capítulo cinco

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Tossi como se tivesse algo incomodando minha garganta. Enid fingiu não me ver e continuou.

Dei uns passos largos indo até ela, a mesma subiu em uma banquinho, se esquivou demais para o lado, e quase caiu, mas eu a segurei pela cintura, e quase que cai nós duas.

— Wandinha... — disse num quase gemido de medo.

— quase que vc se esborracha no chão.

— e por sua causa isso não aconteceu.

— tem que me agredecer.

— nunca — disse mas não saiu do meu abraço, ou quase abraço.

— eu vim conversar com vc — te olhei, mas meus olhos fugiram de onde eu estava olhando e direcionaram na boca de Enid, que estranho.

— não tenho nada a conversar com vc — agiu da mesma forma que eu, olhou pra minha boca, depois nossos olhares se encontraram, isso ficou mais estranho ainda.

— na verdade Enid eu só vim trazer um pote de mel.

— Eugene sempre lembra de mim, mas eu não tenho onde por outro pote de mel! — ela pegou o pote.

— digamos que dessa vez não foi o Eugene.

— Yoko? — sorriu.

— não... — me afastei um pouco de si.

E ela saiu do meu abraço.

— quem? Ajax?

— vc acha que o Ajax te mandaria mel?

— e quem mais mandaria? Vc é que não é.

Abaixei a cabeça olhando para os lados.

— meu Deus Wandinha, é vc? — olhou com os olhos sorrindo.

— se não quiser pode jogar pela janela.

— não, posso achar um lugar debaixo da cama.

Eu olhei para a cortina.

— pq me trouxe mel? Vc não é assim.

— temos que mudar a rotina as vezes, olhei pra esse pote de mel doce e amarelo, e lembrei de vc.

— então está assumindo que sou um doce de pessoa?

"Nunca provei, mas talvez é, com certeza". Pensei.

— talvez... — segurei um sorriso, confiando séria.

— Wandinha... — me olhou.

Te olhei de baixo em cima e voltei a olhar pra cortina.

— pq pôs essa cortina aqui?

— dividir nossos quarto novamente, a fita não ia adiantar nada mesmo.

— entendi — suspirei.

— ficou triste Wandinha?

— eu não fico triste.

— todo mundo fica.

— eu não sou todo mundo Enid — entrei pra parte do meu quarto e olhei pra minha cama.

Enid entrou.

— obrigado pelo mel.

— ok.

— ficou brava pela cortina?

— não.

— então é pelo o que?

— por vc, por ter posto isso pra separar nossas partes no quarto, eu disse que não precisava mas dessa divisória.

— a gente só briga Wandinha, vc só pensa em vc, então merece ter sua parte só pra vc!

— esse é o problema Enid.

Me aproximei.

— qual é o problema?

— eu não quero ficar sozinha, não quero essa divisão, não quero ficar brigada com vc.

— então assume que gosta de mim, e eu esqueço o tanto que vc é egoísta e fria!

Como assim assumir? Ahm...
Paralisei.

— assume Wandinha.

— ah... — respirei fundo.

— são apenas 4 palavras.

Soltei o ar pela boca.

Ela me olhou e ficou forçando a barra com expressões faciais, das quais me impulsionavam a dizer o que ela queria ouvir, saindo da minha boca.

— eu gosto de vc, Enid! — eu disse.

— também gosto de vc Wandinha, vc é insuportável, mas como eu disse uma vez, a gente da certo, é só vc colaborar um pouquinho, só um pouquinho! — me disse e beijou minha bochecha e saiu.

— e...e essa cortina? Vai continuar aqui?

— sim ela vai, quando vc fazer por merecer eu tiro.

— onde vc ta aprendendo a ser mal desse jeito?

— sou sua amiga Wandinha!

Escutei aquilo e vi que sou um mal caminho.

— não sou assim.

— vc é mil vezes pior.

— vc não tem provas.

— sim eu tenho Wandinha!

A porta do quarto se abriu e a nova direto entrou, cabelo curto, preto, alta e magra, semblante de velha, mais velha que a antiga.

— Wednesday Addams?

— sou eu! — te olhei.

— sua mãe, Mortiça Addams, te mandou isso.

Me deu uma caixa lacrada.

— obrigada.

Sorriu e saiu.

Olhei para Enid e pus a caixa em cima de minha cama, ela ficou ao meu lado, esperando eu abrir.

Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora