume apenas atrás do ouvido e a olhei na divisa de nosso quarto.

Ela veio até mim.

— tenho o olfato super bom, mas não estou sentindo o cheiro do seu perfume — aquilo me soou como uma mentira.

— meu perfume não é tão forte assim.

— queria sentir, posso? — se aproximou.

Arregalei meus olhos, pisquei rápido, pela primeira vez, ou segunda não faço idéia.

Ela chegou perto do meu pescoço, e senti sua respiração, arrepiou cada fio  de cabelo da minha cabeça, e cada pelinho de meu braço.

— perfume bom, não é doce.

— poisé — disse num suspiro — vamos?

Ela agarrou em meu braço, e fomos até a cidade, chegamos em um novo restaurante, que abriu a pouco tempo, pedimos algo não muito saudável, como dois hambúrguers, e duas latas de refri, se não me engano era Coca-Cola.

— isso tá muito boomm!!! — ela disse de boca cheia.

— Enid! Não fala de boca cheia! — te chamei a atenção.

— foi mal, mas tá realmente muito bom!! — deu uma mordida como se não ouvesse um estômago dentro de si, e sim um buraco negro, engolindo tudo que via.

Terminamos de comer e começamos a andar pela cidade, paramos em um carrinho de sorvete, comprei pra nós duas, o meu de chocolate, o dela com três bolas e uma de cada sabor e cor.

— quer provar? — me ofereceu.

— não.

— tá — olhou pro meu e comeu o seu.

Ficou uns minutos em silêncio.

— se eu te ofereci, a sua obrigação é oferecer o seu! — parou na minha frente.

Me deu um baita susto, tanto que eu melei meu rosto com sorvete.

— não sabia que vc queria.

— quando a gente oferece, é pq também queremos o do amigo.

— foi mal, eu não tinha amigos.

Ela sorriu e limpou meu rosto com uma papel.

— vc quer? — ofereci o meu educadamente, e se tem algo que eu odeio, é dividir comida, AINDA MAIS QUANDO CADA UM TEM A SUA.

Ela deu uma mordida em meu sorvete e melou o canto de boca.

Limpei com meu polegar, e segurei um sorriso.

— valeu — ela fez o triângulo novamente.

Olhou para meus olhos e depois pra minha boca.

— pq tá fazendo isso?

— isso o que? — disfarçou.

— esse negócio com os olhos.

— qual Wandinha? — sorriu.

E foi um sorriso MALICIOSO, alguém me ajuda...

— fazendo um triângulo com o olhar.

— seu rosto é muito bonito pra ficar olhando apenas pra um detalhe seu.

Que CANTADA MEUS AMIGOS.

— já  ouviu dizer em flerte entre amigos?

— já, algo não muito comum, mas que a maioria faz, pois não tem o que fazer.

— eu estou me informando cada vez mais, nessa nova era.

— e eu continuo no passado, flerte pra mim é intenção de pegar a pessoa.

— pode ser isso também.

O QUEEEE???? será que foi isso mesmo que eu entendi?

— eu não sou tão lerda assim, esse cargo é seu, mas agora me diz, como assim?

— flertar entre amigos, deixa um vínculo mais forte na amizade, já outros flertes, tem a capacidade de ser duplo sentido, querer algo a mais, sabe?

— não, não sei! — acabei de ver que meu sorvete derreteu.

— logo vc aprende Wandinha, não é tão difícil, somos adolescentes, temos 16 anos.

— mas pareço ter 110.

— realmente.

Sorriu e jogou seu sorvete derretido. Fiz o mesmo.

Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora